David Arioch – Jornalismo Cultural

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“Eu Não Como Ninguém!”, o primeiro livro de receitas vegetarianas publicado na Rússia em 1913

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“Eu Não Como Ninguém!”, primeiro livro de receitas vegetarianas publicado na Rússia em 1913 por Olga Zelenkova. Proibido durante o regime soviético e relançado em 1991, o livro reúne 1,5 mil receitas. A segunda versão traz também artigos publicados em jornais e assinados por Liev Tolstói, Aleksandr Zelenkov, Aleksandr Iasinovski e Natalia Nordman-Severova.





 

O meu livro “Vegaromba” também está à venda no Bol, da Holanda

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Written by David Arioch

January 31st, 2018 at 11:30 am

Divulgação do meu livro Vegaromba no site da ANDA

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“Vegaromba” entre os 20 lançamentos de destaque da categoria “Gastronomia e Culinária” da Amazon

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O meu livro “Vegaromba” está entre os 20 lançamentos de destaque da categoria “Gastronomia e Culinária” da Amazon. Além de ser comercializada na Amazon, a obra também está à venda nos sites da Simplíssimo, Apple, Google, Kobo, Wook, Livraria Cultura e Saraiva.

O livro, que oferece 150 opções de alimentos, reúne principalmente receitas simples e acessíveis que agradam aos mais diferentes paladares. Na compilação, os leitores vão aprender a preparar assados, barrinhas, bolachas, bolinhos, bolos, bombons, brownies, cookies, geleias, hambúrgueres, leites vegetais, maioneses, mousses, pães, panquecas, patês, pavês, pudins e shakes, além de outros alimentos.

Written by David Arioch

December 27th, 2017 at 2:54 pm

“Vegaromba”, livro digital de culinária vegana com 150 receitas está à venda nas livrarias

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Está à venda nos sites da Simplíssimo, Livraria Saraiva, Cultura, Amazon, Apple, Google, Kobo, Wook, Bertrand Livreiros e Bol o meu livro digital “Vegaromba – Culinária Vegana”. O livro, que oferece 150 opções de alimentos, reúne principalmente receitas simples e acessíveis que agradam aos mais diferentes paladares. Nesta compilação, os leitores vão aprender a preparar assados, barrinhas, bolachas, bolinhos, bolos, bombons, brownies, cookies, geleias, hambúrgueres, leites vegetais, maioneses, mousses, pães, panquecas, patês, pavês, pudins e shakes, além de outros alimentos.

Há receitas indicadas para quem busca simplesmente opções livres de carnes, ovos, laticínios e mel; para praticantes de atividades físicas, para quem quer apenas diversificar a alimentação ou se alimentar melhor; e também para quem se considera um desastre na cozinha. Muitas das receitas que compõem o livro são de preparo simples, demandam poucos ingredientes e mostram como pode ser descomplicado e divertido preparar alimentos sem ingredientes de origem animal. O livro de 150 páginas foi lançado em versão digital e está à venda por R$ 10.

Quem quiser, pode comprá-lo diretamente no meu blog:




Logo abaixo estão os links para a compra do livro “Vegaromba – Culinária Vegana” nas livrarias:

Simplíssimo

Amazon

Apple

Google

Kobo

Wook

Cultura

Saraiva

Bertrand Livreiros

Bol

 

 

Written by David Arioch

December 19th, 2017 at 12:50 pm

Livro de culinária vegetariana publicado na Rússia em 1913 tem 1,5 mil receitas

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Em 1913, Olga Konstantinovna Zelenkova publicou o primeiro livro de culinária vegetariana da história da Rússia. Intitulado “Я никого не ем” ou “Eu Não Como Ninguém”, o livro é dividido em 350 categorias e conta com um total de 1500 receitas.

Written by David Arioch

November 9th, 2017 at 11:25 pm

O budismo e a dieta vegetariana de Allen Ginsberg

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O expoente do movimento beat passava semanas comendo aloo gobi, um de seus pratos preferidos

GINSBERG

Ginsberg gostava muito de cozinhar pratos vegetarianos (Foto: Reprodução)

Allen Ginsberg entrou para a história da literatura contemporânea como um dos pilares da geração beat. Dentre seus livros de poesia, até hoje o mais importante continua sendo Howl and Other Poems (Uivo e Outros Poemas), obra lançada em 1956 que não levou muito tempo para chegar a um milhão de cópias vendidas. No entanto, o que pouca gente sabe é que para além de uma literatura confessional e combativa, também considerada obscena, Allen Ginsberg era um adepto da dieta vegetariana.

E o que aproximou o poeta beat do vegetarianismo foi o seu relacionamento com um mestre de meditação tibetano. Em 1974, Chögyam Trungpa fundou em Boulder, no Colorado, o Naropa Institute, mais tarde transformado na primeira universidade de budismo da América do Norte. Interessado em conciliar a cultura oriental com a ocidental, ele contratou William Burroughs para dar aulas de literatura e Allen Ginsberg para lecionar poesia. O contato com Trungpa fez com que o poeta beat se tornasse seu discípulo, o que não aconteceu com Burroughs.

