Archive for February, 2014
Oficina do Tio Lú
Uma viagem por um universo de abnegação
Lançado no início da semana, Oficina do Tio Lú é o meu mais novo trabalho audiovisual. Parte da série “Realidade da Periferia”, o documentário conta a história do artista plástico Luiz Carlos Prates Lima, de Paranavaí, no Noroeste do Paraná, que se dedica a recuperar crianças e adolescentes em situação de risco.
Na Vila Alta, um dos bairros mais pobres da cidade, Luiz Carlos, que está sempre enfrentando dificuldades financeiras, deixa de lucrar para ensinar os mais jovens a criarem obras de arte a partir das mais diferentes fontes de matéria-prima.
A oficina do artista fica no fundo da própria casa, onde ele faz crianças e adolescentes se distanciarem do mundo das drogas, da fome e da miséria. Oficina do Tio Lú é uma viagem por um universo de abnegação. Na obra, Tio Lú mostra que não é preciso muito dinheiro para fazer a diferença em um mundo cada vez mais consumista e materialista.
Ficha Técnica
Roteiro e Direção: David Arioch
Colaboração: Jesus Soares
Trilha Sonora: Crash Nomada, Racionais MC’s, Ney Matogrosso e Cólera
Fotos: David Arioch, Gugu Ditzel e Arquivo Pessoal de Luiz Carlos Prates Lima
Personagens: Luiz Carlos Prates Lima, Jesus Soares, Paulo José Zanelato Silva, Lindinalva Silva Santos, Maria de Fátima Oliveira, Danilo Medeiros França, Lucas Antônio Souza Silva, Odair Correa Junior, Gustavo Jesus Souza, Vagner Souza Santos, Weder França Melo, Kelvin Santos Melo, Ariel Gonçalves Souza, Robson Silva, João Paulo Rodrigues Alves e Juvenal Ferreira Silva.
Duração: 46 Minutos
Um atleta motivado por um sonho
Leonardo Fellipe Mariani sonha em se tornar campeão mundial de powerlifting
Em um certo dia de 2010, Leonardo Fellipe Mariani, de Siderópolis, Santa Catarina, estava em casa assistindo alguns vídeos de campeonatos de powerlifting no YouTube. Ficou tão impressionado com a força, técnica e vigor físico dos competidores que decidiu se tornar um atleta da modalidade. Sem saber exatamente como proceder, Mariani buscou informações na internet e procurou pessoas envolvidas com o esporte para instruí-lo.
“Foi amor à primeira vista, mas infelizmente esbarrei nas limitações da minha antiga academia. Por causa disso, comecei a treinar pra valer em outubro de 2012. Só que desde então não parei mais e tenho dado tudo de mim”, afirma. O que levou o catarinense de 25 anos a procurar vídeos de powerlifting na internet foi o apreço pela musculação, atividade que pratica desde 2009, quando se matriculou em uma academia com o objetivo de perder peso.
Atualmente o atleta treina cinco vezes por semana e cada treino tem duração de duas horas. “Os meus exercícios preferidos são o agachamento livre e o levantamento terra”, conta. Incluído o supino, os três formam a base que consagrou o esporte. Embora motivado por uma paixão, hoje, Mariani vive o dilema de não ter patrocínio, o que dificulta a participação nos principais campeonatos.
“Preciso de apoio financeiro para competir no Campeonato Catarinense que será realizado em Blumenau [Santa Catarina] no dia 23 de março. Quem puder ajudar, me comprometo a divulgar a marca patrocinadora através de sites, fotos, vídeos e entrevistas”, declara. As dificuldades de Leonardo Fellipe refletem também o preconceito contra o esporte no Brasil, uma consequência do desinteresse da iniciativa pública e privada.
Tudo isso somado ao descaso da imprensa ofusca o brilho de um esporte que requer muita força de vontade, dedicação e disciplina. A situação preocupa porque inviabiliza uma maior aceitação do powerlifting em território nacional, modalidade já tradicional e que na versão moderna começou a se popularizar nos EUA e Reino Unido nos anos 1950.
O amor pelo levantamento de peso há muito tempo constrói irmandades por todo o Brasil. Mariani é um exemplo de atleta que fez muitas amizades por meio do powerlifting. A interação social é inevitável, inclusive estimulada, já que o apoio em cada competição assegura ao atleta uma dose a mais de motivação para vencer. “Espero um dia ter a chance de abrir um centro de treinamento para crianças e adolescentes carentes”, revela.
