Por que o discurso de Onyx Lorenzoni sobre desmatamento é equivocado
Onyx Lorenzoni disse esta semana que a Noruega ou qualquer outro país europeu não é exemplo para falar sobre desmatamento porque todos eles “destruíram completamente suas florestas”. Para quem é desinformado, isso pode parecer verdadeiro, considerando que a Amazônia é conhecida mundialmente por ser a maior floresta tropical do mundo.
Porém a verdade é que essa declaração do Lorenzoni não passa de paralogismo, falácia. O pesquisador do Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo (IPE-USP), Thiago Fonseca Morello, realizou um trabalho mostrando que nações desenvolvidas da Europa começaram um trabalho de recuperação de áreas desmatadas no século 18.
Além disso, países escandinavos e nações como a Alemanha e Polônia possuem algumas das legislações mais rigorosas do mundo no que diz respeito à preservação das florestas, enquanto nós ainda permitimos desmatamento em áreas de preservação ambiental em 2018. Mas voltando ao exemplo da Noruega, criticada por Lorenzoni, se trata de um país bem menor do que o estado da Bahia. Sendo assim, é claro que não dá pra comparar com o Brasil em relação à áreas florestais.
Outro ponto a se considerar é que só a área desmatada da Amazônia até o ano passado e usada pela agropecuária equivale ao tamanho da Espanha, que é bem maior do que a Noruega. Sendo assim, desmatamos muito sim, e ocupamos o primeiro lugar como país mais perigoso para ativistas do meio ambiente. O Brasil infelizmente é a nação que mais mata ambientalistas.
O que também me parece uma contradição é o Onyx Lorenzoni ignorar que o Bolsonaro disse que vai tirar o Brasil do Acordo de Paris (o compromisso de redução da emissão de gases do efeito estufa que contribuem para as mudanças climáticas), que vai adotar o licenciamento ambiental automático e reduzir o poder de fiscalização do Ibama e do Instituto Chico Mendes de Preservação da Biodiversidade.