Dono de mercado de peixes desiste de vender um polvo depois de perceber a inteligência do animal
Experiência brincando de “esconde-esconde” com um polvo em Fiji motivou o empresário a libertá-lo
Na semana passada, Giovanni DeGarimore, dono do mercado de peixes Giovanni’s, em Morro Bay, na Califórnia, mudou de ideia sobre a venda de um polvo depois de perceber a inteligência do animal, que provavelmente seria servido no jantar de alguém.
Em entrevista ao San Luis Obispo Tribune, DeGarimore comentou que há pouco tempo estava mergulhando em Fiji quando encontrou um polvo que “brincou com ele de esconde-esconde” por 15 minutos. Giovanni DeGarimore reconheceu que não poderia mais comercializar polvos, seres que qualificou como “magníficos e indiscutivelmente conscientes”.
O polvo de mais de 31 quilos chegou ao Giovanni’s em 14 de maio, recebeu o nome de Fred e passou alguns dias em um tanque antes de ser devolvido à natureza, um local seguro onde não corre o risco de ser capturado novamente.
Há anos a senciência e a inteligência dos polvos deixou de ser uma novidade. Em 2009, a Scientific American publicou o artigo “Are Octopus Smart?”, em que a pesquisadora e especialista em polvos Jennifer Mather explicou que polvos são seres inteligentes com capacidade de assimilar novas informações e usá-las em seu benefício.
“Os polvos participam de brincadeiras e têm personalidades distintas. O complexo ambiente dos recifes tropicais provavelmente ajudou a estimular sua inteligência. Há uma enorme variedade de situações, muitos tipos de presas, muitos predadores e, se você não for blindado, é melhor ser esperto”, informou Jennifer.
Quem sabe, no futuro Giovanni DeGarimore estenda essa empatia aos outros animais comercializados no Giovanni’s, quando descobrir que peixes também são seres sencientes, inteligentes e sociáveis, de acordo com a pesquisa “Fish Intelligence, Sentience and Ethics”, do professor Cullum Brown, do Departamento de Ciências Biológicas da Macquarie University, em Sidney, publicada recentemente na revista Animal Cognition; e com o livro “Do Fish Feel Pain?” da bióloga Victoria Braithwaite, professora da Universidade Estadual da Pensilvânia.