No caixa rápido
Na fila do caixa rápido, um idoso estava na minha frente com sua esposa. Quando perguntei sua idade, ele me contou que tem 93 anos e sua senhora tem 92. De estatura baixa e silenciosos, os dois pareciam inexistir para toda aquela gente. Como a fila do caixa preferencial estava longe e também não era pequena, caminhei até o rapaz que encabeçava a fila do caixa rápido e pedi para ele deixar o casal passar. Todo mundo ficou me olhando, mas não notei nenhuma expressão de reprovação ou comentário negativo.
Logo o casal atravessou a fila carregando uma cestinha e uma bolsa ecológica. Depois que saíram do caixa, o senhor colocou a bolsa no chão, limpou as lentes dos óculos, ergueu o braço e sorriu, me cumprimentando mais uma vez. Lá fora, assisti ele abrindo a porta do carro para sua esposa. Ela entrou, ele perguntou se ela estava confortável, deu-lhe um beijo na fronte e fechou a porta. Então os dois partiram em um carro que atrás trazia um adesivo escrito “Abrace a vida mesmo quando ela não puder abraçá-lo”.