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Homem é condenado por matar cães e comercializar carne de cachorro na Coreia do Sul
Em decisão histórica na Coreia do Sul, um homem que criava e matava cães visando à comercialização de carne de cachorro foi condenado a pagar pouco mais de R$ 8,3 mil, segundo informações do Korea Times. O tribunal da cidade de Bucheon afirmou na semana passada que o consumo de carne não é uma razão legal para a matança de cães. A denúncia que deu origem ao processo foi feita pelo grupo de defesa dos direitos animais Care.
Na Coreia do Sul, onde o consumo de carne de cachorro ainda é comum, a decisão abre um precedente para a criminalização da prática em outras cidades e regiões do país. O grupo Care tem feito um trabalho de rastreamento de fazendas de criação de cães com essa finalidade, além de matadouros.
Por enquanto, os defensores dos direitos animais têm recorrido a leis de proteção animal e regulamentações sanitárias para fechar fazendas e matadouros. Na Coreia do Sul, principalmente os mais jovens reprovam a matança de cães e o consumo de carne. No ano passado, uma pesquisa revelou que 70% dos entrevistados afirmaram que não consomem carne de cachorro.
Vale lembrar também que no início deste mês, Lee Sang-don, membro do partido Baurenmirae, apresentou à Assembleia Nacional da Coreia um projeto que visa a criminalização da criação de cães para consumo humano.
Elephant Haven, o primeiro santuário europeu para elefantes deve ficar pronto em agosto
A cada ano aumenta o número de países europeus contra o uso de animais em circos. Com isso, surge um dilema. Como garantir um lugar seguro para esses animais que não podem mais ser reintroduzidos na natureza depois de anos de abuso na indústria do entretenimento? Pensando nisso, organizações em defesa dos animais estão financiando a construção do Elephant Haven, o primeiro santuário europeu para elefantes.
Situado em uma área de 30 hectares na Nova Aquitânia, na França, o santuário deve ficar pronto em agosto. De acordo com o cofundador do Elephant Haven, Tony Verhulst, além de oferecer qualidade de vida aos elefantes, a segurança deles também é fundamental. Por isso, câmeras serão instaladas dentro e fora dos celeiros para garantir que os animais estejam recebendo todos os cuidados necessários.
“Os elefantes merecem um lugar feliz para viver o resto de suas vidas”, enfatiza Verhulst. Recentemente, a organização Proteção Animal Mundial fez uma doação de R$ 653 mil para o santuário. Após a inauguração, o local vai oferecer um horário específico para visitas, mas os visitantes só poderão observar os animais à distância.
O primeiro país europeu a banir o uso de animais em circos foi a Dinamarca após uma campanha endossada por mais de 50 mil defensores dos animais. O exemplo estimulou mais 14 países a trilharem o mesmo caminho. Atualmente a Proteção Animal Mundial estima que há mais de 100 elefantes sendo usados como entretenimento em países europeus que ainda não baniram a prática.
O Elephant Haven e seus parceiros têm dialogado em favor da libertação desses animais, principalmente considerando que há espaço para eles no santuário. “Esses elefantes tiveram uma vida inteira de sofrimento, sendo mantidos em cativeiro e forçados a enfrentar um treinamento cruel e intensivo”, lamenta o CEO da PAM, Steve McIvor.
Senadores canadenses votam a favor de projeto que proíbe a realização de testes em animais
“Chegou a hora do governo canadense dar um passo à frente e tomar medidas para proibir os testes com animais na indústria cosmética”
Depois de 29 meses, um projeto de lei que proíbe a realização de testes em animais na indústria cosmética canadense está finalmente a caminho da Câmara dos Comuns, que equivale à Câmara dos Deputados no Brasil. A votação do projeto de lei S-214, também chamado de The Cruelty-Free Cosmetics Act, foi realizada ontem no Senado. Além do S-214, o projeto que proíbe que baleias e golfinhos sejam mantidos em cativeiros e o projeto que criminaliza a importação de barbatanas de tubarões também tiveram um resultado favorável.
