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Fungo cultivado em laboratório pode substituir a carne na ração de cães e gatos

Outro diferencial da startup é que as embalagens dos seus produtos são biodegradáveis (Foto: Divulgação)
Um estudo concluído esta semana pela startup Wild Earth, dos Estados Unidos, que investe no desenvolvimento de alimentos para cães e gatos, revela que fungos cultivados em laboratório podem oferecer até 45% de proteínas, superando os 24% provenientes do bife. Um exemplo é o fungo do tipo koji cultivado pela Wild Earth que, além do alto valor proteico e de fornecer dez aminoácidos essenciais, tem alta classificação em digestibilidade, favorecendo melhor absorção dos nutrientes por parte dos animais, segundo a startup.
“Esse é um marco importante que valida a criação de um produto seguro, saudável e nutritivo para transformar a indústria de alimentos para animais de estimação”, disse o CEO da Wild Earth, Ryan Bethencourt ao Veg News, acrescentando que a criação de novas opções de rações também é uma forma de ajudar a reduzir o impacto ambiental e a exploração animal. Até o início de 2019, a Wild Earth promete lançar no mercado novas opções de petiscos veganos e rações veganas a preços acessíveis. Outro diferencial da startup é que as embalagens dos seus produtos são biodegradáveis.
Homem é condenado por matar cães e comercializar carne de cachorro na Coreia do Sul

Lee Sang-don, membro do partido Baurenmirae, apresentou à Assembleia Nacional da Coreia um projeto que visa a criminalização da criação de cães para consumo humano (Foto: Manchul Kim/AP/Humane Society International)
Em decisão histórica na Coreia do Sul, um homem que criava e matava cães visando à comercialização de carne de cachorro foi condenado a pagar pouco mais de R$ 8,3 mil, segundo informações do Korea Times. O tribunal da cidade de Bucheon afirmou na semana passada que o consumo de carne não é uma razão legal para a matança de cães. A denúncia que deu origem ao processo foi feita pelo grupo de defesa dos direitos animais Care.
Na Coreia do Sul, onde o consumo de carne de cachorro ainda é comum, a decisão abre um precedente para a criminalização da prática em outras cidades e regiões do país. O grupo Care tem feito um trabalho de rastreamento de fazendas de criação de cães com essa finalidade, além de matadouros.
Por enquanto, os defensores dos direitos animais têm recorrido a leis de proteção animal e regulamentações sanitárias para fechar fazendas e matadouros. Na Coreia do Sul, principalmente os mais jovens reprovam a matança de cães e o consumo de carne. No ano passado, uma pesquisa revelou que 70% dos entrevistados afirmaram que não consomem carne de cachorro.
Vale lembrar também que no início deste mês, Lee Sang-don, membro do partido Baurenmirae, apresentou à Assembleia Nacional da Coreia um projeto que visa a criminalização da criação de cães para consumo humano.
Alguém diz: “Você não tem dó das plantas?”
Um sujeito alega que quem mais causa mal às plantas são vegetarianos e veganos e então lança a pergunta: “Você não tem dó das plantas?” Devo dizer que pensei que ele, como alguém que consome carne, comesse principalmente animais herbívoros há muito domesticados (que consomem de 10 a 40 quilos de vegetais por dia), como os bovinos, não carnívoros como tigres e leões.
Honestamente, sou incapaz de comer tantos vegetais assim em um dia. Não tenho condições de competir com um boi em uma dieta vegetariana. Afinal, falo de um animal adulto que pode chegar a 600 quilos. E, claro, para alguém afirmar que vegetarianos e veganos são os que mais causam mal às plantas é porque só pode estar se alimentando da carne de animais essencialmente carnívoros como tigres e leões.
Ademais, quando alguém se alimenta de animais, antes do pedaço de carne chegar ao seu prato, há toda uma cadeia produtiva que deveria ser considerada. Um animal objetificado não nasce pronto para ser consumido. Ele demanda uma série de recursos antes mesmo de existir. Há um planejamento de como será a sua vida visando atender um mercado que o tipifica como produto, não animal senciente e consciente que é.
Parece-me um tanto quanto paradoxal criarmos animais que deverão ser alimentados com toneladas de vegetais e então mortos violentamente para as pessoas se alimentarem de suas carnes. Quando penso nisso, associo à ideia de uma pessoa que pode atravessar uma ponte, mas prefere derrubá-la para fazer um trajeto mais longo para chegar até o outro lado de um rio.
Degradamos o meio ambiente para criar milhões, bilhões de animais que alimentamos com imensas quantidades vegetais e que serão mortos precocemente – animais que não desejam sofrer nem morrer. Então alguém aponta o dedo para o amigo vegetariano ou vegano o acusando de não ter dó das plantas porque esse amigo come pequenas porções de vegetais. Sim, o mundo é um lugar estranho.
Como achar normal a morte de 70 bilhões de animais terrestres por ano para consumo?
Não é radical o ato de se alimentar de animais?
Maiores fornecedores de proteína animal não estão reduzindo as emissões de gases do efeito estufa
“É sempre bom lembrar que não existe carne barata. Essas indústrias são subsidiadas há anos pelo público”

