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Quatro anos de parceria com o Sesc
Alguns escritores me marcaram mais do que outros, mas sem dúvida todos deram sua contribuição
Ontem completou quatro anos desde que o Sesc Paranavaí me convidou pela primeira vez para mediar um bate-papo com alguns dos mais importantes autores da literatura brasileira contemporânea. Desde então, conheci muita gente, tanto na Semana Literária quanto no projeto Autores e Ideias. Alguns escritores me marcaram mais do que outros, mas sem dúvida todos deram sua contribuição. Ouso até dizer que o que aprendo com esses autores me garante o equivalente a anos de conhecimento.
Eles se doam no que fazem, e estão sempre lá bem dispostos, independente se o público é grande ou pequeno; se a maioria conhece ou desconhece suas obras. O mais importante é esparramá-la, disseminá-la. Com naturalidade, descortinam aquela ideia obsoleta, anacrônica, de que existe uma barreira entre o escritor e o leitor. Não me considero e nunca me considerei um mediador. Sou na realidade um aprendiz que tem boas oportunidades de conhecer pessoas sensíveis que fazem a diferença na cultura brasileira e que também contribuem para a minha formação humana, mesmo que o tempo seja curto para tantas lições.
Às vezes me empolgo tanto que deixo os convidados irem além do tempo estabelecido pela organização do evento – daí recebo algumas broncas e fica tudo bem. E sempre que posso, e não esqueço também, carrego meu gravador. Claro, porque no fundo o que melhor me define é a palavra ouvinte. E sem dúvida, sou muito grato ao Sesc pelo belo e aguerrido trabalho de estimular o interesse pela cultura em sua miríade de formas, mesmo que seus eventos ainda sejam pouco valorizados pela população.
Na foto da artista Gislaine Pinheiro – eu, a paranaense Bárbara Lia e o carioca Ricardo Chacal no bate-papo de ontem. Fiquei muito feliz de reencontrar o Chacal e conhecer a Bárbara Lia. São duas figuras ímpares que se destacam por acreditar na verdadeira arte, aquela que luta para sobreviver independente das exigências do mercado e da indústria cultural. Ou seja, duas forças de resistência na contramão de um mundo veloz que tenta nos moldar de acordo com a sociedade de consumo e sua obsolescência programada.