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Mesmo que não existisse aquecimento global, que direito teríamos de destruir outras espécies e o seu habitat?
Uma pessoa pode não acreditar em aquecimento global, mas está aí um fato interessante divulgado pela FAO e pela One Green Planet, e jamais contestado por qualquer órgão ou pela indústria alimentícia – 70% das plantações do mundo são destinadas para alimentar animais de criação que serão comidos por seres humanos. Não pense em aquecimento global, mas somente no absurdo da situação. Isso deveria ser aceitável?
Mesmo que não existisse aquecimento global, que direito teríamos de destruir outras espécies e o seu habitat? Vamos supor que nossa interferência no meio ambiente não resultasse em grande impacto para a vida humana, ainda assim isso seria justo? Explorar, destruir e matar simplesmente para o nosso próprio benefício. Onde existe coerência nisso?
Os outros animais também têm o direito de viver. Falar das consequências para a humanidade é sempre uma forma de apelar ao que nos toca, nos atinge, mas não deveria ser assim, porque isso sempre nos coloca em uma posição de protagonismo. As pessoas deveriam entender que outras vidas e outros espaços existem, e que deveriam ser intocados independente de qualquer coisa, e não simplesmente porque isso também nos afeta.
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Otep: “Progredimos como sociedade e não precisamos comer carne para sobreviver”
“Esse animal é um ser senciente, eles entendem, têm consciência, não são um pacote de Doritos”
Otep Shamaya, vocalista da banda de metal alternativo Otep, que lançou sete álbuns entre os anos de 2002 e 2016, é conhecida por suas opiniões firmes e forte engajamento social. Em 2008, em entrevista para a organização Pessoas Pelo Tratamento Ético dos Animais (Peta), ela falou sobre sua transição para o vegetarianismo. “Minha mudança na dieta foi um protesto pessoal contra a crueldade da indústria da carne”, disse.
Em 13 de novembro de 2011, em entrevista publicada pelo Along Your Path, ela contou que não perdeu o interesse pelo gosto da carne, mas o preço a se pagar pelo consumo de alimentos de origem animal é muito caro. “Essas corporações gigantes torturam esses animais antes deles serem mortos para que se tornem o alimento que comemos, digerimos e excretamos uma hora depois – me parece sem sentido”, argumentou.
Ela relatou que não se sente confortável dando sequer um dólar para que indústrias que produzem produtos de origem animal cresçam enquanto animais assustados são subjugados, condicionados a levarem uma vida que pode significar privação, sofrimento e morte. “Esse animal é um ser senciente, eles entendem, têm consciência, não são um pacote de Doritos; é a realidade deles. […] Progredimos como sociedade e não precisamos comer carne para sobreviver”, criticou.
Em 15 de abril de 2016, o Otep lançou o álbum “Generation Doom”, baseado em 12 composições, e que tem entre os destaques a música “Zero” que foi lançada como single. A letra começa com a frase: “I don’t give a fuck”, ou seja, “Eu não dou a mínima”, que faz uma referência ao fato dela não se importar com críticas em relação à sua defesa do meio ambiente e dos animais.
“Conheço muita gente que fica na defensiva quando você fala sobre essas coisas abertamente. Sou uma vegana por uma questão moral. Isso é engraçado porque recebo mais mensagens de ódio por ser uma vegana do que por ser uma lésbica, então os tempos certamente mudaram”, declarou ao Song Facts em 6 de abril de 2015.
Em um trecho de “Zero”, Otep Shamaya grita: “Você me quer para salvar o seu mundo, enquanto seus pulmões ficam pretos, e os oceanos fervem, e você alimenta e cria este reino de merda.” Ela também fala que enquanto o mundo está morrendo há pessoas reclamando sobre o que não podem comprar com dinheiro que não têm. “Então você vai vender sua alma para estar na última moda”, canta.
Em entrevista publicada no First Order Historians em 13 de novembro de 2015, Shamaya frisou que ela considera a mudança climática como a questão mais importante da humanidade na atualidade, ponderando que se no futuro não houver nenhum lugar habitável na Terra, não haverá espaço para discutir qualquer outra questão. A vocalista afirmou que devemos reconhecer o impacto esmagador que causamos ao nosso planeta e nos afastarmos dos combustíveis fósseis e de empresas destrutivas que lentamente nos envenenam.