Empresas precisam investir menos em proteínas de origem animal e mais em proteínas de origem vegetal (Foto: Eduard Korniyenko/Reuters)
Um novo indicador de sustentabilidade global divulgado esta semana revelou que os maiores fornecedores de carnes e laticínios não estão conseguindo gerenciar efetivamente as contribuições às mudanças climáticas, colocando em risco as metas da missão do Acordo de Paris, que rege medidas de redução de emissões de gases do efeito estufa. O indicador é resultado de um levantamento intitulado “The Coller FAIRR Protein Producer Index”, feito pela Farm Animal Investment Risk and Return (FAIRR), sediada em Londres.
O indicador, que serve como referência para investidores, avaliou as 60 maiores empresas fornecedoras de proteínas de origem animal – incluindo McDonald’s, KFC, Nestlé, Danone e Walmart. A conclusão foi que 60% dessas empresas foram classificadas como de alto risco se tratando de gerenciamento de sustentabilidade em todas as categorias – incluindo emissões de gases do efeito estufa, desmatamento e perda de biodiversidade, uso de água, bem-estar animal, desperdício, poluição, compromisso com a produção sustentável de proteínas vegetais e segurança dos trabalhadores. Tudo isso é apontado como bastante problemático para o meio ambiente.
Tratando-se especificamente de emissões de gases do efeito estufa, o percentual é ainda mais preocupante – 72%. Apenas uma das empresas que compõem o indicador conseguiu atingir pontuações consideráveis na redução de emissões. “Está claro que as indústrias de carne e laticínios permaneceram fora do escrutínio público em relação ao seu significativo impacto climático. Para que isso mude, essas empresas devem ser responsabilizadas pelas emissões e devem ter uma estratégia confiável e verificável de redução de emissões”, disse ao The Guardian a diretora do Instituto Europeu de Agricultura e Política Comercial, Shefali Sharma.
No total, segundo o indicador, 87,5% das empresas de carne bovina e laticínios não têm divulgado dados sobre as suas emissões e gerenciamento de GEE, o que é apontado como um risco ao Acordo de Paris. O FAIRR destaca que a diversificação na produção de proteínas alternativas, ou seja, de origem não animal, é fundamental tanto para o gerenciamento dos riscos da cadeia de suprimentos com restrição de recursos quanto para aproveitar as oportunidades de crescimento do mercado. Ou seja, essas empresas precisam investir menos em alimentos de origem animal e mais em alimentos de origem vegetal.
“É sempre bom lembrar que não existe carne barata. Essas indústrias são subsidiadas há anos pelo público porque pagamos por sua poluição ambiental, custos de saúde pública que não são contabilizados em seu modelo de negócios. É aí que os governos precisam intervir”, enfatiza Sharma.
Referências
The Coller FAIRR Protein Producer Index. Farm Animal Investment Risk and Return (FAIRR)
Por que não me alimento de animais