O Senado demorou para discutir e votar a favor desses projetos. No entanto, ontem tudo transcorreu de forma bem rápida e positiva, segundo o senador Yuen Paul Woo, do Grupo de Senadores Independentes. Diversos parlamentares favoráveis aos direitos animais explicaram aos repórteres em Ottawa que caso eles adiassem a votação até o verão, provavelmente não teria sido tão fácil.
Uma das autoras do projeto que criminaliza os testes em animais é a senadora Carolyn Stewart Olsen que lembrou que o projeto nasceu de uma iniciativa em parceria com a Humane Society International e com a Animal Alliance of Canada. “Chegou a hora do governo canadense dar um passo à frente e tomar medidas para proibir os testes com animais na indústria cosmética e trazer o Canadá para o século 21”, comentou Carolyn. Atualmente, 37 países do mundo todo já baniram a realização de testes em animais na indústria cosmética.
Após o resultado da votação, a diretora da Animal Alliance, Liz White, pediu que os membros da Casa dos Comuns também votem a favor do projeto, considerando o desejo de seus eleitores que estão apoiando massivamente a ação legislativa federal que põe fim à crueldade dos testes na indústria cosmética canadense.
Referências
Associação britânica evita a morte de 5,8 mil galinhas
Na semana passada, a associação Welfare Trust, uma entidade bem-estarista que dá suporte à indústria de ovos no Reino Unido, articulou uma ação que evitou a morte de 5,8 mil galinhas que seriam enviadas para o matadouro após registro de queda de produção de ovos.
Apesar da Welfare Trust fazer campanha a favor do consumo de ovos, a ação recebeu elogios de ativistas veganos dos direitos animais. O resgate foi realizado por dezenas de voluntários em diversas granjas do Reino Unido.
Uma parte dos animais foi enviada para santuários e outros estão sendo doados para entidades e pessoas mediante cadastro e termo de compromisso em assegurar que as galinhas não sejam mortas nem maltratadas.
A fundadora da Welfare Trust, Jane Howorth, explicou ao Plant Based News que está sendo feito um trabalho minucioso para garantir que as galinhas cheguem às casas certas e na hora certa.
Justine Butler: “Por que o leite é uma questão feminista”
“Ficamos indignadas com histórias de estupro e gravidez forçada, mas essas são práticas comuns na moderna pecuária leiteira”
Pesquisadora e autora da organização Viva!, recentemente a bioquímica Justine Butler, que tem no currículo um doutorado em biologia molecular e a publicação de um relatório científico intitulado “White Lies”, que teve repercussão internacional pela abordagem dos efeitos dos laticínios na saúde humana, republicou o seu artigo “Why milk is a feminist issue” – sobre as razões pelas quais o leite é uma questão feminista.
Justine começa o artigo declarando que o feminismo combina uma gama de ideias que compartilham um objetivo comum – apoiar os direitos das mulheres: “Não foi antes de 1991 que a violação física dentro do casamento se tornou um crime. Antes disso, a lei sugeria que o casamento implicava consentimento para o sexo, e uma vez casada, uma mulher poderia ser considerada como propriedade do marido.”
De acordo com a autora, nos últimos cem anos as mulheres têm lutado arduamente pelo direito de controlar o que acontece com seus próprios corpos. “Ficamos indignadas com histórias de estupro e gravidez forçada, mas essas são práticas comuns na moderna pecuária leiteira. As vacas vivem essa realidade repetidas vezes, em escala industrial, e sem escolha.”
Justine Butler, que testemunhou várias fases do feminismo no Reino Unido e em outras partes do mundo, explica que o feminismo ocorreu em ondas – tendo as sufragistas como pioneiras: “A segunda fase ocorreu nos anos 1960 com o feminismo liberal. Uma terceira onda surgiu na década de 1980 com o ecofeminismo, que se identificou com a opressão dos animais criados para consumo. Na década de 1990, os vínculos entre o abuso de animais e a opressão das mulheres foram rebaixados e um feminismo pós-moderno emergiu, priorizando os seres humanos, com pouca preocupação em relação aos animais e ao meio ambiente. O feminismo centrado no ser humano passou a dominar o pensamento feminista no início dos anos 2000.”
