David Arioch – Jornalismo Cultural

Jornalismo Cultural

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Sobre o comportamento na internet

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Foto: PMCV

Tem muita gente com quem mantenho contato pela internet e que conheço pessoalmente. Não é raro eu ver pessoas classificando algumas delas como agressivas ou como diferentes do que realmente são.

Isso acontece porque às vezes, ou mais do que isso, as pessoas podem ser muito passionais e veem na internet uma forma de expor suas insatisfações. Portanto, podem transmitir alguma impressão negativa, o que não significa que sejam basicamente isso.

Tem muita gente na internet que se expressa de uma maneira vista como visceral, dando margem para interpretações não tão boas ou acalentadoras, mas isso não significa que não sejam pessoas boas ou que não tenham qualidades. A forma como escrevemos algo diz muito, mas não tudo, só que é algo que pode clarear ou escurecer posicionamentos.

Em síntese, conheço pessoas de longa data que são gentis pessoalmente, mas que parecem outra coisa para quem as conhece somente pela internet.

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Written by David Arioch

March 5th, 2017 at 7:54 pm

Uma ligação amiga

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Foto: David Arioch

Uma amiga me ligou para falar de seus problemas (Foto: David Arioch)

Uma amiga me ligou para falar de seus problemas. Como ouvinte que sou, fiquei em silêncio, assimilando seu descontentamento. De repente, ela pediu minha opinião. “Então, David, o que você acha que devo fazer?” Quando comecei: “Bom, eu penso que…”, ela me interrompeu e reclamou:

“Não, David! Não! Olha só! Deixa eu continuar!” Então me calei mais uma vez e ela prosseguiu: “Mas não sei também. É uma situação difícil e acho que minha mãe não vai aceitar. Você concorda?” Quando fui falar, ela me impediu novamente. Tudo bem! Preferi me abster, ciente de que qualquer resposta pudesse ser mal interpretada.

“Então! Você vai falar ou não?”, interpelou. Me preparando para o pior, fiz dois exercícios com o maxilar. Quando tentei abrir a boca para fazer uma sugestão, não consegui. Meu bigode de fios longos simplesmente se entrelaçou à barba. Me empenhei para abrir a boca em vão.

Enquanto eu me esforçava para resolver a situação, a tal amiga gritou: “Nossa, David! Como você é insensível! Você é muito egoísta, sabia? Como você pode ser assim? Aposto que não ouviu o que falei! As pessoas deveriam saber quem você é de verdade. Ah, quer saber? Tchau! Adeus!”

Ao final da ligação, fui ao banheiro convencer meu bigode a não fazer mais a barba de refém. Para minha surpresa, recebi uma mensagem pelo Whatsapp: “Não esqueça de me mandar sua opinião. Estou aguardando. Beijo!”

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Written by David Arioch

October 30th, 2016 at 10:18 pm

Uma coisa que nunca vou entender

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Pessoas que adicionam outras pessoas em mídias sociais, não curtem nada, não comentam nada de positivo, mas em algum momento aparecem na sua página fazendo comentários negativos ou que manifestam algum tipo de contrariedade. Nunca tive interesse em direcionar minha energia para algo assim. Acredito na importância da alteridade e da empatia.

Sempre que posso, e evito ir na contramão disso, prefiro motivar as pessoas e agradecê-las. Ser educado, tolerante, ponderado e atencioso não diminui ninguém. Não é nenhum tipo de vulnerabilidade. Muito pelo contrário. É um exercício de força e resistência em um mundo que caminha cada vez mais para o individualismo, para a exaltação do “eu” e da forma falsamente deleitosa de como posso afetar ou desconsiderar os outros.

Parece que há pessoas que são impulsionadas pela ideia de atingir os outros e não percebem que dessa forma também estão atingindo a si mesmas. Às vezes, percebe-se isso somente depois de muito tempo, ou nem mesmo se percebe, não posso afirmar. Em síntese, não sei como ser amargo ou frio pode despertar algo de positivo em alguém.

Written by David Arioch

October 22nd, 2016 at 5:13 pm