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Ibama vai multar em mais de R$ 105 milhões os fornecedores do McDonald’s, Burger King, Walmart, Unilever e Nestlé por destruírem áreas de preservação permanente

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As áreas foram usadas para o plantio de soja destinado à pecuária, ou seja, à ração animal

A ação do Ibama é consequência de uma investigação realizada pela organização ambiental Might Earth em 2017 (Acervo: Ibama)

O Ibama anunciou esta semana que vai multar em mais de R$ 105 milhões a Cargill e a Bunge, fornecedores de alimentos para animais criados para consumo, por destruírem áreas de preservação permanente, causando grande impacto no cerrado brasileiro. A ação do Ibama é consequência de uma investigação realizada pela organização ambiental Mighty Earth em 2017, expondo as práticas da Cargill e da Bunge, que fazem parte da cadeia de fornecimento de carnes e produtos lácteos de corporações como McDonald’s, Burger King, Walmart, Unilever, Nestlé, Tesco e Carrefour.

Para se ter uma ideia do impacto, foi comprovado que a Cargill e a Bunge, que atendem 61 grandes companhias, financiaram ativamente a destruição de áreas úmidas nativas, obrigando populações inteiras a se deslocarem para favorecer um desmatamento equivalente ao tamanho da Inglaterra – comprometendo a biodiversidade e a sobrevivência de animais como a onça-pintada, tamanduá-bandeira, lobo-guará e cervo-do-pantanal. As áreas foram usadas para o plantio de soja destinado à pecuária, ou seja, à ração animal.

Glenn Hurowitz, CEO da Mighty Earth, diz que, embora a responsabilidade esteja recaindo somente sobre a Cargill e a Bunge, é importante questionar também por que as grandes corporações e empresas continuam se beneficiando dessa prática criminosa. A Bunge se defendeu dizendo que achava que destruir essas áreas era uma prática legal. “O governo brasileiro claramente não concorda. Mas se a Bunge apenas adotasse o simples passo de proibir todo o desmatamento em sua cadeia de fornecimento, não estaria enfrentando esses riscos”, enfatiza Hurowitz.

Referência

Breaking: Cargill and Bunge Fined for Destroying Protected Natural Areas. Mighty Earth (24 de maio de 2018)





Written by David Arioch

May 25th, 2018 at 1:27 pm

“Se a sua alimentação é vegetariana ou vegana, que seja, isso significa que você contribui para a destruição das plantas, cara!”

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Arte: Did U Know Site

— Se a sua alimentação é vegetariana ou vegana, que seja, isso significa que você contribui para a destruição das plantas, cara! Eu pelo menos estou comendo só carne.

— Bom, vamos analisar com cuidado o que você disse. O impacto do consumo de vegetais é evidentemente menor do que o de consumo de alimentos de origem animal por um fator bem simples, e não é preciso citar nenhum dado específico. Enquanto eu me alimento diretamente de vegetais, você, que acabou de afirmar que não consome vegetais, o que acho pouco provável, se alimenta de animais que foram nutridos com vegetais. Sendo assim, em linhas gerais, não há como o seu impacto na natureza ser menor que o meu. Até porque sua alimentação depende essencialmente dessa “ponte nutricional”. Não desconsidere o fato de que bovinos são animais herbívoros. Agora vamos partir para uma outra reflexão. Um boi consome em média 14 quilos de comida e 60 litros de água por dia. Sinceramente? Não creio que estou em condições de competir com a “alimentação vegetariana” de um boi que vai servir de alimento para você e para outras pessoas. Então quando você diz que ‘destruo as plantas”, creio que há um equívoco aí, porque além do sofrimento desnecessário que o consumo de carne impõe aos animais, já que não há carne sem privação e morte, os seus hábitos demandam maior quantidade de vegetais no processo que principia com a produção e culmina no consumo. Logo, naturalmente, uma “destruição” muito superior de plantas.





 

Exploração animal, consumo de carne e fome mundial

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boi-vert

Investe-se tanto no peso de animais inocentes que serão sacrificados. Ao mesmo tempo, investe-se nada naqueles que estão esfomeados (Fotos: Reprodução)

O mundo atualmente conta com mais de 1,5 bilhão de bovinos e pouco mais de sete bilhões de pessoas. Os seres humanos consomem 9,5 bilhões de quilos de comida e 20 bilhões de litros de água por dia. Por outro lado, o gado é alimentado com 61 bilhões de quilos de comida e 170 bilhões de litros de água por dia, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

Ou seja, temos animais criados simplesmente para serem mortos e transformados em carne para pessoas que têm condições de pagar por ela. Claro, muitos não têm, já que o mundo soma mais de um bilhão de pessoas passando fome diariamente. Isso é absurdo e surreal. Gasta-se seis vezes mais para alimentar bovinos, quando poderíamos estudar e viabilizar uma alternativa para destinar comida de origem vegetal para sanar a fome do mundo.

Claro que muitos alegarão que ninguém tem obrigação de fazer nada em relação a isso, mas se há condições de fazer o bem, por que não fazer? Por que não investir na vida em vez de investir na morte? Que tipo de mensagem a humanidade transmite quando mata bilhões de animais por ano, e simplesmente para consumo? Além do mal que causamos aos animais não humanos, ainda desconsideramos a fome mundial, porque é isso que a produção e o consumo de carne privilegiam, uma aberrante desigualdade social, já que não se trata de algo justo nem aceitável. Acredito que quando comemos carne também estamos virando as costas para a miséria que assola o mundo e ajudando a perpetuar um sistema que incentiva mais a morte do que a vida.

 

Texaco e a destruição da Amazônia

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Foto magnífica do argentino Gustavo Jononovich que mostra como a Texaco destrói a Floresta Amazônica a partir da exploração petrolífera

Foto magnífica do argentino Gustavo Jononovich que mostra como a Texaco destrói a Floresta Amazônica a partir da exploração petrolífera (Acesse: jononovich.com)

Written by David Arioch

January 18th, 2016 at 11:02 pm