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Mayim Bialik: “Toda vez que um animal é mantido cativo para dar origem a um produto, ele sofre”

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“Meu profundo amor e respeito pelos animais começou a ter grande peso em minhas decisões”

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Mayim Bialik em campanha da Cruelty Free Internacional, contra testes em animais (Foto: CFI)

A atriz e neurocientista estadunidense Mayim Bialik, que conquistou fama com seus singulares personagens em séries como “Blossom” e “The Big Bang Theory”, se tornou vegetariana aos 19 anos e mais tarde aderiu ao veganismo. Em entrevista ao Vegetarian Times, ela contou que começou a sentir aversão ao gosto de carne e simplesmente parou de comer.

“Então meu profundo amor e respeito pelos animais começou a ter grande peso em minhas decisões. Eu tinha uma sensação inata de querer ser vegana, mas eu precisava de mais informações. A mudança foi gradual, o que me permitiu pensar em cada passo”, explicou.

A transição aconteceu em 1994, e mesmo ainda consumindo ovos e laticínios, ela percebeu como as pessoas consideravam estranho alguém se alimentar dessa forma em um país como os Estados Unidos, onde a dieta padrão já elevava a carne a alimento essencial.

“Minha mãe ficou irritada porque ela teve que se adaptar aos meus ‘estranhos hábitos’. Meu pai pensava que isso significava consumir apenas nozes, e eu não conhecia restaurantes vegetarianos. Naqueles dias, eu comia muita salada, batata-frita e macarrão”, relatou no artigo “Yes, there is a jewish connection to my veganism”, publicado no Kveller em 14 de outubro de 2015.

Por outro lado, ela reconheceu que sua mãe era uma mulher bastante progressista em seu tempo, e costumava preparar misturas crudívoras. Por isso, diferentemente de um lar comum ao padrão estadunidense, com cereais açucarados, ela se recorda que consumia rotineiramente alimentos naturais na infância. “Fui criada com muito disso, mas nunca apreciei, até que me tornei uma mãe”, disse ao Vegetarian Times.

Ela contou que com 19 anos não queria comer animais de modo algum, e chegou a se desesperar na busca por um meio de não fazer isso. Com o tempo, ganhou uma compreensão mais ampla de outros aspectos do veganismo. “Depois de cortar a maioria dos laticínios na faculdade, minha saúde melhorou significativamente. Não tive mais alergias sazonais. Não tive que tomar mais antibióticos nem tive mais crises por causa da sinusite”, admitiu em entrevista a Esther Sung, do Epicurious, em 30 de janeiro de 2017.

Quando o primeiro filho da atriz nasceu, ela ainda consumia alguns alimentos com ingredientes de origem animal. Porém, percebeu durante a amamentação que seu filho não tolerava o seu leite, o que significava que Mayim Bialik tinha algum tipo de intolerância. “Continuei evoluindo. Li ‘Comer Animais’, de Jonathan Safran Foer e, depois disso, cortei todos os ovos e laticínios, e resolvi o problema. Sou vegana por questões ambientais, nutricionais, de saúde e ética. É incrivelmente gratificante”, declarou a Esther.

Também foi com o livro de Foer que Mayim, que já participou de campanhas da Peta e da Cruelty Free International, começou a refletir com mais profundidade sobre a criação de animais para consumo humano e também sobre o impacto que isso causa ao meio ambiente. “Isso leva à destruição de terras e recursos sobre os quais estamos começando a ouvir cada vez mais. Tenho aprendido por meio de pesquisas sobre a forma como os animais são sistematicamente tratados e maltratados em fazendas, mesmo aquelas que dizem ser livres de crueldade, em que os animais são criados livremente. Não posso continuar participando disso”, ponderou no artigo “Yes, there is a jewish connection to my veganism”.

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Em 2016, ela ficou chocada ao testemunhar uma reação anti-vegana em uma publicação sobre soldados israelenses terem conquistado o direito de pedir botas sem couro, boinas sem lã e refeições veganas: “Eu estava preparada para ouvir muitos comentários contra Israel, mas os comentários que vi eram simplesmente anti-veganos. Muitos diziam ‘este fanatismo liberal está fora de controle’ e ‘Por que estamos atendendo a um bando de aberrações liberais?’”

