Vou apertar o 13
Vou apertar o 13 com a consciência tranquila de que fiz minha parte, independente do resultado nas urnas. Estou votando em um professor, alguém que se opõe ao discurso da intolerância, da raiva, ódio e violência. Alguém que não precisa se refugiar em discursos de supostos valores familiares porque a sua própria história de vida é um reflexo da essência de valores familiares reais – sem necessidade de propaganda, de maquiagem.
Voto hoje em alguém que não precisou se promover com um discurso fragilizado e populista que na realidade remete ao autoritarismo conveniente de movimentos políticos como o integralismo, salazarismo, franquismo e nazismo. Haddad não se espelhou em algumas das piores figuras da nossa história humana, não criou uma mixórdia ideológica e indefinível de incongruências que representam a tolhida de direitos, de coexistência pacífica, de respeito.
Ele não diz que “as minorias devem se curvar à maioria”. Não precisou construir sua imagem baseada em declarações controversas e reprováveis sob a perspectiva filosófica do justo. Não precisou usar o desprezo pelo “politicamente correto” para agradar uma parcela pretensiosa da população que desconhece a própria história, que se inclina sobre si mesmo, mas não enxerga a necessidade do outro – e que há muito parecia sentir falta de exteriorizar seus pré-conceitos e preconceitos, rejeitando as consequências da banalização.
Não, o Brasil não está acima de tudo, e você sabe disso. Afinal, declarou que a Amazônia não é nossa, bateu continência à bandeira dos EUA. Não engane a si mesmo, e mais importante ainda, não tente enganar os outros. Não diga que a bandeira brasileira é de uns, mas não de outros. Não se fala em fortalecimento de unidade obliterando a coletividade. O papel de um candidato a governante é unir, não segregar. Uma nação, diversa historicamente como a nossa, deve ser construída sob a égide do respeito à singularidade e à pluralidade. Por isso, meu voto é 13.