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Senadores canadenses votam a favor de projeto que proíbe a realização de testes em animais
“Chegou a hora do governo canadense dar um passo à frente e tomar medidas para proibir os testes com animais na indústria cosmética”
Depois de 29 meses, um projeto de lei que proíbe a realização de testes em animais na indústria cosmética canadense está finalmente a caminho da Câmara dos Comuns, que equivale à Câmara dos Deputados no Brasil. A votação do projeto de lei S-214, também chamado de The Cruelty-Free Cosmetics Act, foi realizada ontem no Senado. Além do S-214, o projeto que proíbe que baleias e golfinhos sejam mantidos em cativeiros e o projeto que criminaliza a importação de barbatanas de tubarões também tiveram um resultado favorável.
O Senado demorou para discutir e votar a favor desses projetos. No entanto, ontem tudo transcorreu de forma bem rápida e positiva, segundo o senador Yuen Paul Woo, do Grupo de Senadores Independentes. Diversos parlamentares favoráveis aos direitos animais explicaram aos repórteres em Ottawa que caso eles adiassem a votação até o verão, provavelmente não teria sido tão fácil.
Uma das autoras do projeto que criminaliza os testes em animais é a senadora Carolyn Stewart Olsen que lembrou que o projeto nasceu de uma iniciativa em parceria com a Humane Society International e com a Animal Alliance of Canada. “Chegou a hora do governo canadense dar um passo à frente e tomar medidas para proibir os testes com animais na indústria cosmética e trazer o Canadá para o século 21”, comentou Carolyn. Atualmente, 37 países do mundo todo já baniram a realização de testes em animais na indústria cosmética.
Após o resultado da votação, a diretora da Animal Alliance, Liz White, pediu que os membros da Casa dos Comuns também votem a favor do projeto, considerando o desejo de seus eleitores que estão apoiando massivamente a ação legislativa federal que põe fim à crueldade dos testes na indústria cosmética canadense.
Referências
Café vegano chama a atenção ao lado de um açougue no Canadá
Shirley: “As pessoas nos diziam: ‘Você vai ser vegetariano em Calgary? Você nunca vai conseguir!”
Um fato chama a atenção em Calgary, no Canadá. Desde o ano passado, um café vegano tem despontado em uma área de açougues. O Hearts Choices foi fundado pelo casal Eahly Shirley e Nan Thammanatr, que deixou Vancouver para fixar residência em Calgary, onde o consumo de carne é considerado mais elevado do que em outras grandes cidades do Canadá.
Em entrevista ao CBC News, Shriley contou que assim que chegaram a Calgary eles perceberam que havia poucas opções vegetarianas: “As pessoas nos diziam: ‘Você vai ser vegetariano em Calgary? Você nunca vai conseguir!” Ainda assim o casal aceitou o desafio de promover o vegetarianismo e o veganismo em meio a uma forte cultura cowboy.
“Estávamos andando um dia pelo mercado de agricultores de Calgary e vimos um pequeno estande de 10×10 vazio. Então pensamos: “Ei, talvez poderíamos começar um negócio aqui vendendo produtos vegetarianos.’ E foi assim que começamos, com um minúsculo freezer e um pequeno estande, lucrando, por exemplo, 30 a 40 dólares por dia”, relatou Eahly Shirley que, assim como a esposa, é vegano.
Em 2017, o café Hearts Choices foi instalado ao lado do açougue Master Meats, onde pouco tempo depois um episódio se tornou inesquecível – o carro “veggie” do café se chocou acidentalmente contra o carro do açougue. Os clientes aproveitaram para tratar o incidente como um conflito entre bacon x facon e bisteca x tofu.
Apesar de tudo, o relacionamento entre os proprietários do café e John Wildenbourg, o proprietário do açougue que tem uma filha vegetariana, é bem amigável. Inclusive o açougueiro é cliente da cafeteria vegana. Pelo menos seis opções do cardápio estão entre os seus alimentos preferidos na atualidade – com destaque para as “asinhas de couve-flor”. Além disso, o Hearts Choices já não é mais visto como um estranho no ninho. O negócio cresceu e o casal possui mais dois empreendimentos veganos em Calgary.