Porém, aquele não foi o primeiro contato de Ginsberg com o budismo. Na década de 1960, ele já tinha viajado para a Índia. Embora não fosse uma viagem com finalidade espiritual, o poeta fez questão de conhecer importantes mestres da meditação como Gyalwa Karmapa e Dudjom Rinpoche, o que teve grande influência sobre seu comportamento.

Maior prova disso é que em 1968, durante um protesto que antecedeu a Convenção Nacional Democrática em Chicago, o beat subiu ao palco para tentar unir e acalmar a multidão, preocupado que a polícia pudesse intervir com violência. De repente, Ginsberg começou a pronunciar “Om! Om! Om!” de forma errada, o que não passou despercebido por um espectador indiano que jamais esqueceu daquela cena. À época, o poeta reconheceu que o budismo, apresentado a ele pelos beats Jack Kerouac e Gary Snyder, não era apenas uma tendência, mas algo que ele gostaria de abraçar como filosofia de vida.

Ainda assim, Ginsberg precisou de 30 anos para entender que no budismo o som não era mais importante que a concentração. “Seu erro foi se manter mais focado no som do mantra do que em seu significado. Ele usava os mantras para transmitir mensagens escritas durante suas viagens de carro pelos Estados Unidos. Allen Ginsberg viu nisso uma forma de impressionar seus ouvintes e leitores ocidentais sobre os valores orientais que ele aceitou ou considerou aceitar”, escreveu Jenny Skerl no livro Reconstructing the Beats, lançado em 2004.

GINSBERGSOUP

Cold summer borscht, uma das sopas preferidas de Ginsberg (Foto: Reprodução)

Nos anos 1970, Allen Ginsberg passava até semanas isolado e meditando, colocando em prática o que aprendeu com Trungpa. Essa filosofia teve tanta influência sobre sua vida que em 1990, em entrevista à Harper’s Magazine, ele afirmou que estava completamente livre das drogas e de qualquer tipo de agitação. “Tenho vivido muito tranquilamente, seguindo dieta vegetariana, vendo poucas pessoas e lendo muitas obras religiosas, como São João da Cruz, a Bíblia, Fedro [Platão], Santa Teresa de Ávila e [William] Blake. Estou em um tipo de solitude, em modo contemplativo”, revelou.

Como adepto da dieta vegetariana, Ginsberg tinha preferência por pratos como aloo gobi, muito popular em países como Índia, Nepal, Paquistão e Bangladesh. Feito à base de batata, couve-flor e especiarias, ele definia o alimento que ele conheceu através do beat Gary Snyder como uma grande refeição vegetariana de 15 centavos. “Passo semanas comendo só isso”, confidenciou o poeta.

Segundo Snyder, era preciso apenas algumas batatas e uma cabeça de couve-flor para garantir sustância por vários dias de produção poética. “A comida faz toda a diferença no estado físico e mental. E não preciso ser um hare krishna para dizer isso”, enfatizou quando apresentou o aloo gobi ao amigo.

Allen Ginsberg gostava muito de preparar o seu cold summer borscht, baseado em doze beterrabas bem lavadas e fatiadas em tiras. A receita também incluía duas batatas, cebolas fatiadas, tomates fatiados, pepinos e rabanetes. Os caules e as folhas eram picados como em uma salada primavera. Ele cozinhava todos os ingredientes juntos e com moderada quantidade de sal. Deixava a sopa ferver por uma hora ou mais, até o ponto em que ela ficava bem vermelha, com as beterrabas visivelmente macias.

“Adicione açúcar e suco de limão para deixar o líquido doce e ao mesmo tempo azedinho. Ela rende quatro litros. Sirva com sour cream”, escreveu em um papel. Allen Ginsberg ficava muito feliz em cozinhar para seus visitantes. Ele adorava preparar sopas, tanto que instalou um suporte do lado de fora da janela da cozinha para arrefecer sua panela de 12 litros.

Excerto de Howl (Uivo)

Eu vi os expoentes da minha geração destruídos pela loucura, morrendo de fome, histéricos, nus,

arrastando-se pelas ruas do bairro negro de madrugada em busca de uma dose violenta de qualquer coisa,

hipsters com cabeça de anjo ansiando pelo antigo contato celestial com o dínamo estrelado na maquinaria da noite,

que pobres, esfarrapados e olheiras fundas, viajaram fumando sentados na sobrenatural escuridão dos miseráveis apartamentos sem água quente, flutuando sobre os tetos das cidades contemplando jazz,

que desnudaram seus cérebros ao céu sob o Elevado e viram anjos maometanos cambaleando iluminados nos telhados das casas de cômodos

que passaram por universidades com olhos frios e radiantes alucinando Arkansas e tragédias à luz de Blake entre os estudiosos da guerra…

Saiba Mais

Allen Ginsberg nasceu em 3 de junho de 1926 em Newark, Nova Jersey, e faleceu em 5 de abril de 1997 em East Village, Nova York.

Referências

Skerl, Jenny. Reconstructing the Beats. Palgrave Macmillan (2004).