Para a atriz vegana, exemplos como esse mostram que muitas pessoas ainda não entendem e não se interessam em entender do que se trata o veganismo. Por isso, julgam como mais fácil criticar sem saber quais são as reais motivações.

“Eles não entendem por que veganos não usam lã ou subprodutos animais, mesmo que não envolva matá-los. Vou clarear isso. Toda vez que um animal é mantido cativo para dar origem a um produto, ele sofre. É um ambiente em que não há respeito pela vida dos animais ou dos trabalhadores. Você pode não se importar com a forma como as ovelhas são criadas para a extração de lá, mas é um direito meu me preocupar com isso”, desabafou no artigo “Why do some people hate vegans”, publicado no Grok Nation em novembro de 2015.

E sobre a existência de “fazendas de ovelhas felizes”, Mayim Bialik considera um engodo, ainda mais levando em conta que a maior parte da produção de lã não costuma ser proveniente de “fazendas felizes”. A atriz enfatiza que se vivesse em um lugar frio, provavelmente teria que ser bem criativa sobre como se manter aquecida.

“Mas as pessoas aprendem a lidar com isso. Estou muito assustada com a forma como as pessoas veem os veganos, como uma ameaça ao seu direito de consumir carne em qualquer quantidade, e chegam a tratar a existência e a perspectiva dos veganos como uma afronta aos seus direitos civis”, reclamou no artigo.

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Em 2016, ela também publicou um gráfico no Instagram, mostrando uma estatística comprovada por médicos de que a dieta vegana é muito benéfica para pessoas com asma: “Alguém até mesmo optou por não me seguir por causa disso. Há uma pesquisa que comprova como o diabetes pode ser revertido com uma dieta vegana e crudívora. O documentário ‘Forks Over Knives’ discute isso de forma bem ampla, assim como filmes como ‘Fat, Sick and Nearly Dead’ e Vegucated’”, complementou.

Para Mayim Bialik, os custos para o meio ambiente por causa da quantidade de carne, ovos e laticínios que consumimos são reais, e citou como exemplo o surgimento de doenças que estão associadas ao consumo de alimentos de origem animal. “Ter uma sensibilidade geral de criar um mundo livre do sofrimento humano está ligado à bondade em relação aos animais. Há aqueles que continuarão a afirmar que o veganismo é uma tendência elitista irritante, que é culpa de liberais fanáticos, mas optei por ter uma dieta baseada em vegetais para ajudar o nosso meio ambiente, nossa economia, nossa saúde, e nosso bem-estar em geral”, argumentou no artigo “Why do some people hate vegans?”.

Pelo fato de ser judia, ao longo dos anos, a atriz recebeu muitas perguntas sobre como ser vegetariana ou vegana. Ela revelou que normalmente as pessoas querem saber se existe uma conexão entre judaísmo e veganismo. “Na verdade, existe. Por milhares de anos, a importância de respeitar a vida animal e minimizar a dor e o sofrimento dos animais foi parte da tradição judaica.  A Torá discute inúmeras maneiras de minimizar a crueldade contra os animais, e enfatiza seu tratamento, incluindo por exemplo, a exigência de que os animais sejam alimentados antes de nos sentarmos para comer. Também discute as relações que temos com os animais e designa os direitos animais como únicos e valiosos”, elucidou.

Por outro lado, há controvérsias, como a questão dos sacrifícios de animais. No entanto, Mayim defendeu que isso já é visto de outra forma no contexto do judaísmo. Além disso, é comum o incentivo à diminuição do consumo de carne. Prova dessa mudança é a existência de vegetarianos, veganos e organizações judaicas que são contrários à exploração animal, e veem o veganismo como um “ideal judaico”. “Uma dessas organizações é a Jewish Veg [anteriormente JVNA]. Desde 1975, eles têm sido uma grande fonte de apoio, receitas e informações sobre judeus veganos. Sou grata pela existência de organizações como a Jewish Veg”, frisou.

