A cabeça queimava, mas era a alma que latejava
A cabeça queimava, mas era a alma que latejava. Trazia velhas novas lembranças do que não foi. Poderia, poderia, mas não foi – ecoava. Fechava os olhos, um sonho presente que anestesiava e alimentava – também ludibriava.
Assim vive-se várias vidas, não importando distinção, realidade, ilusão. Movia-se para dentro da consciência, mas cuidadosamente atalhando a razão, porque a razão poderia suplantar a unção pela inação. Torpor, não. Perfume, sons, e a ideia de que tudo que se move morre e desmorre.
“O perfume é mais forte que a voz. Ou a voz é mais forte que o perfume. Depende. O tempo dilui o som que da memória arrebata. Ou o perfume que desvanece na celeridade da contra vontade?” – refletia – não sabia. Achava a vida fascinante, estranha, intrigante. Dependia do dia.