David Arioch – Jornalismo Cultural

Jornalismo Cultural

Archive for July, 2017

Não preciso de proteínas de origem animal

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Há muitas opções de proteínas no mundo vegetal

Assim como muitos praticantes de musculação, já achei essencial o consumo de proteínas de origem animal (eu consumia mais ovos e laticínios – incluindo albumina, whey protein, caseína e outros tipos de proteína time-release). Afinal, nada melhor do que se empanturrar de proteína animal para ganhar massa muscular, não é mesmo? Já fazia exames periódicos, e tudo ia bem, claramente. Sendo assim, eu pensava:

“Estou no caminho certo! Saúde 100%.” Mas a diferença é que eu era muito jovem. E do tipo que consumia no mínimo 40 gramas de proteínas de origem animal por refeição, mas chegando a 60 gramas, dependendo. Parece muito? Tem gente que consome muito mais do que isso e pesando inclusive menos do que eu pesava. E quem disse que as consequências de se empanturrar de proteína animal surgiriam em curto prazo?

Mesmo que esse não seja o motivo de eu ter me tornado vegetariano e depois vegano, optei por me manter bem distante das proteínas de origem animal também por entender que não preciso disso para alcançar qualquer objetivo que custe a vida dos animais, além de consequências desnecessárias que não quis conhecer em longo prazo. Claro que tem muita gente que pratica musculação e que não dá a mínima para a própria saúde, se limitando a uma motivação estética. Então para essas pessoas, a crença predominante é de que “mais é sempre mais”, se isso as levar a algum lugar.

Mas eu sou do tipo que nunca colocaria isso acima da saúde. Fora que o consumo acentuado de proteína não beneficia ninguém mais do que a indústria alimentícia e os fabricantes de suplementos alimentares. Afinal, como vender proteína sem fazer a população acreditar que ela sempre precisa de mais do que o necessário? Quem critica o culto ao consumo acentuado de proteína são pessoas que não ganham nada com isso. Afinal, eles estão te incentivando a economizar dinheiro, não a gastar, como faz a indústria da proteína animal.

Vivemos numa época em que proteína animal virou um símbolo romântico do ser humano capaz de romper barreiras genéticas e superar a si mesmo simplesmente consumindo muita proteína animal. Esse é o lema de muitos jovens que povoam as academias do mundo afora. Eu? Não acredito em nada disso, porque sei que não é verdade. Talvez faça sentido se você conciliar muita proteína animal com esteroides anabolizantes, mas daí é um risco de dois espectros que cabe a você decidir se vale a pena. Conheço meus limites naturais, e eles são tranquilamente satisfeitos com a riqueza do mundo vegetal.

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Written by David Arioch

July 28th, 2017 at 8:33 pm

“Agora fiquei até com vontade de ser pai”

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“O semblante não era o mesmo. Quem era aquela criança que tomou o seu lugar?” (Desenho: Nino Andaresta)

Em uma loja, enquanto eu aguardava atendimento, observei um bebê em um bebê conforto ao lado do balcão. Tão lindo com aqueles olhinhos serenos e geometricamente redondos de anime. Sorria sem parar enquanto balançava as mãozinhas e as perninhas curtas simulando bicicletinha. Lindo de ver! Expondo o umbiguinho para fora da camisetinha verde com estampa do Hulk. Vez ou outra, soltava algum gritinho suave, empolgado observando coelhinhos de pelúcia pouco acima de sua cabeça.

— Que linda inocência! Que beleza de criança! Que doçura!
— Agora fiquei até com vontade de ser pai. Que coisinha linda e hipnotizante.

O bebê continuava simulando bicicletinha. Um verdadeiro atleta.

— Esse vai gostar muito de se exercitar. Não tenho dúvida disso!

Fui surpreendido. A criança sorriu pra mim, um daqueles sorrisos raros de comerciais de TV, do tipo enviesado.

— Preciso ser pai, cara! Quero isso na minha vida – monologuei.

Ainda bem que ninguém percebeu que falei mais alto do que imaginei.

Era incrível ver aquele pequeno ser cheio de vida, de vontade de existir. Um mundo de infinitas possibilidades se abria diante dele.

— Esse vai conquistar o mundo, parece bem peculiar.
— Nossa! Preciso ser pai, cara! Isso é demais!

De repente, os olhos da criança mudaram, enturveceram. Pressionou uma mãozinha contra a outra, como se estivesse prestes a esmagar os próprios dedinhos. As bicicletinhas d’antes se transformaram em golpes violentos no ar.