Sem investimentos e com recursos limitados, muitos powerlifters convocados para representar o Brasil no exterior são obrigados a recorrer ao crowdfunding (financiamento coletivo), uma alternativa que nem sempre tem um final feliz. Já houve inúmeros casos de esportistas que desistiram da competição porque receberam um número pífio de doações. Embora alguns tenham uma legião de seguidores, isso não garante sólidas contribuições. “É um esporte caro. É preciso investir muito em dieta, viagens e hospedagens. Um atleta não gasta menos de R$ 1,7 mil”, comenta Leonardo Fellipe que compete na categoria até 125kg e tem como principal inspiração o gigante russo Andrey Malanichev.
Além de evoluir como atleta de alta performance, Mariani quer construir um corpo mais forte e definido. E claro, sonha em se tornar um campeão mundial de powerlifting. O anseio de chegar ao topo já garantiu importantes premiações. “Espero me tornar uma das promessas do powerlifting brasileiro. Estou lutando para chegar lá”, avisa.
Títulos
Campeão da 1° Copa Rafa Crestani de Powerlifting, da World Association of Benchers and Deadlifters (WABDL), em Veranópolis (RS) em 2012.
Segundo lugar no Campeonato Brasileiro de Levantamento Terra, da International Powerlifting Federation (IPF), em São Paulo (SP) em 2012.
Campeão do 11º Campeonato Catarinense de Powerlifting, da International Powerlifting Federation (IPF), em São Bento do Sul (SC) em 2013.
Terceiro lugar no Campeonato Brasileiro de Powerlifting, da World Powerlifting Congress (WPC), em São Paulo (SP) em 2013.
Segundo lugar no Campeonato Brasileiro de Powerlifting, da International Powerlifting League (IPL), em São Paulo (SP) em 2013.
Serviço
Para entrar em contato com Leonardo Fellipe Mariani, basta ligar para (48) 9925-5200 ou enviar um e-mail para leonardofellipemariani@hotmail.com.
Ruas de Paranavaí foram criadas para beneficiar o setor agrícola
Planejamento urbano foi ofuscado pelo escoamento das produções
Como Paranavaí, no Noroeste do Paraná, foi fundada sob a égide da agricultura, as principais ruas e avenidas foram traçadas visando o escoamento das produções e não o desenvolvimento urbano. Prova de tal fato é que mesmo com o passar dos anos as vias foram asfaltadas, mas não redimensionadas para atender a demanda surgida com o progresso. Exemplos são as ruas e avenidas estreitas do centro da cidade.
As vias de alguns dos bairros mais tradicionais de Paranavaí, como o Jardim Ibirapuera, Jardim Iguaçu, Jardim Ouro Branco e região do Colégio Estadual de Paranavaí (CEP), também foram abertas para facilitar o transporte de café, arroz e outras culturas. “Paranavaí se ligava ao Porto São José, pra onde toda a produção era escoada até outros Estados [como Mato Grosso e São Paulo]”, revelou o agrimensor e pioneiro paranaense Ulisses Faria Bandeira em entrevista ao jornalista Saul Bogoni.
Segundo o pioneiro mineiro José Alves de Oliveira, conhecido como Zé do Bar, todas as estradas eram criadas para beneficiar o setor agrícola. “Lembro de uma que ia até a fazenda do agricultor Domingos de Almeida. Abriram ela por causa do café”, garantiu Zé do Bar em depoimento concedido ao escritor Paulo Marcelo Soares Silva no livro “História de Paranavaí”, lançado em 1988. Apesar da cidade ter vivido às voltas com a agricultura naquele tempo, o ápice do setor foi relativamente curto e logo a pecuária conquistou grande espaço.
O pioneiro curitibano e advogado Aldo Silva, em entrevista ao jornalista Saul Bogoni, deixou claro que em Paranavaí muitas fortunas foram feitas sob a ilegalidade. “Teve gente que se deu bem porque fazia muitos requerimentos de terras no próprio nome e também em nome de terceiros. Não respeitava o limite de 200 alqueires por família, determinado por lei”, reclamou. O grande número de posses se refletiu em maior influência política.
Assim é justo dizer que o planejamento urbano foi prejudicado porque priorizaram os interesses individuais de algumas famílias abastadas que controlavam a economia local. “Não tenho dúvida alguma quanto a isso. Era desejo de alguns latifundiários que a cidade preservasse suas características de colônia”, comentou o pioneiro cearense João Mariano.
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