Montreal aprova projeto que proíbe carruagens com tração animal
Servindo como exemplo para muitas cidades do mundo, autoridades políticas de Montreal, no Canadá, aprovaram recentemente um projeto de proibição de carruagens puxadas a cavalo. Segundo o vereador Craig Sauve, surgiram inúmeros casos de maus-tratos contra animais, inclusive com registros de óbitos de cavalos usados nessa atividade. “Decidimos que vamos colocar um fim nessa indústria”, informa Sauve.
As caleches, como são mais conhecidas, foram usadas por centenas de anos em Montreal, até que nos últimos anos surgiram campanhas contra o uso de animais puxando carruagens. A mais recente foi liderada pelo partido Projet Montreal, incluindo a prefeita Valérie Plante, que teve grande apoio da opinião pública. Até 2019, todas as carruagens devem ser substituídas por veículos elétricos.
Mike Lanigan, o pecuarista canadense que transformou a própria fazenda em um santuário
“Quando chegar à minha velhice, quero que seja com uma consciência limpa e agradável”
Em 2016, o pecuarista canadense Mike Lanigan, de Uxbridge, Ontário, estava ajudando um bezerro prematuro a mamar pela primeira vez quando se questionou sobre a sua fonte de renda, que se baseava em criar animais para mais tarde enviá-los ao matadouro: “Eu estava fazendo isso com tanto amor, e conversando com ele, limpando a sua face e tentando fazê-lo mamar em sua mãe.”
Lanigan ponderou sobre a contradição de dar a um animal todo esse cuidado simplesmente para depois enviá-lo ao abate. “Nunca gostei dessa parte, mas como fazendeiro você pode simplesmente desligá-la. Então pensei em como eu era hipócrita em dar tanto amor e no final agir de forma tão diferente desse amor”, diz Lanigan em um vídeo publicado por sua funcionária, Edith Barabash, na página do santuário Farmhouse Garden Animal Home.
Da terceira geração de uma família de criadores de gado, Mike Lanigan era uma criança quando se mudou nos anos 1950 para a fazenda onde vive até hoje. Mais tarde, foi para a faculdade e depois retornou. Mas somente a experiência de amamentar um bezerro prematuro fez com que mudasse o rumo de sua vida em 2016.
Com um choque de consciência, Lanigan decidiu que não exploraria nem mataria mais nenhum animal. Na realidade, fez mais do que isso. Transformou a tradicional fazenda de gado em um santuário para bovinos, aves, equinos e animais de outras espécies – um lugar onde podem viver até os seus últimos dias em paz. Porém, Lanigan sabia que seguir por esse caminho não seria fácil, porque uma das partes mais difíceis é conseguir recursos para alimentar todos os animais.
Além disso, passou a ser visto com outros olhos pelos vizinhos e se tornou alvo da piadas. Os fazendeiros da região pararam de acenar e de cumprimentá-lo quando passavam por sua propriedade. Ele não reagiu mal à reação. Apenas entendeu que os fazendeiros se sentiam ameaçados por sua atitude inimaginável. “Há um forte ativismo animal acontecendo. E não percebi todas essas nuances quando decidi fundar um santuário”, enfatiza. Até mesmo seus filhos ficaram com raiva no primeiro mês, porque estavam planejando assumir a fazenda de gado nos próximos anos. Com o tempo, entenderam e respeitaram a sua decisão.
Lanigan passou a ser visto como um sobrevivente em seu meio, porque vários de seus vizinhos, que também eram fazendeiros independentes e investiam no gado de corte e no gado leiteiro, não resistiram às pressões do mercado e acabaram vendendo suas fazendas para corporações e grandes produtores de gado. Apesar das dificuldades, Mike Lanigan está feliz com a sua decisão. Para angariar recursos para sustentar todos os moradores da fazenda, ele decidiu investir na produção de vegetais orgânicos e de xarope de bordo.
Em 2017 a fazenda foi transformada na Farmhouse Garden Animal Home, um abrigo para animais sem fins lucrativos que é mantido com os recursos da produção de vegetais orgânicos e por meio de doações. “Quando chegar à minha velhice, quero que seja com uma consciência limpa e agradável”, revela Mike Lanigan.