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Livro de receitas lançado pela atriz em 2014 (Arte: Reprodução)

Por ser vegana, na páscoa judaica, a família da atriz consome sopas, saladas, chips de couve e couve-de-bruxelas, leite de amêndoas, quinoa e salada marroquina de legumes – uma de suas preferidas para a páscoa. “Atualmente estou mais focada em gorduras saudáveis. Crio muitos queijos de nozes. Os queijos de castanha-de-caju e macadâmia que faço são muito fáceis. Também faço spanakopita [uma torta salgada]. Abacate é o meu alimento favorito, e um dos melhores que você pode dar às crianças”, recomendou em entrevista ao Vegetarian Times. Refeições de fácil preparo e que podem ser congeladas, baseadas em ingredientes para burritos, feijões e arroz, fazem parte do cotidiano da família da atriz.

Questionada sobre como é criar filhos veganos, Mayim Bialik esclareceu que está sempre em busca de um ponto de equilíbrio entre dar informações adequadas à idade deles e deixá-los encontrarem o seu próprio nível de consciência em relação aos alimentos. “Não quero que se sintam superiores nem privados”, garantiu.

Em 2014, a atriz e neurocientista publicou o livro de receitas veganas “Mayim’s Vegan Table: More Than 100 Great-Tasting and Healthy Recipes from My Family to Yours”, lançado pela Capo Books. É uma obra com dicas saudáveis e com uma boa quantidade de receitas fáceis e apresentadas em tom casual.

Saiba Mais

Mayim Bialik nasceu em San Diego, na Califórnia, em 12 de dezembro de 1975.

Ela obteve um doutorado em neurociência pela Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), em 2007.

Referências

http://www.vegetariantimes.com/article/one-on-one-with-mayim-bialik

http://www.kveller.com/mayim-bialik-yes-there-is-a-jewish-connection-to-my-veganism/

http://www.epicurious.com/holidays-events/a-vegan-passover-with-mayim-bialik-article

http://groknation.com/culture/why-do-some-people-hate-vegans/

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Written by David Arioch

March 17th, 2017 at 9:58 pm

Uma vida em sintonia com a arte

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Talise Schneider, a atriz e bailarina que há anos se dedica ao desenvolvimento cultural de Paranavaí

Rosi Sanga: “Em cada movimento, ela coloca não apenas o seu suor, mas toda a sua alegria e desejo de fazer cada vez melhor.”

Rosi Sanga: “Ela coloca não apenas o seu suor em cada movimento, mas toda a sua alegria e desejo de fazer cada vez melhor” (Foto: Marcelo Zavan)

Em 1993, Talise Schneider tinha seis anos quando fazia frente aos outros alunos da Escola Municipal Elza Caselli, em Paranavaí, no Noroeste do Paraná, na hora de declamar nas comemorações do Dia das Mães e da Semana da Pátria. Foi assim, como numa brincadeira de criança, que começou a descobrir na arte uma maneira de transmitir impressões, pensamentos e sentimentos.

“Sempre gostei de teatro e dança. Sou fruto das oficinas de teatro da Casa da Cultura [Carlos Drummond de Andrade] com a atriz e professora Rosi Sanga e também das oficinas do Sesc com a atriz e professora Tânia Volpato. Ou seja, Cia. Oficinas e Grupo Tasp”, explica. Bailarina e atriz profissional, Talise se recorda com nostalgia das dezenas de espetáculos que encenou ao longo dos anos.

Entre os marcantes, cita “O Auto Popular de Romeu e Julieta”, da Cia. Oficinas; “Peter Pan”, “Refúgio das Fadas”, “O Grande Circo Paquita”, “O Mundo na Dança” e “La File Mal Gardé”, da Ballet Devant; “Sapo com Medo de Beijo”, da Vinil Cia. de Teatro, formada por integrantes do Médicos do Humor; “DiverCidade” e “Arte em Movimento”, da Varanda Cia. de Dança; “Ponto Azul”, com o grupo Cogitare; e “Bem Brasil”, “Dancing Movies”, “Dez Anos Dançando pra Você” e “Vem Dançar Comigo”, do Grupo de Dança Maria Teresa Fávero. “Foram muitos espetáculos. É até injusto listar apenas alguns”, admite.

Versátil, participou até de um grupo de viola da Fundação Cultural de Paranavaí e escreveu uma crônica publicada em um livro da escritora Cleuza Cyrino Penha. Na obra, Talise fala dos encontros que a vida proporciona. “Isso é o mais legal da vida. Acho que o que nos move são os encontros e as perguntas”, comenta com um sorriso cativante.