“Sei que algumas pessoas ainda lutam contra isso porque [a mudança climática] não está acontecendo apenas de uma vez ou o tempo todo, mas isso não significa que não esteja acontecendo. Há um velho adágio que diz que se você deixar cair uma rã em um pote de água fervente, ela pula imediatamente, mas se você aquecer lentamente a água, a rã permanecerá paralisada e ferverá até a morte. Você pode adivinhar em qual pote estamos?”, questionou.
Shamaya defende que uma dieta vegetariana ajudaria muito a retardar as mudanças climáticas. Segundo ela, teríamos água mais limpa, ar mais limpo, mais comida em regiões atingidas pela fome e menos fazendas industriais degradando o solo e os rios.
“O simples ato de remover a carne da sua dieta não só salva vidas de animais, mas também vidas humanas. Peço a todos que vejam os documentários ‘Cowspiracy’, ‘Racing Extinction’ e ‘Earthlings’. Você não verá o mundo do mesmo jeito, eu prometo”, garantiu em entrevista ao First Order Historians. A vocalista do Otep admitiu em entrevista ao Sonic Cathedral em 2 de maio de 2016, que gostaria de ver o fim da agricultura animal, justificando que isso significaria viver em um mundo mais justo e igualitário.
Saiba Mais
Em 2014, Otep Shamaya foi uma das cinco artistas que fez a dublagem das criaturas do filme “Hobbit: Battle of the Five Armies”, de Peter Jackson.
Referências
http://www.soniccathedral.com/webzine/index.php?option=com_content&task=view&id=1309
http://www.songfacts.com/blog/interviews/otep_shamaya/
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O embuste do “Live Earth”
Em 2007, foi realizado no Reino Unido, Estados Unidos, Austrália, África do Sul, Japão, Alemanha, Brasil, China, Itália e Antártica uma série de shows que fizeram parte do “Live Earth”. O objetivo desse evento criado por Al Gore e Kevin Wall, era conscientizar as pessoas sobre o aquecimento global e as crises climáticas.
Sabe o que eles comercializavam nesses shows? Principalmente carnes e laticínios, sendo que a pecuária é apontada pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação como a principal causa do aquecimento global. Incomodado ao saber disso, o músico britânico Morrissey se recusou a se apresentar. O mais incrível é que havia centenas de famosos. Será que essas pessoas não se informaram ou não se importaram?
Exploração animal, consumo de carne e fome mundial
O mundo atualmente conta com mais de 1,5 bilhão de bovinos e pouco mais de sete bilhões de pessoas. Os seres humanos consomem 9,5 bilhões de quilos de comida e 20 bilhões de litros de água por dia. Por outro lado, o gado é alimentado com 61 bilhões de quilos de comida e 170 bilhões de litros de água por dia, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
Ou seja, temos animais criados simplesmente para serem mortos e transformados em carne para pessoas que têm condições de pagar por ela. Claro, muitos não têm, já que o mundo soma mais de um bilhão de pessoas passando fome diariamente. Isso é absurdo e surreal. Gasta-se seis vezes mais para alimentar bovinos, quando poderíamos estudar e viabilizar uma alternativa para destinar comida de origem vegetal para sanar a fome do mundo.
Claro que muitos alegarão que ninguém tem obrigação de fazer nada em relação a isso, mas se há condições de fazer o bem, por que não fazer? Por que não investir na vida em vez de investir na morte? Que tipo de mensagem a humanidade transmite quando mata bilhões de animais por ano, e simplesmente para consumo? Além do mal que causamos aos animais não humanos, ainda desconsideramos a fome mundial, porque é isso que a produção e o consumo de carne privilegiam, uma aberrante desigualdade social, já que não se trata de algo justo nem aceitável. Acredito que quando comemos carne também estamos virando as costas para a miséria que assola o mundo e ajudando a perpetuar um sistema que incentiva mais a morte do que a vida.
Como a pecuária contribui com o aquecimento global
Documentário apresenta a verdade inconveniente negligenciada por Al Gore em 2006
Lançado em 2014, Cowspiracy – The Sustainability Secret é um documentário de Kip Andersen e Keegan Kuhn que mostra de que forma a pecuária tem contribuído com o aquecimento global, inclusive sendo apontada como uma das principais responsáveis pela destruição da Amazônia.
E para endossar a denúncia, os realizadores usam como referência o relatório anual da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) que cita a pecuária como uma das grandes culpadas pela degradação do solo, mudanças climáticas, poluição, esgotamento de água e perda da biodiversidade.
