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Mark Greenway: “Me tornei vegetariano e nunca mais olhei para trás”

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Barney é o vocalista da banda de metal extremo Napalm Death, pioneira do subgênero grindcore

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Greenway: “Vi um vídeo na escola sobre um matadouro. Daquele dia em diante, nunca mais consegui comer carne” (Foto: Mathieu Drouet)

Vegetariano desde os 14 anos, o inglês Mark “Barney” Greenway é o vocalista da banda de metal extremo Napalm Death, pioneira do grindcore. Ainda muito jovem, Greenway já era um ativista em favor dos direitos animais, inclusive discursando contra o consumo de couro e contra a fabricação de produtos que usam animais como cobaias.

“Vi um vídeo na escola sobre um matadouro. Daquele dia em diante, não consegui mais comer carne. Me tornei vegetariano e nunca mais olhei para trás. Eu tinha 100% de certeza de que eu seria vegetariano a minha vida toda. Mesmo depois de muitos anos, vejo que a realidade ainda não mudou”, informa.

Greenway, que mais tarde se tornou vegano, cita o fato de que vacas ainda são abatidas com captive bolt pistols, tiros de pistolas que penetram parafusos em suas cabeças. Imagens como essa o chocaram e o motivaram a abandonar o consumo de carne. “Faz muitos e muitos anos que não uso nenhum tipo de produto testado em animais. Sou um membro da Peta desde os meus primeiros dias [como vegetariano], e eu recebo muitas informações deles, e isso sempre foi muito útil para mim”, diz.

Em 1997, o Napalm Death lançou o EP “In Tongues We Speak” em parceria com a banda de metalcore estadunidense Coalesce. Das quatro composições, “Food Chains” se destaca por falar sobre os direitos animais a partir da perspectiva de que aquilo que as pessoas chamam de “comida”, era antes de tudo um animal que foi subjugado, preso contra a sua própria vontade. Em uma das passagens, Barney berra: “Tão sem conhecimento em seu anonimato/Porque quando você está marcado para a morte/Os ouvidos se apagam aos gritos.”

Quando escreve sobre os direitos animais, Barney gosta de criar jogos de palavras, recurso que ele considera mais eficaz para atingir o ouvinte. “Minha intenção é fazer com que o ser humano se coloque no lugar do animal. Talvez quando uma vaca acordar pela manhã, ele veja um parafuso em sua cabeça. Uma galinha de aviário passa a vida toda em uma gaiola. É uma vida miserável”, lamenta.

Greenway admite que adoraria se todas as pessoas do mundo se tornassem vegetarianas, porém acrescenta que não seria um prospecto realista, pelo menos da noite para o dia. Ainda assim, Barney crê que não há outro caminho que não seja a abolição das fazendas industriais. “As fazendas industriais são brutais. Os animais que nascem lá não têm a sua qualidade de vida diminuída. Na realidade, eles não têm qualquer tipo de qualidade de vida”, reclama.

Mesmo crente de que o mundo seria melhor se todos fossem vegetarianos, o vocalista inglês deixa claro que não se exalta diante de quem não é vegetariano. Por outro lado, acredita que as pessoas devem ser educadas em todos os níveis. “Eles precisam saber de onde vem sua comida”, justifica. Barney perdeu as contas de quantos fãs do Napalm Death se tornaram vegetarianos depois de ouvir suas músicas. “O que é absolutamente fantástico. É por isso que a música é uma ferramenta tão poderosa”, avalia.

Saiba Mais

Mark “Barney” Greenway nasceu em Great Barr, Birmingham, na Inglaterra, em 13 de julho de 1969.  É conhecido por apoiar muitas causas em defesa dos direitos animais.

Referências

http://www.peta2.com/heroes/napalm-death/

http://www.blabbermouth.net/news/napalm-death-frontman-talks-new-album-animal-rights-and-illegal-music-downloading/

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2 Responses to 'Mark Greenway: “Me tornei vegetariano e nunca mais olhei para trás”'

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  1. Mais um compartilhado rs! Obrigada!

    Erika Villani

    19 Jan 17 at 11:50 am

  2. De nada, Erika!

    David Arioch

    7 Apr 17 at 11:04 pm

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