David Arioch – Jornalismo Cultural

Jornalismo Cultural

Breve reflexão sobre o ódio

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Pintura: Volodya Hubanov

 

Tenho altos e baixos como qualquer ser humano, mas realmente não costumo nutrir ódio pelas pessoas. Isso faz de mim um ser humano melhor? Não sei, porque não penso criteriosamente a respeito. Porém, creio que o ódio demanda tempo e energia, e honestamente não vejo como me dedicar a isso pode ser positivo. Afinal, odiar também é um exercício, e como todo exercício é preciso despender algo.

Ademais, o ódio, como desdobramento da passionalidade, também pode ser uma forma de impermanência ou fragilidade consubstanciada, e como tudo que é negativamente consubstanciado te priva de algo se você não se esforçar para observar além ou entender que isso naturalmente pode ter mais implicações para você do que para o objeto do seu ódio.

Sendo assim, creio que, de fato, o ódio, para além de ser um agente limitador, não me parece um bom motivador se excita em mim algum tipo de paixão virulenta que me priva da razoabilidade ou mesmo da racionalização. Odiar me parece desnecessariamente laborioso e contraproducente. Há que se considerar também o fato de que o ódio em longo prazo pode ser um agente corrosivo, e mesmo um gatilho de doenças psicossomáticas.

 





Written by David Arioch

May 13th, 2018 at 12:19 am

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