David Arioch – Jornalismo Cultural

Jornalismo Cultural

Dirk Verbeuren: “Sou vegetariano porque não gosto da forma como os animais são tratados”

without comments

“Eu não poderia continuar fazendo parte disso. Cada criatura viva tem o direito de ser tratada eticamente”

maxresdefault

Dirk Verbeuren é vegetariano e defende os direitos animais (Foto: Peta)

O belga Dirk Verbeuren, que foi baterista da banda sueca de death metal melódico Soilwork, com quem gravou cinco álbuns e um EP entre os anos de 2005 e 2015, ingressou na banda Megadeth em 2016, a convite do vocalista e guitarrista Dave Mustaine. Embora seja bem conhecido no cenário do heavy metal, muita gente não sabe que Verbeuren é vegetariano, defende os direitos animais e tem uma banda em que aborda o tema.

Em entrevista a Tarja Virmakari, do Metal Shock Finland, o baterista contou que decidiu fundar o projeto de grindcore Bent Sea em 2011 como um veículo de divulgação de suas ideias sociopolíticas, incluindo os direitos animais. Sua iniciativa foi influenciada por bandas que o marcaram na adolescência, como Napalm Death, D.R.I. e Extreme Noise Terror.

“Sou vegetariano porque não gosto da forma como a carne é produzida, e como a maioria dos animais são tratados neste planeta. É uma causa em que acredito e é disso que falo na música ‘Dead Meat’ [que faz parte do EP Nostalgia, de 2011]. Todo mundo pode comer o que bem entender, mas talvez eu possa inspirar algumas pessoas a pensarem sobre algumas dessas questões”, justificou. O EP é baseado em críticas contundentes, principalmente no que diz respeito ao comprometimento do meio ambiente.

Logo no início, o Bent Sea contou com a participação do vocalista belga Sven de Caluwe, da banda Aborted, e do multi-instrumentista canadense Devin Townsend. Depois o lendário baixista britânico Shane Embury, do Napalm Death, também ingressou no projeto de grindcore. Colaborador da organização Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais (Peta), Verbeuren gravou com o Bent Sea os splits “Double Penetration”, com o Torture Division em 2013; “Animalist”, com o Usurpress em 2014; e “Ascend”, com o To Dust em 2014.

dirk

Verbeuren é baterista do Megadeth desde 2016 (Foto: Divulgação)

Em entrevista publicada em 6 de março de 2013, Dirk Verbeuren afirmou a Dane Prokofiev, da New Noise Magazine, que os oceanos estão mais ameaçados do que nunca pela poluição e pela pesca excessiva, e lamentou que aqueles que estão no poder não estão tomando as medidas necessárias para preservar o equilíbrio dos oceanos. Ingenuamente, o músico acreditava que havia regulamentações e leis para proteger o mar aberto.

Por isso, ele sugere que as pessoas assistam ao filme “Shark Water”, do canadense Rob Stewart, lançado em 2006. A obra mostra o quão visceralmente diferente e deprimente é a realidade dos oceanos e de espécies marinhas como os tubarões – afetados diretamente pela ganância humana. “O oceano é um lugar onde as pessoas pegam tudo que querem sem assumir qualquer responsabilidade. É muito fácil fechar os olhos para algo que não faz parte de nossas vidas diárias. Mas todos podemos dar pequenos passos para fazer uma enorme diferença. Por exemplo, boicotando as empresas envolvidas nisso”, recomenda.

Fatos como esse tiveram tanto impacto na consciência de Verbeuren e dos outros integrantes da banda sueca Soilwork que em 2013 eles lançaram o álbum “The Living Infinite”, que aborda a importância da vida marinha. “Ele ecoa a vastidão e a riqueza da nossa principal fonte de inspiração – o oceano”, declarou a Alexandra Furnea, do Maximum Rock em entrevista publicada em 4 de março de 2013. O músico belga admite que se sente na obrigação de conscientizar as pessoas sobre a importância de se proteger os oceanos, um mundo subaquático ainda pouco conhecido pela humanidade.

“Felizmente as pessoas estão percebendo que se o frágil equilíbrio dos ecossistemas subaquáticos for destruído, a vida humana na Terra se tornará impossível”, disse ao Maximum Rock. Em entrevista a Susan do Metal Storm em 7 de abril de 2013, Dirk Verbeuren, que vive em Los Angeles, nos Estados Unidos, confidenciou que para ele é muito fácil encontrar comida vegetariana hoje em dia.

“Em Los Angeles há toneladas de comida vegetariana. Amo comida tailandesa, coisas com arroz, talharim e muitos vegetais. Amo o sabor tailandês com coco. Também aprendi a apreciar a comida mexicana vivendo na Califórnia”, revelou.

Em um vídeo lançado pela Peta em 8 de agosto de 2013, Verbeuren aparece sorrindo e empolgado ao falar do seu estilo de vida vegetariano. “Eu provavelmente tinha quatro ou cinco anos, e acidentalmente matei uma mosca e comecei a chorar. Fiquei muito triste por tê-la matado, então acredito que sempre tive compaixão pelos animais. Não acho que qualquer animal deva ser tratado da forma como eles são tratados pela indústria. Então eu não poderia continuar fazendo parte disso. Cada criatura viva tem o direito de ser tratada eticamente”, argumentou.

Referências

https://metalshockfinland.com/2012/01/13/interview-with-dirk-verbeuren-bent-sea-do-not-preach-but-they-certainly-arent-afraid-to-blast-it-from-the-rooftops/

http://newnoisemagazine.com/interview-w-soilwork-by-dane-prokofiev/

http://maximumrock.ro/soilwork-the-ocean-has-been-our-most-important-source-of-inspiration-on-the-living-infinite/

http://www.metalstorm.net/pub/interview.php?interview_id=672

Contribuição

Este é um blog independente, caso queira contribuir com o meu trabalho, você pode fazer uma doação clicando no botão doar:





Leave a Reply