O semblante não era o mesmo. Quem era aquela criança que tomou o seu lugar?

Me afastei a passos cuidadosos quando o bebê começou a gritar e a dar violentas cabeçadas no bebê conforto. Uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove cabeçadas consecutivas.

— Diabeisso! O que está acontecendo aqui? — pensei, mas não falei.

Preocupado, olhei em volta. Ninguém me olhava. Ainda bem. Assim ninguém acharia que tive algo a ver com a infanta fúria. A criança berrava cada vez mais alto. Que vozeirão sinistro!

— Desse jeito, vai cantar death metal – concluí.

Eu não sabia mais se me afastava ou se me aproximava. Por pouco, a criança não vira o bebê conforto com a força das cabeçadas e dos chutes no ar. Até que sua mãe chegou.

— Não quero mais ser pai. Deixa quieto.

E a vontade passou.

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July 28th, 2017 at 1:13 am

O veto de Geraldo Alckmin ao projeto que garantiria o fim do uso de animais vivos em instituições de ensino

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Uso de animais no ensino é totalmente desnecessário hoje em dia

Projeto de autoria do deputado estadual Feliciano Filho (PSC), disponível em https://www.al.sp.gov.br/propositura/?id=1110256, que garantiria o fim do uso de animais vivos em escolas e universidades de São Paulo, foi vetado ontem por Geraldo Alckmin. Em publicação no Diário Oficial, o governador simplesmente alegou que o tema não é de competência do Estado de São Paulo, já que é tratado e regulamentado em âmbito federal, por meio do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea).

Mesmo apresentando argumentos consistentes e óbvios de que é possível qualificar bons profissionais e realizar experiências sem o uso de animais, seguindo o exemplo de instituições de ensino dos Estados Unidos, Canadá, Alemanha e Inglaterra, o projeto foi desconsiderado por Alckmin, que parece ignorar o fato de que estamos em 2017 e há inúmeras alternativas sem o uso de animais vivos. As mais comuns são o uso de manequins e cadáveres. Ou seja, ele poderia ter demonstrado mais boa vontade em discutir e entender melhor o projeto que envolve o destino de muitos animais de várias espécies.

É importante ter a compreensão de que os animais não estão disponíveis para serem condicionados aos nossos interesses, de acordo com a perspectiva dos direitos animais. Na literatura científica, há bons exemplos do quanto isso é desnecessário e anacrônico hoje em dia. Em síntese, representa uma falta de visão em direção ao futuro, já que há tantas iniciativas voltadas para garantir, de fato, o verdadeiro bem-estar animal. E claro, talvez haja algum tipo de lobby nesse meio também.

Em março de 2016, uma matéria publicada pela USP, já mostrou o quanto tais práticas são desnecessárias. Infelizmente, ainda assim, o governador Geraldo Alckmin diz em julho de 2017 que é necessário o uso de animais vivos em escolas e universidades. Esses políticos agem de má-fé ou desconhecem a realidade, ou os dois.

Novos métodos substituem o uso de animais vivos nas aulas de veterinária

 

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July 27th, 2017 at 1:19 pm

“Por que o senhor chama a ditadura de revolução?”

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Imagem: Canal Notícias Comentadas (https://www.youtube.com/watch?v=eh4NMsN4Sm4)

Conversando, com um amigo, do nada ele me falou que com o retorno da ditadura tudo iria melhorar no Brasil. Achei melhor ficar calado, sorrir e seguir o meu caminho. Há momentos em que não é difícil perceber que o silêncio diz mais do que qualquer palavra, apesar do clichê.

Isso me lembrou das vezes em que, entrevistando pessoas idosas, principalmente homens, alguns se referiram à ditadura como revolução. Assim, é sempre difícil não suspeitar que tenham sido simpatizantes do Golpe de 1964. Um dia, quando um senhor me disse isso, perguntei:

— Por que o senhor chama a ditadura de revolução?
— Porque foi uma verdadeira revolução. Tudo melhorou.
— Sério?
— Sim…
— Então fale isso para o meu tio que levou uma camaçada de pau e foi preso porque estava tocando violão em frente de casa numa noite de 1978.

Ademais, quem quiser conhecer as muitas histórias de corrupção nos tempos da ditadura, recomendo os livros “A Chave do Tesouro”, “Os Mandarins da República” e “A Dupla Face da Corrupção”, os três publicados pelo economista José Carlos de Assis, vencedor do Prêmio Esso de Jornalismo em 1983. Outra boa referência sobre a ditadura militar é o documentário “O Dia que Durou 21 Anos”, de Camilo Tavares, lançado em 2013.

