David Arioch – Jornalismo Cultural

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Aos 63 anos, Diane Gandee Sorbi pode ser condenada a cinco anos de prisão por resgatar animais da morte

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“Depois de me tornar vegana, eu sabia que tinha de fazer mais do que simplesmente não participar da exploração animal”

Diane: “Enquanto eu viver, trabalharei pela liberdade deles” (Foto: DxE)

Aos 63 anos, a ativista vegana Diane Gandee Sorbi, que faz parte da rede de direitos animais Direct Action Everywhere (DxE), se dedica a resgatar animais da morte nos Estados Unidos. Em janeiro de 2017, ela e mais cinco ativistas entraram em uma fazenda industrial em Moroni, Utah, onde haviam dezenas de milhares de perus amontoados em espaços imundos, repletos de fezes. Parte dos animais não conseguia nem mesmo se manter em pé. Diante da situação, Diane e outros ativistas resgataram alguns animais feridos, na tentativa de salvá-los da morte.

A ação foi denunciada e considerada criminosa pela procuradoria-geral de Utah. Por isso, Diane e mais cinco ativistas vão a julgamento esta semana. A aposentada, que passa a maior parte do tempo fazendo trabalho voluntário em abrigos para animais, corre o risco de ser condenada a cinco anos de prisão. “Depois de me tornar vegana, eu sabia que tinha de fazer mais do que simplesmente não participar da exploração animal. Comecei a panfletar e a ir para as ruas. Tive muitas conversas ótimas com pessoas que queriam mudar, mas muitas vezes eu desanimava com a frequência com que alguém dizia que já sabia o que acontecia com os animais e não se importava”, relata em entrevista a Rachel Waite, do DxE Grand Rapids.

Um dia, depois de assistir a uma palestra na DxE House sobre as diferenças na abordagem à defesa animal, ela percebeu que a criação de mudanças sistêmicas pode surtir mais efeito do que as conversas individuais sobre veganismo. “Fiz algumas leituras sobre o que havia sido mais eficaz em movimentos passados de justiça social e decidi dedicar a maior parte do meu tempo a trabalhar com o DxE”, informa.

A primeira experiência de Diane fazendo um discurso em local público, segurando um megafone, é considerada por ela como das mais inesquecíveis. “Foram momentos empoderadores. Sempre fui um pouco tímida e saía do caminho para evitar confrontos. [Então] eu disse a mim mesma que isso era pelos animais e me empurrei para fora da minha zona de conforto”, revela.

Desde que ouviu pela primeira vez a história de um resgate de animais criados para consumo, Diane Sorbi teve vontade de ir a campo. Em 2015, ela participou de um treinamento de resgate animal. “Uma experiência muito poderosa. Segurei um doce peru em meus braços e o levei para um lugar seguro, ciente de que há alguns anos uma de suas irmãs estaria no meu prato [no feriado] de Ação de Graças. Foi um momento emocional cheio de arrependimento e reconciliação”, garante.

Sobre as motivações para seguir em frente, apesar das adversidades como o risco de prisão, ela simplifica: “Os animais. Enquanto eu viver, trabalharei pela liberdade deles. E também, os outros ativistas. Estar cercada de pessoas maravilhosas e atenciosas que dedicam inúmeras horas para tornar o mundo um lugar melhor é uma inspiração constante.”

Questionada sobre o que a mantêm na luta pela libertação animal, ela explica que simplesmente porque todo mundo tem direito à sua própria vida e a viver seguro e livre da exploração. Com a experiência de quem não pretende desistir do ativismo tão cedo, Diane Gandee Sorbi dá algumas dicas para os novos ativistas: “Meu melhor conselho é se manter envolvido. Se um tipo de ativismo não der certo, tente outro. Precisamos do máximo possível de mãos nessa luta, e toda defesa da causa tem o seu valor. Faça o melhor que puder, e tente evitar criticar o trabalho de outras pessoas com as quais você pode não concordar. Se estiver interessado em resgate, participe de um treinamento. Há muitas formas de ajudar, incluindo trabalhos importantes em pesquisa e imprensa.”

 Referência

Waite, Rachel. Why DxE Wednesday V: Diane Gandee Sorbi. DxE Grand Rapids (MI).

 





 

Ativistas veganos podem ser condenados à prisão por resgatarem animais da morte

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“Porcos bebês estão sofrendo mutilação, fome e abuso em Smithfield”

Ativistas podem ser condenados a anos de prisão por resgatarem leitões (Foto: DxE)

Esta semana, alguns ativistas da rede global de direitos animais Direct Action Everywhere (DxE) terão de comparecer ao tribunal após serem acusados no mês passado de invadirem uma fazenda industrial em Mildford, no condado de Beaver, em Utah. Na ocasião, eles resgataram dois leitões da morte. No entanto, o gabinete do procurador-geral de Utah fez outra leitura do episódio.

