Archive for the ‘Consumismo’ tag
Imagine um mundo onde não déssemos a mínima para coisas
Imagine um mundo onde as pessoas não dessem a mínima para coisas, ou pelo menos não as exaltassem em demasia ou atribuíssem valor acima da vida, porque coisas são basicamente o que são – em muitos casos, produtos aos quais atribuímos mais valor pelo que nos custam, pela exceção, pelo distanciamento que existe entre elas e os outros, do que pelo que são em um sentido funcional ou mesmo hedonista.
A ausência de distinção baseada no poder econômico ou no “acúmulo de coisas que não são acessíveis para uma maioria” possivelmente exigiria um esforço intelectual para se destacar, levando em conta que platitudes como “o que eu tenho que você não tem” não chamaria mais a atenção, e simplesmente porque o ter, materialmente, talvez fosse relegado à insignificância, ou pelo menos à adiáfora.
E neste contexto o ser precisaria estar em constante evolução, ao contrário do ter, que não exige evolução moral de ninguém, caso a pessoa não queira. Prova disso são pessoas que nascem em um ambiente de grande poder econômico, e de repente, optam por não fazer nada no decorrer da vida a não ser gastar dinheiro para ocupar o tempo, desconsiderando todo o resto.
Há também pessoas com muito dinheiro que tendem a considerar seus chamados esforços, envolvam eles atividades ilícitas ou não, desrespeito ou não à vida e a dignidade humana e não humana, como sendo únicos, singulares, e por isso devem ser recompensados de forma dissemelhante, mesmo que isso signifique uma diferença do tipo: “O que você jamais ganhará a vida toda eu ganho em uma semana”. “Eu fiz o que você não seria capaz de fazer. Por isso estou onde deveria estar, onde não é o seu lugar.”
“Porque o meu esforço é muito maior que o seu, sou muito mais inteligente que você, então mereço, de fato, ganhar muito mais que você; e a você resta me servir, mesmo que para isso tenhamos que criar um simulacro de evolução para evitar que você ache que sua vida não está melhorando.” Em síntese, uma sutil estagnação oscilante. “Afinal, porque isso é o que cabe à sua limitada competência que está sempre longe de se igualar à minha”, diriam.
Muitas das mazelas que existem no mundo estão intrinsecamente relacionadas ao fato de que muitos daqueles que têm poder encaram sua força e distinção econômica como uma forma de certidão de superioridade, e o mundo diz que eles estão certos, por mais que leis que não valem na prática tentem informar o contrário. Porque leis são fundamentadas na plasticidade. Existem mais para parecer do que para ser.
A megalomania é uma doença
Tudo que você compra tem uma história
Tudo que você compra tem uma história. Já parou para pensar em quantas histórias você conhece por trás dos produtos que compra? É exatamente quando ignoramos a história do que compramos que somos negligentes a até mesmo coniventes quando existe algum tipo de injustiça por trás daquilo que consumimos.
Nos submetemos aos mais diferentes tipos de indústria que exploram vidas porque normalmente somos preguiçosos e individualistas demais para nos importar. Em síntese, somos consumidores alheios. Confiamos tanto nessa indústria que achamos que ela quer sempre o nosso melhor, quando na realidade não faltam exemplos de que a maior prioridade não é te satisfazer, mas sim vender.
Há exploração por trás de tantos produtos, que vão dos gêneros básicos aos mais supérfluos. Mas não queremos enxergar, porque se fizermos isso não teremos como negar que não sabíamos. Prefere-se uma vida de ilusão, onde eu e os meus merecemos o melhor, e os outros, tanto faz, mesmo que tenhamos a oportunidade de mudar isso, de fazer a diferença em suas vidas.
A exploração que existe por trás de tantos produtos deveria ser o suficiente para estimular o consumo consciente, a pesquisa, a compreensão de que não devemos compactuar com empresas que exploram vidas, que matam seres inocentes por nada. Quero dizer, por dinheiro.
Se uma indústria não se importa em explorar cruelmente os animais, sejam eles humanos ou não, por que ela iria se importar com você? Isso é um indicativo de que ela se importa apenas com o seu dinheiro, o seu poder de compra, simplesmente. E se você tem dinheiro aliado à desinformação e indiferença, ou seja, todos os ingredientes que ajudam a perpetuar essa exploração e violência contra outras formas de vida, eles não têm porque parar.
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Uma mensagem de Woody Harrelson para o mundo
Temos o hábito de comprar fast food, que não é comida de verdade. Compramos galões de produtos de limpeza que são nocivos, quando um bom sabão macio e facilmente degradável pode fazer muito bem esse trabalho. Estamos envenenando nossos lares e desperdiçando sem nenhuma boa razão o nosso dinheiro conquistado arduamente. Por quê? Porque a indústria diz que é isso que devemos fazer. Eles só querem que você compre coisas.