Quando o assunto veio à tona em 2006, a ONU iniciou um trabalho de defesa da reeducação alimentar baseada em dietas vegetarianas, ou pelo menos a redução do consumo de carne e laticínios, uma transformação que pode desacelerar a produção e ajudar a combater o aquecimento global.
Com o relatório em mãos, o documentarista Kip Andersen questiona os porta-vozes de grandes organizações de proteção ao meio ambiente, como Green Peace, Sierra Club, Rain Forest Action Network, 350.org, Amazon Watch e Oceana, sobre o motivo de jamais terem falado sobre o papel da agroindústria no aquecimento global.
Insistente, Andersen faz com que a diretora da Amazon Watch, Leila Salazar Lopez, abra o jogo em um segundo encontro, quando ele a questiona sobre o silêncio dessas entidades. Antes ele ressalta a gravidade da situação ao informar que a Amazônia Brasileira, o lugar com a maior biodiversidade do planeta e que já perdeu 80% de sua área original, pode desaparecer nos próximos dez anos por causa da desenfreada produção de gado e soja.
“Podemos ver o que aconteceu no Brasil depois da aprovação do Código Florestal. Quem falava contra os lobistas e os interesses das agroindústrias era assassinado. Um exemplo é o caso do José Cláudio Ribeiro da Silva [falecido em 2011], um dos ativistas que dizia que a agropecuária estava destruindo a Amazônia. Veja o exemplo de Dorothy Stang, a freira que morava no Pará e foi assassinada. Muita gente fala, mas muitos ficam calados porque não querem acabar com uma bala na cabeça”, argumenta Leila.
A freira Dorothy Stang se opôs ao desmatamento praticado pela agropecuária durante anos. Certa noite, ao entrar em casa foi brutalmente baleada à queima-roupa por um matador de aluguel. Além dela, mais de 1100 ativistas foram mortos no Brasil nos últimos 20 anos, de acordo com o filme.
“Quem se beneficia e faz lobby para este sistema agrícola são os maiores produtores alimentares, os maiores produtores de carne. Quando eles crescem e enriquecem, eles usam o poder político que possuem para ditar as políticas federais quanto à produção de alimentos”, destaca Wenonah Hauter, diretora executiva da ONG Food & Water Watch.
A partir daí tudo fica claro para os documentaristas. Kip Andersen, que se inspirava em Al Gore para se tornar ambientalista, se decepcionou quando soube que esse foi o motivo pelo qual o ex-vice-presidente não citou a pecuária no documentário An Inconvenient Truth, sobre as causas do aquecimento global.
De acordo com o ambientalista e escritor Will Tuttle, diariamente a população humana, que chegou a sete bilhões em 2011, consome 20 bilhões de litros de água e 9,5 bilhões de quilos de comida. Enquanto isso, 1,5 bilhão de bovinos, de um total de 70 bilhões de animais criados no mundo todo, consomem 170 bilhões de litros de água e 61 bilhões de quilos de comida. “Quase um bilhão de pessoas passam fome todos os dias”, acrescenta Tuttle, realçando o absurdo da situação.
Além disso, 50% da produção de legumes e vegetais é destinada aos animais. Só nos Estados Unidos, 90% da soja é para o consumo das criações. “Comparando com a carne, podemos produzir, em média, 15 vezes mais proteínas a partir de fontes vegetais, e usando o mesmo tipo de terra, seja fértil ou não. Hoje, 82% das crianças que passam fome vivem em países onde a comida é dada aos animais. O mais incrível é que temos condições de alimentar todos os seres humanos”, revela o pesquisador Richard Oppenlander, autor do livro Food Choice and Sustainability.
Em uma de suas pesquisas, Andersen descobriu que um hambúrguer de 110 gramas requer mais de 2,5 mil litros de água se for levado em conta todo o processo antes de chegar ao consumidor final. “Equivale a tomar banho por dois meses”, compara. E para a produção de quatro litros de leite são necessários 3,8 mil litros de água. E a demanda desproporcional à produção se acentua a cada dia. John Taylor, proprietário da Bivalve Organic Dairy, informa que não há terras o suficiente no mundo para que leiterias orgânicas como a sua ganhem espaço. Ele acredita que os laticínios não são sustentáveis.
“A não ser que comecemos a substituir as casas por pasto. E isso só pode acontecer se a população diminuir. E como sabemos que ela vai continuar a crescer, o jeito é buscar alternativas. Vemos por aí leite de soja, de amêndoas, e muitos outros produtos com misturas diferentes. Levam insumos e proteínas. Acredito que veremos mais disso no futuro”, avalia Taylor.
