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Bola Sete, um vegetariano que deixou seu nome na história do jazz

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Carlos Santana considera Bola Sete um dos maiores guitarristas de todos os tempos (Foto: Reprodução)

O compositor, violonista e guitarrista carioca Bola Sete, que foi aluno do maestro Moacyr Santos, fez muito sucesso tocando jazz nos Estados Unidos e no México nas décadas de 1960 e 1970. De origem pobre, mas com uma herança musical muito forte, descobriu a aptidão para a música ainda na infância, quando começou a tocar cavaquinho e violão.

No Estados Unidos, Bola Sete foi um grande parceiro de Dizzy Gillespie e Vince Guaraldi, com quem lançou em 1963 o disco “Vince Guaraldi, Bola Sete and Friends”. Guaraldi foi o autor da trilha sonora do desenho animado “Peanuts”, que traz personagens como Charlie Brown e Snoopy. Em 1967, Bola Sete deixou o Vince Guaraldi Trio para criar o seu próprio trio, que trazia na formação os brasileiros Sebastião Neto e Paulinho, contrabaixista e baterista.

Quando o grupo decidiu se separar, Bola Sete já era um homem de meia-idade com sobrepeso e alguns problemas de saúde. Então ele viu que seria necessário dar uma guinada em sua vida. Parou de tocar e começou a meditar, praticando regularmente o hatha yoga. Primeiro, ele abandonou o consumo de carne e mais tarde se tornou vegetariano.

“Isso não apenas permitiu que ele perdesse mais de 22 quilos, mas também que ele conseguisse controlar a sua asma agravada por anos inalando fumaça nos clubes onde tocava. O novo estilo de vida garantiu que ele produzisse a música mais incrível de sua carreira”, afirmou o pesquisador Gerald E. Brennan.

Embora Bola Sete tenha seu nome quase sempre relacionado ao jazz, estudiosos de sua música como Brennan o consideram o pai da música new age. Isto porque as composições do brasileiro se tornaram muito espiritualizadas, destoando do jazz tradicional; algo que ficou mais claro depois que ele se tornou vegetariano.

Em 1970, quando excursionou pelo México com Stan Getz e outros artistas do jazz, Bola Sete se tornou extremamente popular, o que o motivou a lançar em 1971 o álbum “Shebaba”. “Bola Sete é tão significativo quanto Jimi Hendrix e Segovia, no sentido de ter sabedoria, conhecimento, alma e paixão”, escreveu o célebre guitarrista mexicano Carlos Santana. Nos Estados Unidos, há mais artistas que consideram Bola Sete um dos maiores guitarristas de todos os tempos, e não somente do jazz.

Saiba Mais

Djalma de Andrade, mais conhecido como Bola Sete, nasceu em 16 de julho de 1923 no Rio de Janeiro, e faleceu nos Estados Unidos em Greenbrae, na Califórnia, em 14 de fevereiro de 1987.

Entre os anos de 1958 e 1985, Bola Sete gravou 14 discos.

Referências

Http://www.bolasete.com/index.php

http://www.musicianguide.com/biographies/1608002433/Bola-Sete.html

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O brasileiro e o suposto atentado da Maratona de Boston

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O brasileiro precisa refletir mais com urgência

Mais uma vez, os supostos culpados são muçulmanos (Foto: Reprodução)

Mais uma vez, os supostos culpados são muçulmanos (Foto: Reprodução)

Tenho acompanhado de acordo com minhas possibilidades o suposto atentado da Maratona de Boston e com base em tudo que li até hoje, até mesmo por parte de estadunidenses e outros estrangeiros, ouso dizer que o brasileiro mediano consegue ser extremamente medíocre quando se trata da falta de análise crítica e profunda dos fatos. Que falta de bom senso e mínima capacidade reflexiva é essa que faz as pessoas acreditarem em qualquer informação divulgada pelos meios de comunicação mainstream de países de “Primeiro Mundo”?

