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A mulher do apartamento ao lado

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Eu nem entrava, simplesmente ficava no corredor (Foto: Reprodução)

Há algum tempo, eu estava saindo com uma garota que morava em um apartamento bem pequeno. Então sempre que eu chegava quando ela estava no banho, a gente tinha o costume de conversar pela porta. Eu nem entrava, simplesmente ficava no corredor. Só que um dia uma senhora que morava no apartamento ao lado abriu a porta e apareceu só de toalha, me pedindo para falar baixo porque ela se sentia vulnerável com o som da minha voz. Me desculpei e ela replicou:

“Você não entende que eu estou pelada? Só com esta toalha por cima? Não quero ouvir a sua voz, ela me traz lembranças desconfortáveis. Simplesmente não quero ouvi-la! Você não entende?” Fiquei confuso, mas respondi que entendi sim. Ela retrucou que se eu entendia não deveria falar mais nada no corredor, já que ela se sentia incomodada. Alegou que eu estava interferindo em sua privacidade de sentir-se nua e livre. Ainda disse que minha voz afugentava seu corpo.

Fiquei assustado e preocupado. Comecei a bater com força na porta do apartamento e minha garota disse que logo sairia. A idosa continuou me observando de longe, com um olhar inquisidor, muito esquisito e desafiador. Insatisfeita, ela abriu um pouco mais a porta e arregalou os olhos. Mesmo titubeante, declarei:

“Olha, senhora, eu só estou aguardando a minha garota aqui. Por favor, não quero confusão. Talvez a senhora esteja muito sensível. Me perdoe se fiz algo de errado.” Sobressaltada, franziu a testa e gritou: “O quê? Como ousa, seu filho da puta!” Então ela soltou a toalha, abriu bem a porta, deu dois passos completamente pelada, parou e ficou me olhando fixamente.

Ruborizado, sem saber como reagir, mirei a parede à minha direita e mantive meus olhos em um ponto fixo. Antes de fechar a porta, aquela senhora fez uma careta e gritou: “Seu porco!” várias vezes. Segundos depois, minha garota saiu e caímos fora de lá o mais rápido possível.

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Written by David Arioch

October 25th, 2016 at 11:43 pm