Hoje a autora diz que as feministas devem se questionar se está tudo bem para os seres humanos controlarem violentamente o sistema reprodutivo de um animal enquanto se opõem fundamentalmente a um tratamento similar dispensado às mulheres: “Por que escolher a qual forma de opressão nos opomos? Esse tipo de distinção é chamada de ‘especismo’. Envolve a atribuição de diferentes valores morais ou direitos aos indivíduos com base em quais espécies eles pertencem. ‘Sou uma feminista vegana porque sou um animal entre muitos e não quero impor uma hierarquia de consumo a essa relação’”, defende, citando a autora Carol J. Adams.
Justine também parafraseia a ativista Alice Walker, que parte do princípio de que os animais existem por suas próprias razões: “Eles não foram feitos para os humanos, assim como pessoas negras não foram feitas para os brancos ou as mulheres para os homens.” A suposição de que os animais criados para consumo não sofrem quando mantidos em condições que não seriam toleradas pelos seres humanos tem como base a ideia de que eles são menos inteligentes do que os seres humanos, e não têm senso de si mesmos.
Porém, isso é evidentemente errado – garante Justine Butler, que cita o trabalho do professor John Webster, da Universidade de Bristol, que dedicou décadas estudando o comportamento de animais criados para consumo e refuta tal afirmação: “As pessoas assumiram que a inteligência está ligada a capacidade de sofrer e que, como os animais têm cérebros menores, eles sofrem menos que os humanos. Essa é uma lógica patética.”
Inúmeras pesquisas mostram claramente que vacas criam laços de amizade, guardam ressentimentos e são estimuladas por desafios intelectuais. E claro, são capazes de sentir fortes emoções, como dor, medo e ansiedade, assim como alegria. “Todos nós gostamos do sol nas nossas costas. Características semelhantes foram encontradas em porcos, cabras, galinhas e outros animais”, exemplifica a autora.
Não são poucos os cientistas que sugerem que os animais podem ser tão semelhantes aos seres humanos em alguns aspectos que as leis de bem-estar precisam ser urgentemente repensadas. Christine Nicol, professora de bem-estar animal na Universidade de Bristol, reconhece que muitos animais não humanos têm notáveis habilidades cognitivas e de inovação cultural.
“A imagem bucólica de uma vaca e seu bezerro em um ambiente pastoral é um mito. As vacas não produzem constantemente leite, e como nós, só o fazem depois de uma gravidez e um parto de nove meses. Uma vaca leiteira moderna será confinada e obrigada a engravidar logo após o seu primeiro aniversário, usando um aparelho de contenção denominado rape rack [em que uma vaca é imobilizada e inseminada]“, relata Justine.
Após dar à luz, a vaca amamentaria o bezerro por até um ano, mas na pecuária leiteira é comum a separação em um ou dois dias. “Bezerros machos são subprodutos indesejáveis, e todos os anos, no Reino Unido, 100 mil ou mais são abatidos, enquanto outros são vendidos para a produção de carne de vitela”, informa a autora, acrescentando que a imensa demanda física leva à infertilidade e infecções graves (mastite e laminite), reduzindo produtividade e expectativa de vida. Nesse sistema, um animal que poderia viver naturalmente pelo menos 20 anos, é morto com não mais do que seis anos.