Por exemplo, se uma companhia polui o meio ambiente ou realiza negócios reprováveis, se você não comprar os produtos deles, eles irão mudar. Se você não quer comida com muitos produtos químicos ou transgênicos nela, então não compre. A partir do minuto que assumimos a responsabilidade e gastamos nosso dinheiro sabiamente, cada político, cada corporação e cada líder ao redor do mundo saberá que nós despertamos.
Este é o século 21, se usarmos nossos recursos sabiamente, não haverá razão para que alguém não tenha o que necessita. Não há nenhum motivo para que as pessoas morram de fome neste planeta. O homem ou a mulher comum, sejam eles israelenses ou palestinos, protestantes ou católicos, iraquianos ou estadunidenses, só querem viver em paz e justiça em um ambiente limpo.
Quando olhamos ao redor do mundo e vemos que esse não é o nosso caso, sabemos que a maioria da população não é ouvida. Esse é o primeiro sinal de que nosso sistema está quebrado. O governo não irá fazer essas mudanças para nós. Isso cabe ao ser humano comum.
Nenhuma indústria vai continuar com uma prática ou um produto que você, enquanto consumidor, não quer comprar. É de vital importância que você entenda isso, porque isso lhe dá o poder supremo de mudar o mundo em que você vive.
Empresas são extremamente sensíveis sobre sua reação em relação aos seus produtos, porque eles sabem que se você não comprá-los, eles terão que sair desse negócio. Isso não é algo que muitas empresas estão dispostas a considerar e, ao escolher gastar seu dinheiro sabiamente, você acaba promovendo as empresas que fazem negócios de forma mais socialmente responsável.
A message for the world from Woody Harrelson (Uma mensagem de Woody Harrelson para o mundo), gravado pela Real Leaders Magazine em maio de 2016. O ator estadunidense Woody Harrelson, que conquistou projeção internacional a partir de 1994, quando estrelou o filme “Natural Born Killers”, de Oliver Stone, foi indicado duas vezes ao Oscar. Ele é vegano, ativista dos direitos animais e ativista social.
Tradução: David Arioch
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Breves reflexões sobre a vida hipermoderna
Gilles Lipovetsky disse que a vida hipermoderna nos moldes atuais poderá nos destruir; e em algum nível isso vem acontecendo há muito tempo. Infelizmente, parece-me que a vida moderna não foi planejada como deveria, e as consequências disso estão por todos os lados.
Acordei pensando em suas teorias hoje e me recordei de Knut Hamsun, vencedor do Nobel que era anti-civilização, que acreditava que quanto mais distante da sua própria natureza, mais o ser humano se tornaria alheio às próprias necessidades, se apegando à superficialidade daquilo que ele considera viver sem ser viver. Viver para comprar em vez de comprar para viver é um exemplo clássico disso.
O mundo pode ser um lugar estranho se pensarmos que vivemos para atender necessidades que nunca foram primárias, ou nem mesmo necessidades. As pessoas estão cada vez mais doentes porque já não reconhecem o seu papel no mundo, que parece implacável e sempre disposto a engolir quem não se adapta à velocidade e ferocidade da vida moderna.
Muitas pessoas respiram muito mal, pouco observam à sua volta, não sabem dizer qual era a cor do céu numa tarde ensolarada. Em muitos casos, não enxergam a si mesmas, ou têm uma visão distorcida de quem são, porque tudo isso parece insignificante quando se tem um objetivo que é sacrificar a própria vida para se destacar mais do que os outros, para ter muito mais dinheiro do que os outros. Existe sempre uma competição, porque competir significa vencer alguém; e muitos realmente veem isso como o sentido da vida, um respiro de glória, até mesmo de superioridade.
Não raramente falamos em igualdade e redução das desigualdades sociais, mas jogamos na loteria. E poucos, ainda sendo otimista, mesmo que ganhassem um grande prêmio, realmente teriam a coragem de destinar pelo menos uma parte desse dinheiro para ajudar a reduzir as mazelas que tanto criticam. Parece que estamos imersos na demagogia, na contradição…na hipocrisia, embora ainda haja esperança. E nem sempre por má-fé, mas sim porque é uma cultura já entranhada no cerne da nossa vida em sociedade.
Sempre vejo pessoas vendendo a fórmula do sucesso, e a maioria delas prometem muitas riquezas materiais e dão dicas de como vencer os outros, ser melhor do que os outros. A fórmula quase sempre envolve superar os outros mais do que a si mesmo; como se os outros fossem nossos inimigos. É como se sempre tivéssemos inimigos – no trânsito, na internet, nas filas, na escola, na faculdade, no trabalho.