Referências
Farmhouse Garden – Animal Home. Our Story (2017).
Quase 40% dos canadenses da Colúmbia Britânica com menos de 35 anos se identificam como vegetarianos ou veganos
Uma pesquisa realizada pelo professor e cientista canadense Sylvain Charlebois, da Universidade Dalhousie, mostrou que quase 40% dos canadenses da Colúmbia Britânica com menos de 35 anos se identificam como vegetarianos ou veganos.
O trabalho de Charlebois, conduzido com o suporte do coletor de dados Qualtrics, contou com entrevistas com 1049 adultos. O pesquisador disse que o resultado foi realmente surpreendente, porque são os números mais altos do país se tratando de vegetarianos e veganos em uma região específica.
O percentual de vegetarianos e veganos na Colúmbia Britânica é três vezes superior à média canadense. Vancouver foi considerada a melhor cidade para veganos no Canadá, com o maior número de estabelecimentos e opções para veganos.
Saiba Mais
Sylvain Charlebois é um cientista da área de nutrição e atua como colaborador dos jornais Montreal’s La Presse e Toronto’s The Globe and Mail. Ele já publicou cinco livros sobre sistemas alimentares globais.
Referência
Veganos estão transformando bairro de Toronto em um bairro vegano
Um grupo intitulado 5700, liderado por Hellenic Vincent de Paul, promete transformar o bairro de Parkdale em Toronto, no Canadá, em um bairro vegano até o final de 2018. O objetivo é oferecer um grande espaço para que a população e os turistas possam encontrar o maior número possível de opções veganas – o que inclui desde alimentos até entretenimento.
Por causa desse projeto, o Parkdale já está sendo chamado de Vegandale, um destino para veganos, vegetarianos e simpatizantes. Segundo de Paul, a iniciativa reúne empresas veganas locais interessadas em transferirem ou abrirem algum novo estabelecimento comercial no bairro. “Este destino é o único do gênero, promovendo um mundo onde a exploração animal é coisa do passado”, explicou o grupo 5700 em seu site, acrescentando que o objetivo é ajudar a promover o abolicionismo animal.
O grupo é conhecido por iniciativas bem-sucedidas de divulgação do veganismo por meio de festivais e incentivo a empresas veganas. Anualmente, o 5700 realiza o Vegandale Food Drink Festival, antigo Vegan Food & Drink Festival, que já se tornou internacional e chega a Houston, nos Estados Unidos, em 2 de junho. “Estamos preparados para dar mais um passo em direção à dominação vegana mundial com a nossa próxima temporada de festivais”, garante Hellenic Vincent de Paul. Até o final deste ano, o grupo deve abrir mais algumas empresas veganas, como a Vegandale Bracitorium, Prohibition Pie e Not Your Mother (NYM).
Programa federal canadense vai investir 150 milhões de dólares na indústria de alimentos à base de plantas
O Canadá está caminhando para desenvolver um sistema alimentar que depende mais de alimentos à base de plantas do que de animais. Um programa federal canadense vai investir 150 milhões de dólares na indústria sustentável de produtos baseados em vegetais. Esse valor é apenas uma parcela de um fundo de 950 milhões de dólares voltados à inovação no setor de alimentos e manufatura.
Chairman da Protein Industries Canada Group, uma aliança de 120 companhias que desenvolvem alimentos à base de plantas, Frank Hart disse a CTV News Canada que os fundos irão para a criação de novos alimentos a partir de sementes de linhaça, cânhamo, aveia e leguminosas. “É um mercado que espera se expandir de forma significativa”, disse Hart.
CEO da Pulse Canada, Gordon Bacon explica que os consumidores estão cada vez mais interessados em alimentos à base de plantas, o que tem relação com o crescimento do número de vegetarianos, veganos e de pessoas que querem consumir cada vez menos alimentos com ingredientes de origem animal. “É uma combinação de uma mudança no sistema de processamento, uma mudança na consciência do consumidor e também uma mudança de custos”, declarou Bacon. Ele explicou que até mesmo empresas que até então só produziam alimentos baseados em carne e laticínios pretendem criar produtos com proteínas baseadas em plantas.