Silberman, Steve. Ginsberg’s Last Soup. New Yorker (March 19, 2001).

Ginsberg, Allen. The Letters of Allen Ginsberg. Philadelphia, Da Capo Press (2008).

Ginsberg, Allen. Howl and Other Poems. City Lights Publishers; Reissue Edition (2001).

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Literatura, Paulo Coelho, culinária e Alexandre Dumas

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Há quem acredite que para ser escritor ou leitor é importante desprezar alguns autores

Sempre me pareceu muito clichê desprezar o trabalho do Paulo Coelho (Foto: Divulgação)

Sempre me pareceu muito clichê desprezar o trabalho do Paulo Coelho (Foto: Divulgação)

Em 2014, participei do lançamento do novo livro de um escritor que prefiro não dizer o nome. É um autor relativamente conceituado no cenário da literatura e que me pareceu ser uma pessoa que valia a pena conhecer. Após o lançamento, houve um bate-papo com o escritor e infelizmente percebi mais uma vez que há autores que se preocupam mais em apelar para o senso comum, o que eu chamo de “malhar o Judas”, talvez visando conquistar com mais facilidade a cumplicidade da plateia, do que propor um diferencial, surpreendê-la com alguma ideia menos usual e que instigasse a reflexão.

Nem todo escritor é obrigado a ser bom em lidar com o público, até porque não é sua obrigação, mas é sempre estranho encontrar uma pessoa com uma capacidade tão complexa de raciocínio e criatividade se condicionando a repetir ideias fragilizadas e facilmente questionáveis. Como acontece em qualquer lugar hoje em dia, o referido escritor fez questão de despender uma parte do bate-papo para falar mal do trabalho do escritor Paulo Coelho, ou seja, uma pessoa que não acrescenta nem diminui nada na literatura desse autor. Então por que ele o “criticou”?

A impressão que fica é que para ser “escritor de verdade” ou “leitor de verdade” é importante desprezar alguns ou muitos autores. Parece existir uma lista sistemática com nomes seletos que determinam que você só é escritor ou leitor se ler este ou aquele, o resto não interessa. Sempre me pareceu muito clichê desprezar o trabalho do Paulo Coelho. Acredito até que são justamente as chamadas “críticas” e “desconsiderações” pelas suas obras que o tornam ainda mais popular no Brasil. O homem nem precisa investir em publicidade. Até quem nunca leu seus livros gosta de arremessar uma pedra que reverbera seu nome.

Depois de deixar claro o seu desprezo por Paulo Coelho, o autor declarou que hoje em dia o mercado editorial brasileiro está ruim porque há pessoas que nunca escreveram ocupando o espaço dos verdadeiros escritores. Ora, deveria haver um concurso em que quem for reprovado ou não se enquadrar nos temas e gêneros propostos não tem o direito de escrever? Nessa linha de pensamento, posso inferir que os leitores também não deveriam ter o direito de ler o que querem? Alguns dos maiores nomes da literatura universal se lançaram no mundo de forma independente. Rimbaud que o diga.

Alexandre Dumas já reconhecia a importância da culinária no século XIX (Arte: Reprodução)

Alexandre Dumas já reconhecia a importância da culinária no século XIX (Arte: Reprodução)

Bom, mas continuando. O escritor “criticou” também o trabalho de Laurentino Gomes, defendendo que o que ele faz não é literatura. Pode não ser literatura ficcional, mas não deixa de ser literatura, tanto que ele recebeu prêmios que se enquadram em categorias literárias, o que é mais do que um contraponto ao comentário feito pelo autor. Eu, como fã de culinária e gastronomia, tive que ouvir um escritor com mais tempo de literatura do que eu de idade declarar que outra “porcaria” que estraga o mercado editorial são os livros de culinária. Bom, generalizações à parte, culinária é cultura e sempre vai ser, independente do que quem não gosta ou não entende do assunto pense.

Com a tal “porcaria”, é possível aprender muito sobre as civilizações, e não falo apenas de hábitos e costumes, mas também de história, crenças, valores, capacidade de adaptação às adversidades e preservações ou transformações étnicas. A culinária sempre teve estreita relação com um ou diversos contextos. Ela já foi determinante na sobrevivência e ascensão de muitos povos em períodos de guerra, por exemplo. Em síntese, a culinária pode ter conotação econômica, social e até política. Muitos povos tiveram suas identidades, histórias e legados fortalecidos graças à culinária.

No século XIX, o escritor francês Alexandre Dumas, eternizado por obras como “Os Três Mosqueteiros”, “O Conde de Monte Cristo” e “Os Irmãos Corsos”, já reconhecia isso, tanto que dedicou os últimos anos de vida a escrever “O Grande Dicionário de Culinária”, lançado em 1873, três anos após sua morte. Na minha opinião, dizer que livros de culinária não merecem espaço é simplesmente um preconceito tolo e que revela um ego inflado por um desejo de cerceamento que nasce da incapacidade em lidar com as diferenças.

Written by David Arioch

March 23rd, 2015 at 2:03 pm