Justine Butler não considera um exagero dizer que o leite é produto do estupro, sequestro, tortura e assassinato, considerando que as vontades e os anseios da vaca são completamente desconsiderados:
“Atos de violência sexual ou atividade sexual forçada com animais geram repulsa na maioria das pessoas. Então, por que fechamos os olhos para esse tratamento dado às vacas leiteiras? O leite é o produto da exploração das capacidades reprodutivas de um corpo feminino. Considerar isso uma questão feminista não é radical, mas uma posição política totalmente defensável. As vacas compartilham conosco a arquitetura básica do cérebro responsável pela emoção. As vacas mães se sentem extremamente angustiadas quando as suas crias são tiradas delas – elas choram e berram. Elas ainda estão de luto quando a máquina de ordenha suga o leite de seus úberes. Um torturante ciclo de tormento físico e emocional é imposto sobre elas até sucumbirem. O leite vem de uma mãe enlutada e isso é uma questão feminista.”
Referência
Butler, Justine. Why milk is a feminist issue (2015).
Maratonista vegana bate recorde na Noruega
Fiona Oakes tem um santuário para animais em Tower Hill Stables, no Reino Unido
Na semana passada, a maratonista vegana Fiona Oakes bateu o recorde de mulher mais rápida a completar uma meia maratona vestindo uma fantasia. O Guinness, Livro dos Recordes, reconheceu que Fiona, que completou o trajeto em uma hora e 32 minutos, superou em 14 minutos o recorde anterior.
Oakes correu na Maratona de Tromso, na Noruega, com uma fantasia de vaca, visando conscientizar as pessoas sobre a realidade das vacas leiteiras, que depois de uma vida de exploração são mortas e reduzidas a pedaços de carne, além de serem precocemente separadas de seus filhos.
O recorde surpreendeu, principalmente pelo fato de que a prova iniciada às 22h30 foi dificultada pela chuva e por ventos de até 32 quilômetros por hora. Em entrevista ao Great Vegan Athletes, Fiona explicou que a Meia Maratona de Tromso serviu como uma preparação para uma ultramaratona de 250 quilômetros – o que inclui percorrer quatro áreas de deserto.
“A roupa de vaca funcionava como uma pipa em alguns pontos, e fiquei com medo de ser levada para o Oceano Ártico e acabar sendo o café da manhã do urso polar”, disse em tom bem-humorado. A resistência de Fiona Oakes também surpreendeu porque ela teve de suportar o peso de uma fantasia de vaca encharcada e extremamente gelada.
“Isso me atrapalhou consideravelmente e foi muito desconfortável, mas não tão ruim quanto é para tantos animais, humanos e não humanos, que sofrem a cada dia de suas terríveis existências”, enfatiza. Fiona, que possui um santuário para animais no Reino Unido, recentemente comprou mais terras para ampliá-lo.
Moby está vendendo sua coleção de vinis para ajudar comitê de médicos veganos
O músico vegano Moby, que recentemente anunciou que não fará mais turnês para priorizar questões que ele considera mais urgentes, como os direitos animais, está vendendo a sua coleção de vinis raros para ajudar o Comitê Médico Pela Medicina Responsável dos Estados Unidos, composto por médicos veganos. Muitos dos discos que estão à venda no mercado online Reverb LP Shop foram usados por Moby durante sua carreira de décadas como DJ, e trazem inclusive algumas notas manuscritas.
“Você vai amá-los. E o dinheiro vai para o Comitê Médico pela Medicina Responsável. Então todos ganham. Bem, exceto eu, porque agora não tenho mais nenhum vinil”, declarou no vídeo de divulgação. Em abril, Moby vendeu 100 de seus instrumentos musicais e equipamentos de DJ no Reverb, também para ajudar o comitê.
Além de defender o consumo de alimentos de origem vegetal em substituição aos alimentos de origem animal como uma medida preventiva contra doenças, o grupo vai além da dieta, voltando-se para os direitos animais.
Nos últimos anos, o comitê tem lutado por medidas legislativas contra a realização de testes em animais nas escolas de medicina. O grupo também é conhecido por incentivar a reformulação das refeições escolares nos Estados Unidos – oferecendo opções veganas e excluindo alimentos de origem animal como carnes processadas.
Por que é mais ético não se alimentar de animais
Sobre pessoas que debocham do veganismo