Referência
Ativista vegano de 12 anos tem chamado a atenção no Canadá
Daniel: “Seu corpo é o seu templo, então você precisa comer os alimentos certos”
Aos 12 anos, o estudante Daniel Bissonnette está se tornando um dos mais conhecidos ativistas veganos do Canadá. Depois de passar oito anos sendo chamado de “garoto estranho” por causa da sua alimentação livre de ingredientes de origem animal, atualmente, sempre que possível, ele viaja pelo país compartilhando suas experiências com o veganismo.
Depois de sofrer preconceito por alguns anos, na 3ª série uma de suas professoras o convidou para fazer uma apresentação para a classe, falando sobre sua alimentação e os benefícios do veganismo. “A senhora Stanley veio até mim e disse que seria uma ótima ideia. Percebi que eu tinha certas capacidades que outras crianças não tinham, certas forças que vêm da forma como me alimento”, relatou a David Bell, da CBC News.
Nem por isso Daniel se vê como melhor que as outras crianças, porém, ele declarou que por meio de uma alimentação vegana suas habilidades cognitivas estão melhores do que nunca – seu cérebro tem adquirido o combustível certo. Os três alimentos mais importantes na alimentação do garoto são mirtilo, óleo de coco e cacau. “Que é do que todo chocolate é feito. [Esses alimentos] estimulam a memória, o foco e a concentração, então você pode dar o seu melhor em um exame escolar ou em um projeto em que esteja trabalhando”, declarou.
Bissonnette, que vive perto de Vancouver, importante cidade litorânea da Colúmbia Britânica, deixa claro que seu maior objetivo é inspirar outros jovens a mudarem sua alimentação e a sentirem o impacto positivo do veganismo. “Estou realmente apaixonado por ensinar as crianças a comerem um café da manhã saudável, porque eu sei que muitas têm medo de que outras crianças zombem delas por se alimentarem assim”, comentou.
Daniel, que é vegano desde que nasceu, tem compartilhado suas experiências se pautando principalmente em uma alimentação saudável e livre de ingredientes de origem animal. Segundo ele, as crianças são muito negligentes em relação ao café da manhã, que é uma refeição de extrema importância no rendimento cotidiano. “Seu corpo é o seu templo, então você precisa comer os alimentos certos e, se seus amigos o chamarem de estranho, encontre melhores amigos”, recomendou em entrevista a David Bell.
Saiba Mais
Daniel Bissonnette tem se apresentado em eventos veganos e vegetarianos e feito o seu ativismo em canais de mídia social. Ele também publicou um livro intitulado “Daniel’s Breakfast Burst”.
Referências
http://www.cbc.ca/news/canada/calgary/daniel-bissonnette-calgary-health-show-1.3999718
http://vegnews.com/articles/page.do?pageId=9117&catId=1
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E se você pudesse apagar suas lembranças?
Em 2004, quando assisti o filme “Eternal Sunshine of the Spotless Mind”, que no Brasil ganhou o nome de “Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças”, com roteiro do inconfundível Mr. Kaufman, me questionei se havia algo no mundo que realmente fosse capaz de manipular as lembranças humanas. Mais tarde, descobri que sim.
Existe o Wysoccan, baseado na erva Datura Stramonium, que pode apagar todas as memórias de uma pessoa. Os nativos angolquinos do Canadá usam a fórmula no rito de passagem da infância para a adolescência. Na crença deles, ninguém pode se tornar um guerreiro se estiver preso às lembranças da infância. O tal do Wysoccan chegou a ser usado por hippies em algumas partes do mundo, já que como alucinógeno é mais potente que o LSD.
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O que fazer com os buracos no asfalto
Um dia, no Canadá, os fotógrafos Davide Luciano e Claudia Ficca caíram com o carro dentro de um buraco. A partir daí, surgiu a ideia de criar o projeto Potholes que consiste em uma série criativa sobre o que fazer com os buracos no asfalto. O trabalho deles tem como cenário as cidades de Toronto, Montreal, Los Angeles e Nova York, onde vivem atualmente.
Acesse: www.mypotholes.com