David Arioch – Jornalismo Cultural

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Baikal, a reação soviética à Coca-Cola

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Uma das versões mais recomendadas pelos russos é a do fabricante Chernogolovka†(Foto: Divulgação)

Durante a Guerra Fria, não foi apenas no campo da espionagem e da fabricação de armas que a União Soviética desafiou os Estados Unidos, mas também na produção de alimentos e bebidas capazes de diminuir a influência estadunidense. Um exemplo é o refrigerante Baikal, desenvolvido para ser a reação soviética à Coca-Cola. A ideia não era transformá-lo em um produto de consumo mundial, mas sim de redução da penetração da bebida de origem norte-americana em território russo.

A maior diferença entre o Baikal e a Coca-Cola é que o refrigerante russo é baseado em ingredientes naturais, ervas típicas, e tem um sabor peculiar e original, com leve aroma de pinho. Excetuando alguns ingredientes que variam de acordo com o fabricante, a bebida que começou a ser comercializada em Moscou em 1976 traz louro, erva-de-são-joão, sementes de coentro e raiz de alcaçuz na sua composição. O Baikal também não é tão doce. Na realidade, contém pouco açúcar se comparado à Coca-Cola.

Outra curiosidade é que o nome da bebida de coloração castanha-escura é uma homenagem ao maior lago do mundo, situado na Sibéria. Com o tempo o Baikal se tornou tão popular em algumas regiões da Rússia quanto a vodka. Hoje há uma grande variedade de sabores, inclusive versões alemãs, como é o caso da bebida Vostok. O fotógrafo Joris Van Velzen que trabalhou durante anos em Moscou também criou um novo Baikal.

Há muito tempo no mercado, o refrigerante russo é considerado um bom tônico com propriedades restauradoras relacionadas à adição de Eleutherococcus senticosus, o ginseng siberiano. Embora o ritmo de produção tenha oscilado com o passar dos anos, o Baikal ainda ocupa posição de destaque entre as bebidas carbonatadas mais vendidas na Rússia. Ele só não é indicado para quem sofre de diabetes ou precisa manter um severo controle de ingestão de líquidos. Das versões tradicionais do Baikal, que não possui ingredientes de origem animal nem relação com testes em animais, a mais recomendada pelos russos é a fabricada em Chernogolovka, no óblast de Moscou.

O Baikal pode ser comprado no link abaixo:

http://www.russianfooddirect.com/food/beverage/water-kvas/baikal/

O vegetariano que supostamente viveu 256 anos

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Li Ching-Yun se exercitava todos os dias e se alimentava em horários regulares

Li não consumia bebidas alcoólicas nem fumava (Foto: Reprodução)

O chinês Li Ching-Yuen, também conhecido como Li Ching-Yun, supostamente viveu até os 256 anos. Ao longo da vida, perdeu 23 esposas. Se sua longevidade um dia fosse comprovada, isso significaria que ele superou de longe a francesa Jeanne Calment que morreu com 122 anos e 164 dias, e chegou a ser considerada a mulher mais idosa do mundo.

De acordo com matéria publicada no New York Times em 6 de maio de 1933, Li-Ching era de Qi Jiang Xian, na província de Szechuan, e acredita-se que o chinês nasceu em 1677. Sobre a suposta longevidade de Yun, descobriram que ele era um médico especialista em ervas medicinais, mestre de qigong e consultor tático. Dizia que o segredo para uma vida longa é manter o coração calmo, sentar como uma tartaruga, andar alegre como um pombo e dormir como um cão. A frase jamais foi esquecida por Wu Pei-Fu, um senhor da guerra chinês que teve grande influência no país entre 1916 e 1927.

Li despertou a paixão por colher ervas com apenas dez anos. À época, já tinha viajado para Kansu, Tibet, Annam, Sian e Manchúria. Pouco tempo depois, emigrou para Kai Hsien, onde conheceu mestres de renome do taoismo que lhe ensinaram a alquimia interna, o chi kung e a arte secreta de como usar ervas para se manter saudável e alcançar a longevidade. Na fase adulta, após se tornar um mestre das ervas e das artes marciais, começou a comercializar as plantas que coletava. Com 71 anos, se juntou ao Exército Provincial do comandante Yeuh Jong Chyi, assumindo a função de professor de artes marciais e conselheiro tático.

Em 1933, ao retornar à sua terra natal, Li-Ching morreu de causas naturais, então o general Yang designou uma equipe para investigar o passado do homem. Yun dizia ter nascido em 1734. Entretanto, uma equipe de pesquisadores da Universidade Minkuo alegou ter encontrado registros de que Li nasceu em 1677. Supostamente, as principais provas eram alguns documentos do Governo Imperial Chinês o parabenizando pelos aniversários de 150 e 200 anos. Segundo depoimentos de pessoas que conheceram Yun, ele aparentava ter menos de 70 anos.

Dizem que Li não consumia bebida alcoólica nem fumava. Também era vegetariano estrito. Fazia refeições em horários regulares e tomava um suco à base da fruta goji, abundante em aminoácidos. Entre outros hábitos, o chinês dormia cedo e acordava cedo todos os dias. Não passava um dia sem praticar exercícios físicos e também meditava muito, chegando a ficar horas sem se mover, com os olhos fechados e as mãos no colo.

Defensores de sua história argumentam que a meditação pode ter reduzido o envelhecimento natural do cérebro de Yuen, impedindo o encolhimento cerebral. Dessa forma, ele pode ter alcançado um condicionamento psicológico e emocional que permitiu uma compreensão diferenciada da realidade, o impedindo de ser atingido por questões que normalmente afetam os seres humanos e reduzem sua expectativa de vida. Entretanto, a verdade é que até hoje ninguém sabe se Li Ching-Yun realmente viveu tanto, mas sua história tornou-se inspiradora enquanto estilo de vida, tanto no Oriente quanto no Ocidente.

 

Referências

http://select.nytimes.com/gst/abstract.html?res=FA0915FE3E5C16738DDDAF0894DD405B838FF1D3

http://www.fourwinds10.net/siterun_data/health/holistic_alternative_medicine/news.php?q=1372441085

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