Nem mesmo quem mora nessas nações costuma simplesmente absorver essas informações como se fosse apenas uma mera esponja, um receptáculo de pseudo-elucubrações. E ainda com conteúdo reproduzido copiosamente e com uma conivência surreal dos veículos de imprensa do Brasil que tratam os EUA como se fossem um país exemplar, o que não é. Claro, muitas vezes, a grana que os sustenta costuma vir de lá, principalmente de conglomerados comandados por magnatas sionistas. Curioso que os acusados do atentado em Boston são muçulmanos tchetchenos, não? Para citar um exemplo, o que será que Rupert Murdoch pensa a respeito do assunto?

Afinal, todo estadunidense sabe que recentemente ele tentou assumir o controle de toda a grande mídia dos EUA, o que só não foi possível por causa das limitações legais do oligopólio midiático. Claro, e não posso deixar de mencionar que esse mesmo líder das comunicações é um dos maiores incentivadores do Estado de Israel, inclusive financiando ações do governo que partem de Tel Aviv e Jerusalém.

Por que quando um meio de comunicação de um país pobre, subdesenvolvido ou que vive um sério conflito civil divulga algo sempre há brasileiros colocando em xeque o conteúdo, mesmo sem entender do que se trata? E ainda em um tom de superioridade que demonstra uma severa incapacidade de autorreflexão, para não dizer uma inclinação mais do que obtusa e falseada do pensamento “americanizado”.

Eu não diria que o brasileiro desinformado costuma ser apolítico, ele consegue ser pior que isso. Não se importa em aceitar tudo que lê sem questionar – e quando o faz prefere ser jactante e frívolo. Assuntos complexos envolvem sim abstração de raciocínio e exigem boa bagagem cultural. Criticidade e bom senso parte do princípio de que tudo que você lê deve ser avaliado cuidadosamente como um cardápio de restaurante. Ou seja, é imprescindível descartar aquilo que não faz bem ao nosso organismo.

Veteranos de guerra protestam contra a condenação do tchetcheno à pena de morte (Foto: Nicolaus Czarnecki/Metro)

Veteranos de guerra protestam contra a condenação do tchetcheno à pena de morte (Foto: Nicolaus Czarnecki/Metro)

Sinto vergonha ao ver tantos brasileiros reverenciando os EUA por terem encontrado os supostos acusados do atentado de Boston no dito tempo recorde. Há “leitores” dizendo que isso deveria servir de exemplo ao Brasil. E pior, vejo brasileiros divagando na superficialidade, admirando as fardas dos estadunidenses responsáveis pelo assassinato do jovem Tamerlan Tsarnaev (quando ainda era um suspeito, não um criminoso). Dizem que é algo que impõe mais postura e respeito. Vestimenta agora é uma alusão ao senso de justiça?

Se eu não for preguiçoso e quiser saber sobre o que realmente está acontecendo nos EUA, prefiro buscar informações e discutir sobre o assunto com pessoas que acompanham a mídia considerada independente, seja nacional ou internacional – formadores de opinião que não sejam de extrema direita nem esquerdistas radicais. E claro, sempre partindo da base de que em menor ou maior proporção os livros continuam sendo a melhor fonte de informação para entender esse tipo de situação.

Ainda considero Noam Chomsky uma importante referência para compreender as problemáticas mais extenuantes da Terra do Tio Sam – seja com relação a conflitos internos e relações internacionais. Outros nomes interessantes que posso citar por ora e do próprio EUA são Benedict Anderson, Bruce Bueno de Mesquita, Norman Finkelstein e Harold Lasswell.

Não sou Anti-EUA, muito pelo contrário, admiro muito a arte produzida por eles, mas simpatizo pouco com o sistema político daquele país e principalmente com os meios de comunicação “mais populares” que estão sempre inclinados sobre si mesmos – como se o mundo se projetasse ao redor da “América”.