Cremos que somos livres quando na realidade somos servos de uma cultura já consolidada que vende a ideia de que somos senhores de nós mesmos, quando às vezes não somos senhores nem de nossas menores decisões. As armadilhas há muito foram instaladas, mas nossos olhos talvez ainda não sejam tão treinados para enxergá-las.
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O veganismo não é elitista…
Do ponto de vista econômico, o veganismo não é elitista, o que pode ser elitista é o consumismo excludente criado em torno do veganismo, fazendo com que as pessoas vejam o supérfluo como essencial, enxergando barreiras que nada mais são do que vícios já cultivados anteriormente.
Se uma pessoa não vegana é consumista, por exemplo, ela terá forte tendência a pesar os contras do veganismo levando em conta uma percepção de acesso ao desnecessário, e isso é algo inerente ao consumismo, que tem uma forte tendência a expandir nossas falsas necessidades.
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A indiferença e os artistas de rua

Pensei também em como eles resistem na contramão deste mundo cada vez mais consumista em que vivemos
Eu estava voltando pela Avenida Heitor Alencar Furtado quando parei em um sinaleiro. À minha frente, um artista de rua fazia malabarismo com facões. Fiquei imaginando quanto tempo ele deve ter levado pra chegar àquele nível.
Pensei também em como ele resiste na contramão deste mundo cada vez mais consumista em que vivemos. Não tenho dúvida alguma de que ele não é ambicioso ou ganancioso. E são pessoas com esse tipo de nobreza que vivem alheios à inveja. Do contrário, não estaria lá, entretendo um público ocasional que muitas vezes pouco se importa com o que ele está fazendo.
Notei pessoas mantendo os vidros fechados e desviando os olhos pouco antes do sinal ficar verde. Achei a cena triste, mas de um contraste que realça a nobreza de quem está sempre acima das mesquinharias. O rapaz fazia reverências e sorria efusivamente até para quem o ignorava ou acenava dizendo que não tinha dinheiro algum, mesmo que esses guiassem veículos que custam mais de R$ 100 mil.
Mais do que uma Era de Consumismo, me deparo com situações no dia a dia que reafirmam a existência de uma Era da Mesquinharia, um sentimento que fui incentivado desde cedo a não ter. Cada vez que você vira as costas ou ignora alguém, você reforça uma tentativa de marginalizar alguém. Se você acredita que não tem nada a oferecer, tudo bem, desde que assim sua consciência o reconheça. Mas triste é quando você sabe que tem, mas prefere não oferecer nada baseando-se na descrença generalizada a respeito do ser humano.
Anteontem à tarde foi diferente. No sinaleiro da Rua Manoel Ribas, em frente ao Posto Minas, um rapaz fazendo malabarismos com pinos ganhou um dinheirinho de todos os motoristas. Achei aquilo bonito e raro porque percebi que existia harmonia naquela ação individual que ganhou força coletiva iniciada nas primeiras fileiras. Havia beleza e uniformidade. E a fisionomia do rapaz realmente mostrou que ele se sentiu recompensado.
Me recordei de um costume que o meu pai tinha quando estava fazendo quimioterapia no Hospital Beneficência Portuguesa em 1997. Sempre que ia a São Paulo, ele separava um pouco de dinheiro. Um dia minha mãe perguntou qual era a finalidade e meu pai respondeu: “É que até chegar ao hospital não quero ter que dizer não a nenhum pedinte.”
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Oficina do Tio Lú
Uma viagem por um universo de abnegação
Lançado no início da semana, Oficina do Tio Lú é o meu mais novo trabalho audiovisual. Parte da série “Realidade da Periferia”, o documentário conta a história do artista plástico Luiz Carlos Prates Lima, de Paranavaí, no Noroeste do Paraná, que se dedica a recuperar crianças e adolescentes em situação de risco.
Na Vila Alta, um dos bairros mais pobres da cidade, Luiz Carlos, que está sempre enfrentando dificuldades financeiras, deixa de lucrar para ensinar os mais jovens a criarem obras de arte a partir das mais diferentes fontes de matéria-prima.
A oficina do artista fica no fundo da própria casa, onde ele faz crianças e adolescentes se distanciarem do mundo das drogas, da fome e da miséria. Oficina do Tio Lú é uma viagem por um universo de abnegação. Na obra, Tio Lú mostra que não é preciso muito dinheiro para fazer a diferença em um mundo cada vez mais consumista e materialista.