Patrícia Romera: "É uma ótima parceira de criação em todas as horas, profissional exigente e sabe comandar um grupo”

Patrícia Romera: “É uma ótima parceira de criação em todas as horas, profissional exigente e sabe comandar um grupo” (Foto: Amauri Martineli)

Baixinha e de fisionomia delicada, a artista admite que os seus maiores xodós são os grupos Médicos do Humor e Varanda Cia. de Dança. O primeiro foi fundado em 2008, após o resultado positivo de uma visita em que Talise e alguns amigos se vestiram de palhaço para visitar os pacientes da Santa Casa de Paranavaí. “Géssica Andrade, Jakeline Parron e Adauto Soares me incentivaram e juntos criamos o projeto Médicos do Humor que em julho completa sete anos trabalhando com a humanização”, comemora.

Aos finais de semana, a atriz se dedica exclusivamente ao Médicos do Humor que graças ao seu empenho possui dezenas de participantes. Além de qualificar os voluntários, Talise ministra aulas, coordena encontros e participa dos plantões no hospital, onde os acamados se distraem com brincadeiras e palavras de conforto da trupe. “Atendemos em média 200 pessoas a cada domingo. Já fizemos também visitas aos sábados em asilos, creches e eventos”, destaca.

Questionada se o Médicos do Humor já transformou vidas, Talise Schneider afirma que sim, principalmente a própria. Atribui à arte o seu desenvolvimento humano e o privilégio de ver os amigos que participam do projeto crescendo e “ganhando o mundo”. “Minha vida mudou bastante depois que entrei no grupo. Me tornei uma pessoa mais madura e melhor perante a sociedade graças à Talise. Tudo que ela faz tem um propósito maior. Ensina que você pode ajudar as pessoas e consequentemente ser ajudado”, garante um dos Médicos do Humor, Gustavo Peres.

Mariana Fusco: "A admiro muito pela sua preocupação com crianças hospitalizadas e sua disposição com a dança e o teatro"

Mariana Fusco: “A admiro muito pela sua preocupação com crianças hospitalizadas e sua disposição com a dança e o teatro” (Foto: Médicos do Humor)

A opinião também é dividida por Mariana Fusco que ingressou no grupo em 2009, quando se tornaram amigas após se conhecerem no curso de pedagogia da Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí (Fafipa). “A admiro muito pela sua preocupação com crianças hospitalizadas e sua disposição com a dança e o teatro. A considero mais que uma amiga, é uma irmã que sempre esteve presente em momentos de alegria e de tristeza”, comenta Mariana.

Talise agora está se preparando para ampliar a área de abrangência do Médicos do Humor. Além de abrir vagas para novos voluntários, vai criar campanhas e montar equipes para ajudar em comunidades carentes. “É um projeto que estimula o contato com pessoas em situações adversas. Temos a chance de conhecer histórias que moldam a nossa jornada, nos fazem avaliar onde estamos errando e o que podemos melhorar. Não tem nada melhor do que ver um projeto sair do papel e se tornar realidade”, enfatiza.

Com o Médicos do Humor, Talise Schneider conseguiu estreitar o relacionamento de muita gente com a arte. Quem antes não tinha o hábito de prestigiar eventos culturais, por exemplo, hoje não perde a oportunidade. “Estimulo todos a serem participativos. É gratificante vê-los assistindo espetáculos de teatro, dança e música. Percebo a grande diferença quando lembro que muitos nem conheciam o Teatro Municipal e a Casa da Cultura”, frisa.

“É uma menina artista, feita de inspiração, luta e coragem”

A bailarina e arquiteta Patrícia Romera relata que sempre quis participar de uma companhia profissional de dança, mas foi somente depois de conhecer Talise Schneider no Grupo de Trabalho (GT) de Dança de Paranavaí que acreditou na possibilidade do sonho tornar-se realidade. “Ela tem o dom de fazer os planos acontecerem. Foi assim que criamos a Varanda, inclusive o nome é uma ideia dela. É uma ótima parceira de criação em todas as horas, profissional exigente e sabe comandar um grupo”, revela.

