Mastite e a exploração de vacas
Você percebe mais uma vez como estamos imersos em uma cultura especista, que encara os animais não humanos como nada mais do que produtos, quando cientistas ligados à saúde animal apontam como principal prejuízo da mastite, uma grave inflamação das glândulas mamárias, a queda na produção de leite da vaca.
Será que a saúde da vaca deveria ficar em segundo plano? Não em uma perspectiva mais justa. Li um artigo sobre produção de leite e contagem de células somáticas em vacas leiteiras intitulado “Milk Production and Somatic Cell Counts: A Cow-Level Analysis”, de J.K. Hand, A. Godkin e D.F. Kelton, publicado no Journal of Dairy Science.
Nesse trabalho, os pesquisadores citam como piores consequências da mastite a baixa na produção, o que consequentemente leva ao “descarte” (esta foi a palavra usada) das vacas. Sim, as vacas que não atingem sua meta na produção de leite são mortas.
Também são citados os “grandes” e indesejados gastos com tratamento de infecções severas. Curiosamente, muitas das infecções que atingem as vacas estão associadas ao ritmo de exploração industrial. Ou seja, o ser humano gera o problema e ainda age como se o prejuízo fosse provocado pela vaca.