Um dia e duas escapadas da morte
Escapei da morte duas vezes hoje. Fui para a casa do meu irmão em Cianorte hoje de manhã, conhecer a minha terceira sobrinha que nasceu esta semana. No caminho, perto de Rondon, uma caminhonete ultrapassou em local proibido e veio em minha direção. Só consegui evitar o choque porque joguei meu carro fora da pista, num descampado. E depois disso, o motorista seguiu seu caminho, sem se importar com o acidente que poderia ter custado a morte de várias pessoas.
Há pouco, na volta para casa, perto de Paraíso do Norte, eu dirigia tranquilamente, quando de repente um cachorro grande e preto invadiu a pista. Desviei e o carro começou a ziguezaguear pelo asfalto. Não consegui deixar de pensar no pior. No mínimo, eu me chocaria contra uma árvore ou capotaria em direção ao acostamento.
Ainda bem que meu carro é estável. E enquanto eu tentava recuperar o controle dele, só pensei na possibilidade de algum veículo vir na mão contrária, onde fui parar depois de segundos de terror. Repentinamente, o carro parou no meio da pista, esfumaçando e cheirando a pneu queimado. Fiquei tão atordoado que só quando desci do veículo me dei conta de que eu estava no centro da rodovia. O cachorro preto já tinha desaparecido. Não sei pra onde.
Depois dirigi até o acostamento, saí do carro e fiquei observando as inúmeras marcas na pista. Um motorista que vinha logo atrás veio conversar comigo, para saber se estava tudo bem. Realmente gente boa. Quem passar pelo mesmo local amanhã cedo, provavelmente pode suspeitar que alguém morreu naquele ontem, ou seja, hoje.