Talise Schneider: “A gente sempre tenta mudar o mundo, mas cada um tem um olhar diferente para mudar o mundo." (Foto: Amauri Martineli)

Talise Schneider: “A gente sempre tenta mudar o mundo, mas cada um tem um olhar diferente para mudar o mundo” (Foto: Amauri Martineli)

O projeto deu tão certo que logo começaram a se apresentar em Paranavaí e em outras cidades do Paraná. “Até fomos selecionadas em um edital cultural do Sesi, uma grande conquista para nós”, avalia Talise que atualmente está empolgada com a montagem do espetáculo “Metade”, baseado na música de Oswaldo Montenegro. A intenção é comover o público com coreografias sobre medos, amores, loucuras e desejos. “Com movimentos e expressões, mostramos as metades que somos em cada momento que vivemos”, poetiza a bailarina que também está realizando pesquisas com a Vinil Cia. de Teatro e deve estrear um espetáculo até o final do ano.

A bailarina e professora Cristiane Ferreira, proprietária da Escola de Danças Ballet Devant, uma referência na descoberta de talentos para a Escola de Dança Teatro Guaíra – de Curitiba, e Ballet Bolshoi Brasil – de Joinville, conta que Talise Schneider ingressou no ballet em 2007. “Foi depois que a convidei para fazer um dos personagens principais do espetáculo ‘Peter Pan’, quando ela interpretou o braço direito do Capitão Gancho. Me surpreendi com seu amor pela dança, tanto que ficou sete anos aqui, firme e forte, até se formar em ballet clássico. É muito dedicada como profissional, se entrega completamente”, garante Cristiane que vê na ex-aluna um grande futuro na dança contemporânea, modalidade com a qual Talise mais se identificou.

Além de atriz, bailarina e voluntária, a jovem também atua na Fundação Cultural de Paranavaí. Tudo começou em 2007, quando o seu talento garantiu uma oportunidade de ministrar oficinas de teatro e dança na Casa da Cultura Carlos Drummond de Andrade. Em 2011, se tornou assessora de projetos culturais e em 2013 foi promovida a gerente de desenvolvimento cultural. Hoje, Talise Schneider é diretora geral da Fundação Cultural, o que representa grande responsabilidade sobre o desenvolvimento da cultura de Paranavaí. “Amo muito o que faço. Gosto de ver as pessoas envolvidas no processo. Adoro as produções, bastidores e o frio na barriga antes de subir ao palco. Gosto de todos os segmentos artísticos, me identifico com tudo”, assegura.

De acordo com a bailarina Cristiane Ferreira, 90% de tudo que envolve o Festival de Dança de Paranavaí só é concretizado graças à dedicação de Talise. “Ela tem uma responsabilidade muito grande e consegue lidar com isso muito bem. Organizar um festival é bem mais complicado do que um espetáculo. Há muitas coisas que podem sair de controle e você precisa agir rápido”, pondera Cristiane.

A atual diretora geral da Fundação Cultural também teve papéis determinantes na realização do Festival de Teatro de Paranavaí e Festival de Música e Poesia de Paranavaí (Femup). Talise Schneider é presença constante nos eventos culturais locais. Sempre educada e sorridente, mesmo quando precisa trabalhar aos sábados, domingos e feriados. “É uma menina artista, feita de inspiração, luta e coragem. Faz trabalhos lindos de entrega ao próximo. Ela coloca não apenas o seu suor em cada movimento, mas toda a sua alegria e desejo de fazer cada vez melhor. Que o universo permita que ela continue nesse movimento sempre livre para o sucesso dela e da vida artística de nossa cidade”, elogia a atriz profissional e professora Rosi Sanga.

Frase de Talise Schneider

“A gente sempre tenta mudar o mundo, mas cada um tem um olhar diferente para mudar o mundo. A gente não sabe o que se passa dentro do outro, dentro das pessoas. Mas todo mundo pode agregar, ajudar…”

Depoimentos na íntegra

“A Talise gosta de participar, de se envolver. Lembro quando ela teve a ideia de criar a Varanda. Se empenhou muito e depois me convidou para ser a madrinha da companhia. Fiquei muito feliz. É uma pessoa que gosta de desafios e está sempre apta a superá-los.”

Cristiane Ferreira, bailarina e proprietária da Escola de Danças Ballet Devant.     