A procuradoria acusou Wayne Hsiung, Paul Picklesimer, Samer Masterson, Andrew Sharo e Jonathan Frohnmayer de arrombamento e roubo de animais – qualificados como crimes de segundo grau. Com exceção de Masterson, os outros ativistas também foram acusados de tumulto, delito tipificado como classe A.

Eles irão ao tribunal duas vezes esta semana. Na quarta-feira, além dos cinco acusados, Diane Gandee Sorbi, de 63 anos, também deve comparecer à Corte de Sanpete County, onde enfrenta duas acusações por ter roubado um filhote de peru, na tentativa de livrá-lo da morte. Segundo os ativistas, que podem ser condenados a anos de prisão, os animais estavam vivendo em situação degradante.

“Porcos bebês estão sofrendo mutilação, fome e abuso em Smithfield, e a empresa não quer que o público saiba disso”, declarou Wayne Hsiung. Em sua defesa, a Smithfield Food’s Circle Four Farms negou todas as acusações feitas pelo grupo.





 

39 ativistas veganos foram presos nos EUA por tentarem resgatar galinhas doentes de uma fazenda industrial

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Hsiung (à direita): “Enquanto as corporações controlarem nosso sistema alimentar – incluindo o envio dos denunciantes para a prisão – não teremos um sistema alimentar com integridade” (Foto: DxE)

Esta semana, 39 ativistas veganos foram presos após um grande protesto em frente à Sunrise Farms, em Pataluma, na Califórnia. Cerca de 500 ativistas participaram da vigília organizada pela rede em defesa dos direitos animais Direct Action Everywhere (DxE). Os organizadores informaram que a ação foi uma tentativa de “destacar a inação corporativa do governo diante da crueldade contra os animais”.

Os ativistas, que usavam equipamentos de biossegurança aprovados por veterinários, alegaram que eles tinham o direito legal de entrar na fazenda industrial voltada à produção de ovos para cuidar de 37 galinhas doentes e feridas. Mas autoridades locais discordaram e prenderam 39 ativistas por invasão de propriedade.

“Essas aves são criaturas vivas, não coisas, mas a Amazon.com e outros grandes varejistas as tratam como commodities. Seja o foie gras, as peles de animais ou a parceria com as fazendas industriais, a Amazon está enviando crueldade para milhões de lares”, criticou o investigador do DxE, Priya Sawhney.

O cofundador da rede Direction Action Everywhere e ex-professor de direito da Universidade Northwestern, Wayne Hsiung, afirmou que os estadunidenses não querem ver os animais explorados pelo sistema alimentar. Porém, segundo Hsiung, nenhuma ação foi tomada depois que eles apresentaram filmagens de crueldade contra os animais às autoridades e ao Amazon.com.

“Quando os americanos veem o que está acontecendo atrás das portas das fazendas industriais, eles sabem que isso vai contra seus valores, mas enquanto as corporações controlarem nosso sistema alimentar – incluindo o envio dos denunciantes para a prisão – não teremos um sistema alimentar com integridade. [Mas] essa ação vai acabar com o poder deles”, garantiu. A Sunrise Farms negou todas as acusações feitas pelo DxE.

 

Referência

Plant Based News

 





 

Written by David Arioch

May 31st, 2018 at 6:32 pm

Ativistas veganos podem enfrentar 60 anos de prisão por livrarem dois leitões da morte nos Estados Unidos

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Segundo os ativistas do grupo Direct Action Everywhere (DxE), os animais, com idade de três semanas, estavam vivendo em situação degradante (Foto: DxE)

Ontem, o gabinete do procurador-geral de Utah, nos Estados Unidos, apresentou acusações contra cinco ativistas veganos que invadiram uma fazenda industrial em Mildford para resgatarem dois leitões da morte. Segundo os ativistas do grupo Direct Action Everywhere (DxE), os animais, com idade de três semanas, estavam vivendo em situação degradante.

“Porcos bebês estão sofrendo mutilação, fome e abuso em Smithfield, e a empresa não quer que o público saiba disso”, declarou o co-fundador do DxE, Wayne Hsiung, um dos cinco acusados de invadir a Smithfield Food’s Circle Four Farms em Mildford, no condado de Beaver, em Utah. Em sua defesa, a Smithfield negou todas as acusações feitas pelo DxE.

O que ajudou a identificar os suspeitos de participarem da ação foi um vídeo de 11 minutos gravado pelos próprios ativistas, registrando a ação de resgate. O material foi obtido pelo FBI. Com base nas acusações, os cinco ativistas podem ser condenados a 60 anos de prisão.

Referência

Plant Based News