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Invista em suas próprias batalhas, mas respeite as dos outros
Invista em suas próprias batalhas, mas respeite as dos outros. Lutar neste mundo já não é fácil, mas lidar com pessoas criticando suas lutas realmente não é legal. Por isso sou da seguinte opinião: se uma pessoa luta por algo em prol de um mundo mais justo, será que realmente tenho motivos para criticá-la?
E se critico, será que faço isso de forma construtiva ou destrutiva? Será que minha crítica é baseada em um bem maior do que a minha vontade de ter razão ou de fazer oposição? Opiniões contrárias não são um problema; podem acrescentar muito. Mas opiniões que visam a desmotivação infelizmente podem ser lesivas dependendo da forma como as absorvemos.
As pessoas podem criticar naturalmente tudo que me agrada
As pessoas podem criticar naturalmente tudo que me agrada. Isso não me incomoda, desde que haja respeito e coerência. Estranho e injusto eu seria se rejeitasse isso, já que nada é perfeito, nem aquilo que defendemos como se fosse a nossa própria vida.
Sobre críticas ao meu trabalho
Se eu for dar atenção a todas as críticas que as pessoas fazem ao meu trabalho, além das problemáticas desnecessárias que são criadas, eu terei que parar de trabalhar. Sendo assim, vale mais a pena produzir do que dedicar tempo discutindo desnecessariamente sobre algo. Sou da seguinte opinião: “O que eu posso fazer durante o tempo que posso perder?”
Sobre textos que tentam desqualificar o veganismo
Acredito que muita gente tem lido e compartilhado dois textos que desmerecem o veganismo. Um deles se chama “Os Veganos e os Vegetarianos acreditam que não matam animais mas isso não é verdade”, publicado pelo Pensador Anônimo, e o outro é intitulado “O Mito do Veganismo”, publicado pelo blog Kataklysma, que se autointitula de ecologia radical e anticivilização. A fonte original do segundo é o blog Matar o Morir Ediciones.
Os dois seguem uma linha de raciocínio que se distanciam no decorrer de cada texto. O primeiro apresenta uma perspectiva obtusa em relação ao veganismo e bem-estarista em relação aos animais. Já o segundo, ao mesmo tempo que desqualifica o veganismo, propõe logo de cara uma transformação extremamente estoica e utópica para o momento atual, que mais parece saída de um filme de ficção científica.
Só para resumir, na minha opinião o maior equívoco desses dois textos é afirmar que o veganismo já começa errado quando fala que é uma filosofia de vida que exclui todas as formas de exploração e crueldade para com o reino animal. Não, não é exatamente isso que fala a Vegan Society.
Ela fala de buscar excluir, se esforçar para evitar todas as formas de exploração. Versa sobre a contribuição de cada um para reduzir cada vez mais a exploração, e tudo dentro das nossas possibilidades. O veganismo em essência nunca foi um movimento radical, muito pelo contrário, é um movimento pró-vida, e movimentos pró-vida nunca são radicais. Quem tem dúvidas disso, é só estudar a vida de Donald Watson, fundador da Vegan Society, o criador do veganismo como conhecemos hoje.
Ele era um sujeito bastante sociável, que simplesmente acreditava que os animais têm o direito de partilhar da mesma justiça dos seres humanos. Sim, ele foi um humanista antes de ser vegano. E quando alguém que discursa sobre isso vem com papo de anticivilização, já é possível perceber que há um nível desconcertante de incoerência conceitual.
Watson via o veganismo como uma forma de reparação moral e ética em relação ao tratamento que os seres humanos dispensam aos animais. Era alguém com um peculiar senso de justiça, não uma pessoa radical que disseminava um discurso totalmente fora da realidade como os detratores do veganismo tentam pincelar.
Como sempre digo, e acho que meu raciocínio vai ao encontro do que preconizava Donald Watson: “Minha prioridade é proporcionar o menor impacto possível aos seres vivos enquanto eu viver, e vou me adaptando às novidades sem problema algum.”