David Arioch – Jornalismo Cultural

Jornalismo Cultural

Quando me tornei vegetariano…

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Arte: Vegan Solution

Não posso admitir que o meu paladar seja mais importante do que a preservação da vida animal (Arte: Vegan Solution)

Quando me tornei vegetariano, não tomei tal decisão pela minha saúde. Na realidade, cheguei a um momento da minha vida em que comecei a me sentir desconfortável consumindo alimentos de origem animal. Foi uma transformação natural, de dentro para fora. Eu nem mesmo tinha assistido qualquer documentário sobre o assunto. Comecei a pesquisar depois. Como pratico atividades físicas há muitos anos, tem quem associe isso à saúde, mas não, não tem nada a ver. Considero sim a dieta vegetariana bem saudável e percebi inúmeros benefícios. Ainda assim, esta não foi a minha motivação.

Levando em conta quem sou hoje, mais do que nunca, não posso admitir que o meu paladar seja mais importante do que a preservação da vida animal. Para mim, o especismo se tornou incômodo e isso veio num crescendo até que eu abdicasse completamente do consumo de alimentos de origem animal. Como sempre tive cães e gatos em casa, acho injusto da minha parte me alimentar de outro animal que esteja sobre a minha mesa mais por uma questão cultural do que essencial. Devo dizer que minha própria autoavaliação quanto ao meu papel como ser vivo, reforçada por algumas experiências, me influenciou muito.

Sim, escrevo sobre vegetarianismo e veganismo, até porque sou jornalista e gosto de escrever sobre tudo que me agrada. Mas meus artigos são fundamentados em pesquisas, com o propósito de lançar luz ao que pouca gente sabe a respeito do assunto. Tanto que decidi relacionar mais o vegetarianismo e o veganismo com a literatura, o que acaba por ser um exercício jornalístico. E meus contos sobre o assunto abordam basicamente o respeito e o direito à vida independente de espécie. Não tenho a menor intenção em obrigar alguém a ser vegetariano. Vocês jamais vão me ver “batendo boca” por causa disso.

Quando uma pessoa demonstra não ter o menor interesse, por que eu iria forçá-la a ler sobre o assunto? Minhas palavras sobre o tema são direcionadas a quem os recebe de bom grado, sem se armar. Sou um sujeito extremamente tranquilo quanto a isso. Em qualquer lugar onde vou, só converso sobre vegetarianismo e veganismo se o assunto surgir naturalmente, se eu for chamado para falar disso ou se me fizerem perguntas. Este é o tipo de pessoa que sou.

Written by David Arioch

September 11th, 2016 at 11:33 pm

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