Ficha Técnica
Roteiro e Direção: David Arioch
Colaboração: Jesus Soares
Trilha Sonora: Crash Nomada, Racionais MC’s, Ney Matogrosso e Cólera
Fotos: David Arioch, Gugu Ditzel e Arquivo Pessoal de Luiz Carlos Prates Lima
Personagens: Luiz Carlos Prates Lima, Jesus Soares, Paulo José Zanelato Silva, Lindinalva Silva Santos, Maria de Fátima Oliveira, Danilo Medeiros França, Lucas Antônio Souza Silva, Odair Correa Junior, Gustavo Jesus Souza, Vagner Souza Santos, Weder França Melo, Kelvin Santos Melo, Ariel Gonçalves Souza, Robson Silva, João Paulo Rodrigues Alves e Juvenal Ferreira Silva.
Duração: 46 Minutos
A Pós-História e a morte de Deus
Quando o homem deixou de ver o outro como semelhante
Deus foi referência inquestionável para o homem até o momento que a astronomia surgiu, despedaçando o céu – simbólico paraíso etéreo. Com isso a relação litúrgica e religiosa semeada pelas denotações “irmão” e “próximo” tornou-se, no âmago social, anacrônica. A ciência incitou no homem a necessidade de refletir sobre o sentido da vida, despertando o embate entre Deus e Ciência; um conflito virulento na cultura ocidental, composta estritamente por uma maioria que jamais observou o mundo sob aspectos que envolvem dicotomia ou dualidade.
É mais simples encarar a realidade como única e inquestionável, respaldada pela convicção no Paraíso do Éden. Bom, trata-de algo posteriormente questionado, de modo mordaz, em estudos metafísicos que se tornaram grande alegoria da descrença. São muitas as obras que fazem romper a tênue e frágil linha entre sobriedade e insânia. Um exemplo proeminente é o trabalho do renomado e controverso filósofo alemão Friedrich Wilhelm Nietzsche que viveu os seus últimos onze anos de vida em manicômios.
Mas, se ainda vivesse, Nietzsche provavelmente concordaria que na contemporaneidade o homem raras vezes observa o mundo como um arcabouço de semelhantes. Sim! O outro se tornou apenas mais um ser habitando o plano terreno. Mesmo assim a desestruturação social ainda é evitada, quem sabe em virtude dos direitos do homem. Deus é morto todos os dias em nome da Ciência, como dizia o filósofo tcheco Vilém Flusser, responsável pela criação da denominação Pós-História – período em que o homem se afasta da imagem de Deus para se reestruturar novamente, como se recriasse uma outra história, paralela a até então vivenciada.
Em meio a tudo isso, surge ainda o Caos Organizador do filósofo francês Gilles Lipovetsky que usa o termo para definir a intrínseca relação entre o progresso e o regresso na hipermodernidade. Nesse contexto, o homem tende a resgatar valores e comportamentos de seus antepassados, principalmente conceitos de vida empíricos e míticos. Tenta se afastar paulatinamente da tecnologia que o escravizou, tornando-o sedentário e atribuindo-lhe características sub-humanas. Realmente, tantos bens de consumo são, de fato, mecanismos responsáveis por facilitar a vida humana?
Nunca o foram, pois o papel da Indústria Cultural é simplesmente falsear a ideia da necessidade. Infelizmente a maioria não se vê como refém das criações supérfluas, algo que acontece em razão do homem do ser se tornar o homem do ter. Hoje, a máquina, até “caricaturável”, signo-mor da tecnologia, é tão determinante na vida do homem que o amedronta. Em vez do progresso nos dar respostas e confiabilidade a respeito do futuro, nos torna mais confusos; sofremos com incessantes males psicológicos. O ser humano se deprime com facilidade e passa a ter, mais do que nunca, receio das grandes doenças da atualidade. O progresso, por vezes, leva ao suicídio.
O temor o estimula a resgatar antigas crenças; tudo aquilo que servia de base à existência. O homem se afasta da tecnologia para alcançar o conforto que jamais foi propiciado pela industrialização. Convicções arcaicas e obsoletas são resgatadas todos os dias. Por quê? Porque a natureza admite a necessidade do equilíbrio. O crescente aumento tecnológico engrandece o medo. Na atualidade, em âmbito academicista, principalmente europeu e norte-americano, fala-se muito da hiperponografia; a extrema exposição à sexualidade que cresce a cada dia na internet. Porém este é um assunto à parte.
O futuro é incerto, pois a individualização do homem aumenta a cada dia, tornando-o ainda mais frágil e inapto ao convívio social. Antes de sua morte, o velho Flusser propôs a continuidade do progresso, sem esquecer de driblar os desequilíbrios aos quais o sistema que envolve todos os seres humanos está exposto. Afinal, a realidade manufatureira é infindável, elemento intrínseco desse período – a Pós-História.