Veganismo e musculação, um pouco da minha história
Comecei a abandonar a carne em 2012, mas ocasionalmente eu ainda comia alguma coisa nem que fosse uma vez por mês (como cito na minha crônica/conto “O Chamado dos Animais”), inclusive por anos eu tive um blog de culinária maromba com centenas de receitas. Era um blog praticamente ovolactovegetariano, e acabei abandonando também porque foi perdendo o sentido para mim, mesmo depois de tanto tempo dedicado. Eu não me via nem como vegetariano, apenas como alguém que não queria mais comer carne. Foi uma mudança interna mesmo, e que só comecei a entender depois.
Vivi dessa forma, tendo laticínios e ovos como minhas principais fontes de proteínas até 2015, quando me tornei vegetariano e logo em seguida vegano. Foi diferente para mim, não nego, porque eu tinha uma alimentação com alta ingestão de proteínas, e quase todas as minhas receitas eram baseadas nesses ingredientes. E quem pratica musculação há muito tempo, sabe como somos bombardeados com essa ideia de que sem proteínas de origem animal, você já era.
Ainda assim, não me importei, porque não me tornei vegano pensando em mim, mas sim nos animais. Continuei treinando. Em 2016, segui minha rotina na academia, mas sem objetivo definido. Queria só levantar peso por prazer, então acabou por ser uma prática mais terapêutica e de manutenção de massa muscular. Não tive nenhuma grande perda nesse sentido porque me tornei vegano. Apenas achei melhor deixar as coisas acontecerem naturalmente. Não me preocupei muito com proteínas e com outras coisas que me apeteciam quando eu ainda consumia ovos e laticínios. Também não perdi força nem disposição. Só senti alguns pequenos desconfortos nas articulações, mas por motivos bem específicos.
Hoje, além de ter certeza que escolhi o melhor caminho, não recomendo a alimentação com ingredientes de origem animal. Sei que tenho capacidade de alcançar inclusive objetivos estéticos diferenciados com a alimentação vegana, mesmo depois de dez anos de musculação.
Em 2017, pretendo transformar meu corpo em um laboratório natural (já que não uso esteroides anabolizantes) para provar como o veganismo pode ser ainda mais transformador e alentador para quem, assim como eu, gosta de musculação. E, claro, para além dos aspectos morais e éticos do não consumo de ingredientes de origem animal. Ou seja, além de muitos novos textos, acredito que vem aí mais hipertrofia e mais qualidade muscular.