O ativista vegano Howard Lyman, autor do livro Mad Cowboy, passou 45 anos envolvido com a agropecuária. Há alguns anos, quando participou do programa Oprah Winfrey Show, ele denunciou as mazelas do setor e teve de responder a dezenas de processos. Em entrevista a Kip Andersen, confidenciou que levou cinco anos para se livrar das ações movidas pelas agroindústrias. “Tenho certeza de que se eu fosse novamente ao programa, hoje eu seria condenado, mesmo falando a verdade”, lamenta.
Lyman também deixa claro que Andersen e Keegan Kuhn corriam riscos ao abordarem um assunto tão controverso. Após quase 60 minutos de documentário, eles recebem uma ligação de uma patrocinadora avisando que não vai mais investir em Cowspiracy. “A maioria fica chocado ao saber que ativistas ambientais são considerados a pior ameaça terrorista de acordo com o FBI. Acredito que porque, mais do que qualquer outro movimento social, ameaçam diretamente os lucros empresariais”, enfatiza o jornalista Will Potter, autor do livro Green Is The New Red, e que há anos é monitorado pelo FBI.
A maior parte do documentário, os realizadores não acompanham de perto a realidade dos animais, principais vítimas da agroindústria. Quando decidem fazê-lo, ficam surpresos com o que veem e aprendem. “Não importa se as galinhas são de fazendas orgânicas ou não. A verdade é que a partir do momento que a produção diminui elas são mortas”, relata Marji Beach, diretora de educação do santuário Animal Place.
O autor do best-seller In Defense of Food, Michael Pollan, prevê que quando a população mundial chegar a nove bilhões de pessoas o consumo de carne vai diminuir. “Não teremos como produzir tantos cereais para alimentar os animais de corte”, argumenta, crente de que o futuro está na sustentável dieta vegetariana.
No encontro com Lyman, Andersen ouve o ativista afirmando que um ambientalista não pode consumir produtos de origem animal. “Engane-se se quiser. Aliás, se quiser alimentar o seu vício, faça-o, mas não chame a si mesmo de ambientalista ou protetor dos animais”, assinala.
O discurso tem tanto impacto que Kip Andersen decide se aprofundar no veganismo. Para isso, ele visita o médico Michael A. Kepler, vegano há 32 anos e que leva uma vida saudável. Kepler inclusive faz o acompanhamento de gestantes veganas. “Nascem 216 mil pessoas no mundo a cada dia, e assim precisamos de 14 mil hectares de terra cultivável todos os dias. O que é impossível de se conseguir”, reconhece o produtor de vegetais orgânicos John Jeavons, autor do livro How to Grow More Vegetables.
Enquanto um vegano requer 0,6 hectare de terra por ano para se alimentar, um ovolactovegetariano precisa do triplo e uma pessoa com dieta onívora necessita de uma área 18 vezes maior que essa. “Isto porque pode-se produzir 16 mil quilos de vegetais em 0,6 hectare e apenas 170 quilos de carne na mesma área. Uma dieta vegana também produz a metade de CO2 de uma dieta onívora. E ainda gasta só 9% de combustíveis fósseis, 8% de água e 5% do solo”, frisa Kip Andersen.
Will Tuttle acredita que em grande escala a adoção do veganismo poderia contribuir muito para a recuperação do ar, das florestas, rios e oceanos, além do próprio restabelecimento da saúde humana. “Nenhuma outra escolha é tão abrangente e tem um impacto tão positivo sobre a vida na Terra do que deixar de consumir produtos de origem animal e adotar o estilo de vida vegano”, pontua o escritor.
Curiosidade
Ao final do documentário, Skip Andersen decide adotar o estilo de vida vegano.
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Al Gore e a verdade velada sobre o aquecimento global
A única coisa que percebi foi ele tentando fazer pessoas comuns sentirem-se os principais culpados pelos problemas no meio ambiente, sem nem mesmo citar o impacto ambiental da agropecuária.
E o profissional que fez a pesquisa para o Al Gore revelou anos mais tarde que ele não queria citar a pecuária, alegando que seria “informação demais” para o público. É triste ver tantas pessoas sendo manipuladas dessa maneira para fins de politicagem.
E no mesmo caminho segue muitas celebridades, inclusive de Hollywood, falando sobre racionamento doméstico de água, entre outras coisas que pouco contribuem para uma real transformação. Ou seja, vamos continuar fazendo pouca diferença enquanto quem realmente compromete o meio ambiente não for responsabilizado por essas práticas.
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