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Written by David Arioch

July 27th, 2017 at 12:37 pm

Os perigos das dietas que demonizam os carboidratos e incentivam o alto consumo de proteínas de origem animal

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Tirinha clássica e perspicaz do blog Bizarro Comic

Sobre as dietas de perda de peso, as pessoas usam duas abordagens que não funcionam a longo prazo. Então é claro que elas dizem que dietas não funcionam. Uma abordagem é tentar ficar sem comer e sentir fome o tempo todo. Essas são dietas de porções controladas, dietas típicas que as pessoas seguem. Não funciona porque você sente fome o tempo todo, e não se pode tolerar esse tipo de dor.

As alternativas são as dietas “torne-se um doente”. E essas são as dietas de alta proteína de origem animal, alta gordura e baixo carboidrato. Nos últimos anos surgiram muitas dietas afirmando que comer pouco carboidrato e muita proteína animal ajuda a perder peso. Tudo orquestrado por campanhas publicitárias multimilionárias e pelo endosso de celebridades [que lucram com isso]. Como resultado, a maioria das pessoas hoje associa carboidrato a ganho de peso.

Dietas com pouco carboidrato deixam você doente [um exemplo é a baixa na imunidade]. Como resultado, todo o seu corpo fica doente, [com riscos de] doenças arteriais e danos nos rins, no fígado e assim por diante. Elas aumentam a mortalidade. Isso já foi mostrado inúmeras vezes nos grandes estudos. Mas elas também o deixam doente de forma que faz você perder o apetite. A pessoa diz: “Finalmente encontre a solução!” E então você entra em cetose e perde o apetite. Como resultado, pode se sustentar sem pensar em comida o tempo todo. Porque você está doente. Essas dietas são perigosas, e as pessoas não deveriam segui-las.

Em 1973, Rob Atkins publicou seu primeiro livro no qual ele argumentava que o problema não era com a gordura, o problema não era com a proteína. Segundo ele, o problema era que consumíamos carboidratos demais. E ele defendeu este argumento. E depois, muitas outras pessoas escreveram a mesma coisa. A Dieta de South Beach é apenas uma cópia, na maior parte, da Dieta Atkins.

A Dieta das Zonas é uma cópia, e a Dieta do Tipo Sanguíneo, em muitos aspectos, também é uma cópia. Calorias Boas, Calorias Ruins, de Gary Taubes, a mesma coisa. Até mesmo Michael Pollan, devo dizer, o Dilema do Onívoro, é uma cópia. E a Dieta Paleo, tão popular hoje em dia, é só uma cópia.

São erros e fraudes em dietas comerciais com nomes diferentes, e podem cuspir diferentes argumentos sobre o porquê de aquilo estar certo, mas estão todos errados. Isso é escrito por pessoas, devo dizer, que não têm experiência nesse campo de pesquisa nutricional, e ponto. A maioria nunca publicou um artigo sequer na literatura científica.

Bem, como você sabe, as maiores mentiras do mundo são aquelas que têm um fundo de verdade. Todos sabemos disso. É uma grande tática. É verdade, concordo que devemos cortar os carboidratos, mas os carboidratos simples. Isso está fora do contexto geral. Você sabe, açúcar, farinha branca. Isso faz sentido. Neste caso, tem um fundo de verdade. Mas eles nem sempre destacam isso. Apenas dizem: low carb, low carb, low carb.

Todos querem ouvir boas notícias sobre seus maus hábitos. Então quando você diz às pessoas que elas podem comer quanta lagosta quiserem, podem comer bife com ovos, alguns incluem laticínios, outros não. Isso soa agradável para as pessoas porque parece menos restritivo.  Algumas das pessoas que estão falando sobre dietas com poucos carboidratos não têm habilidades para avaliar informações científicas. Escute, esqueça o que você gosta ou não gosta. Pense no seu objetivo.

John McDougall, médico especialista em nutrição e autor do livro “The Starch Solution”.

T. Colin Campbell, bioquímico e doutor em nutrição, que estudou as implicações do consumo de alimentos de origem animal por 20 anos. Em 2005, o seu trabalho foi transformado no livro “The China Study”.

Pamela A. Popper, doutora em nutrição e fundadora do Fórum Wellness.

Excertos de depoimentos do documentário “Food Choices”, de Michal Siewierski.

