“A Streetcar Named Desire” e Elia Kazan
A Streetcar Named Desire”, de 1951, que no Brasil recebeu o nome de “Uma Rua Chamada Pecado”. É um dos filmes mais icônicos de Elia Kazan, se não o mais – marcado pela tríplice desejo, tragédia e morte. Kazan foi um genial e polêmico artista, que concebia suas obras sob a perspectiva do realismo socialista norte-americano. Foi acusado de entregar colegas de trabalho durante o macartismo. Quando morreu, aos 94 anos, já não gozava do prestígio do auge da carreira eternizada por películas inesquecíveis como “A Streetcar Named Desire”.
Nos anos 1990, Kazan, um turco de origem grega que adotou os Estados Unidos como lar, foi alvo de críticas severas de atores conceituados como Sean Penn, Ed Harris, Richard Dreyfuss, Holly Hunter e Nick Nolte pelo que fez no passado. Até hoje há controvérsias sobre a contribuição de Kazan à lista negra do Comitê de Investigação de Atividades Antiamericanas do Senado dos Estados Unidos. Partiu, mas deixou um legado que influenciou o cinema de Francis Ford Coppola, John Cassavetes e Martin Scorsese. Para muitos, um ótimo cineasta, para outros, um traidor; pra mim, também um bom escritor, autor de “America, America”, um livro tornado filme que há muito tempo conheci acidentalmente em um sebo.