“É difícil descrever o que você sabe e pensa de uma pessoa em poucas palavras. A Tali deve não saber, mas ela é figura fundamental em minha vida. Desde que entrei no Médicos do Humor e a conheci, minha vida mudou consideravelmente. Se pudesse resumir em uma palavra tudo isso, seria amadurecimento. Ter me tornado uma pessoa mais madura e melhor perante a sociedade, graças a outra pessoa que me influenciou a ser assim. Tudo o que ela faz, tem um propósito muito maior. Ela ensina que você pode ajudar as pessoas e consequentemente, ser ajudado. Ela mostra que você é capaz de fazer coisas que achava não ser capaz. Isso é dom pra poucos. Eu a amo muito e agradeço demais por tudo o que faz por mim. Sempre.”

Gustavo Peres, integrante do Médicos do Humor.

“Em 2009, na faculdade, cursando pedagogia conheci uma grande pessoa por quem tenho um imenso carinho. Na época, ela já desenvolvia o trabalho com o grupo Médicos do Humor, do qual comecei a fazer parte no mesmo ano. Conheci um pouco mais dessa pessoa e comecei a admirá-la por sua relação com a arte. A considero mais que uma amiga, como se fosse uma irmã e que esteve sempre presente em momentos de alegria e de tristeza. Nunca faltei a uma apresentação dela. Me recordo que no ano passado em sua formatura de ballet, eu estava em uma viagem com a escola onde trabalho, e demoramos para voltar. Cheguei em casa e me arrumei em 10 minutos para não perder sua dança de formatura, pois se perdesse ela me mataria. Essas foram suas palavras ao telefone.  É apenas uma lembrança de muitas histórias, vivências e cumplicidade que compartilhamos. Sei que posso contar com ela a qualquer momento e sei que este sentimento é recíproco.”

Mariana Fusco, integrante do Médicos do Humor.

 “Conheci a Talise por volta de 2009, através da Cristiane Ferreira, da Ballet Devant, quando começamos a dançar juntas nos fins de semana. Em 2011, nos aproximamos mais e em 2012 algumas circunstâncias na vida da Talise mudaram e nós fomos morar juntas. Foi nesse período que comecei a conviver realmente com ela e foi muito tranquilo. Nosso relacionamento era baseado em valores comuns e zero julgamento das atitudes uma da outra. Sempre se pode contar com uma opinião sincera vinda da Talise, mesmo que não seja a que você quer ouvir. Na época em que fomos morar juntas, foi reorganizado o GT de Dança de Paranavaí e éramos membros. Sempre sonhei em participar de uma companhia profissional de dança. No GT, a Talise começou a compartilhar desse sonho comigo e a ver possibilidades de realizações. Esse é o bom de sonhar junto com a Talise! Se eu sonho sozinha, eu continuo sonhando e esperando as coisas um dia acontecerem. Se eu sonho com ela, as coisas se tornam realidade. Esse é o dom dela! Foi a Talise junto com o Amauri Martinelli [atual presidente da Fundação Cultural de Paranavaí] que tornou possível a criação do grupo Varanda (nome que foi ideia dela inclusive). Além de amiga doida, oponente de conteúdo para discussões profundas e parceira de criação em todas as horas, ela é profissional exigente e sabe comandar um grupo para fazer as coisas acontecerem; seja para realizar um trabalho filantrópico com o Médicos do Humor, ajudar um amigo num momento difícil, como o bailarino Mario Gilberto, ou para organizar um grande evento como o Festival de Dança de Paranavaí. Em qualquer momento, fazer parte da equipe da Talise é garantia de diversão, respeito pelo trabalho dos outros, tranquilidade e confiança na liderança e parceria, sempre! Também é uma pessoa espontânea, cheia de projetos e disputada entre os muitos amigos apaixonados por ela.”

Patrícia Romera de Paula, bailarina e sócia da Varanda Cia. de Dança.

 “Bem, o que falar de Talise? O que falar dessa menina artista? Digo que um artista não é feito só de talento, que essa moleca tem de sobra. Um artista é feito de inspiração, luta e coragem, qualidades que ela também tem. Vejo isso em sua dança. Ela coloca não apenas o seu suor em cada movimento, mas toda a sua alegria e desejo de fazer cada vez melhor. Vejo isso no seu trabalho com o Médicos do Humor, um trabalho lindo de bem ao outro, de entrega ao próximo. Que o universo permita que ela continue nesse movimento, sempre livre, sempre mais e cada vez melhor – para o sucesso dela e da vida artística de nossa cidade.”

Rosi Sanga, atriz profissional e professora de teatro.