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Como o McDonald’s é apelão

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Além dos males há saúde, há também o envolvimento com a exploração animal

Como o McDonald’s é apelão. Vi há pouco um novo comercial deles, fazendo parecer que os alimentos usados no McDoença Feliz são orgânicos. Gente colhendo tomates em uma cestinha, e daqueles mais visualmente atrativos do que os do pós-impressionismo de Cézanne. E acho que não preciso dizer que muitos compram essa ideia.





Written by David Arioch

July 26th, 2017 at 9:44 pm

Um exemplo de simplicidade e sensibilidade

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Arte: John Lautermilch

Fui na Vila Alta conversar com uma senhora que teve o marido assassinado com um tiro na cabeça em um bar. Ele foi usado como escudo em um acerto de contas entre jovens envolvidos com o narcotráfico. Me surpreendeu a simplicidade dela, uma pessoa de fala mansa que não sente raiva nem ódio de ninguém, mesmo depois de uma tragédia. Me disse que gostaria apenas que as pessoas parassem de se matar em vez de destruir a própria vida e a dos outros.





Written by David Arioch

July 26th, 2017 at 9:38 pm

Um corpo bonito nem sempre significa saúde

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Mentiras normalmente são motivadas por lucro e status

Outra coisa que a indústria da propaganda conseguiu incutir na mente das pessoas – a ideia de que um corpo bonito sempre significa saúde. Não, um corpo bonito nem sempre significa saúde, ainda mais em uma sociedade onde há pessoas que fazem de tudo para serem esteticamente “perfeitas”. Claro que há pessoas com corpos bonitos que são muito saudáveis e exemplares. Mas é importante ter em mente que também há muitas pessoas com um belo físico vendendo um estilo de vida saudável que na realidade não condiz com o que vivem. Transformar o corpo em um laboratório é uma opção pessoal, mas isso se torna um problema quando essa realidade é velada para ajudar a alimentar uma indústria desonesta que vende mentiras e ilusões.

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Written by David Arioch

July 26th, 2017 at 9:34 pm

“Ah, você fica publicando esses textos criticando o consumo de carne, leite e ovos”

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Ah, você fica publicando esses textos criticando o consumo de carne, leite e ovos. Mas então por que pouca gente sabe disso, e não sai na TV, na grande mídia? Parece teoria da conspiração.

Arte: Sue Coe

— Isso não sai na grande mídia por um motivo óbvio. Significaria perder grandes anunciantes. Acredito que há veículos que poderiam até fechar suas portas dependendo do tipo de contrato e da duração. Ou você acha que é fácil bater de frente com um mercado que movimenta trilhões? Só o mercado global de carne bovina prevê uma receita de 2,1 trilhões de dólares até 2020. Ir contra a indústria da exploração animal é um trabalho de resistência. Isso significa lutar contra toda uma publicidade que começou a ser desenvolvida massivamente após a Revolução Industrial. Além disso, enquanto se publica uma pesquisa honesta criticando o que existe de errado nesse meio, surgem até dez sob encomenda tentando desqualificar esse trabalho. O único momento em que a mídia volta sua atenção para a realidade da indústria da exploração animal é quando surge algum escândalo, então é claro que eles são obrigados a se manifestarem. Do contrário, perdem credibilidade. Porém, isso também não significa que estejam simplesmente defendendo os interesses da população. Só pra ter uma ideia, no primeiro semestre de 2016 a JBS e a BRF investiram sozinhas 1,2 bilhão de reais em publicidade veiculada no Brasil. Sendo assim, o potencial de dissimulação da realidade a respeito dos produtos de origem animal é sempre maior do que o da verdade. Cada um tem o direito de acreditar no que quiser, obviamente. Prefiro me juntar àqueles que não enchem os bolsos de dinheiro às custas da exploração de seres vivos incapazes de reivindicar o direito à vida.

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Super bois, animais que chegam a ultrapassar uma tonelada

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Super bois, animais transformados em monstros

Super bois – animais que estão sendo criados para alimentar a alta demanda do consumo de carne. Comem pouco, mas ganham peso rapidamente. Bois que chegam a ultrapassar uma tonelada. Não imagino como deve ser a vida de um animal desse, totalmente distante da sua natureza. Estrutura e densidade óssea, assim como estrutura e densidade muscular, visivelmente desproporcionais. Quem já viu um boi extremamente pesado sabe como pode ser tortuoso para ele o ato de se locomover. E por outro lado, há que se considerar também que as pessoas já estão consumindo esse tipo de carne, e devem consumir mais ainda nos próximos anos. Muitos dizem e dirão que isso é normal.

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