David Arioch – Jornalismo Cultural

Jornalismo Cultural

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Sobre fazer parte de uma bancada política

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Foto: Portal do Senado

Na política, se você concorda em fazer parte de uma bancada, naturalmente você vai ser cobrado em participar de alguma votação que prejudique interesses que não sejam os dessa bancada. Ninguém entra em uma bancada sem ter consciência disso.

Sim, não cabe generalizações, assim como não cabe inocência. Bancadas existem para fortalecer segmentos. Em menor ou maior nível, o Brasil tem um histórico de bancadas funcionando como clubismo. Algo que na prática funciona mais como “os interesses da população são levados em conta se não entrarem em conflito com os nossos”.

Posso ser um cara extremamente honesto, mas se entro em uma bancada e não ajudo a fortalecer essa bancada, e pior ainda, voto contra seus membros várias vezes, vocês acham que eles me deixarão continuar compondo a bancada? Sem qualquer implicação?

 

 

Written by David Arioch

February 8th, 2018 at 7:32 pm

Comer animais, uma opção baseada na imposição

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Não vejo como negar que quando comemos animais ou consumimos produtos baseados em animais, nos voltamos somente para nós mesmos (Fotos: Jo-Anne McArthur)

Quando uma pessoa é questionada sobre o motivo pelo qual se alimenta de animais, é bem comum ela dizer que se trata de uma opção, uma escolha. Quero dizer, parte-se da ideia de que o alimento de origem animal está disponível, logo basta optar por comprá-lo ou não, comê-lo ou não, de acordo com as suas preferências. Seguindo essa premissa, é perceptível que há uma escolha condicionada à oferta.

Porém, se compramos e consumimos um alimento que foi gerado por um animal ou que custou a vida de um animal, indubitavelmente a nossa opção está atrelada a não escolha do outro, uma desconsideração de seus interesses, logo uma arbitrariedade. Afinal, esse consentimento é inexistente. Sendo assim, não há como negar que as nossas opções ou escolhas existem como consequência do que impomos aos outros.

Tal injunção comumente envolve condicionamento, supressão, privação, sofrimento ou morte, já que é impossível, por exemplo, consumir partes de um animal sem que isso envolva violência ou morte. E morrer precocemente, sem dúvida alguma, não está entre os anseios de um animal privado de uma vida natural e criado simplesmente para atender interesses econômicos. Claro, interesses incentivados por um ávido mercado consumidor.

E não podemos negar que isso não se resume aos animais reduzidos a pedaços de carne. O mesmo pode ser dito sobre qualquer forma de exploração animal. Só para citar outro exemplo, pensemos na galinha e na vaca condicionadas a produzirem um número x de ovos e litros de leite por dia. Em que circunstância elas autorizaram a exploração de leite e ovos? Em que momento disseram que estão disponíveis para o nosso consumo?

Se nos apropriamos do que elas produzem, o fazemos simplesmente porque queremos, certo? Assim, evidentemente, o que importa são as nossas vontades; e essas vontades resultam de interesses fundamentados principalmente em condicionamento, herança cultural, hábitos alimentares e paladar. E tudo isso ajuda a fortalecer a capciosa e equivocada ideia de que animais existem simplesmente para nos servir.

Afinal, não somos nós que os condicionamos e os forçamos a atenderem as nossas expectativas? Não somos nós que os modificamos geneticamente para que eles correspondam aos nossos interesses econômicos e alimentares? O fato de não haver um código de comunicação em comum também reforça a crença na ideia de que comer animais é meramente “questão de opção”.

Isto porque a não verbalização favorece o falseamento da realidade sobre o comportamento animal e suas correlações com o meio e com outras espécies quando o que está em jogo são os nossos interesses econômicos e alimentícios. Um exemplo disso, quem nunca viu um animal sofrendo e, de repente, alguém tentou justificar que isso não era verdade? Valendo-se da asserção que envolve a subjetividade da comunicação não humana.

Não vejo como negar que quando comemos animais ou consumimos produtos baseados em animais, nos voltamos somente para nós mesmos. Ou seja, para os nossos interesses. O que existe sou eu, a minha vontade imperativa, e o que deve prevalecer é o meu desejo que abrenuncia tudo que não diz respeito à minha individualidade, ao meu prazer, à minha satisfação por mais efêmera que seja.

Um sujeito, por exemplo, que analisa um menu de uma lanchonete e escolhe um x-bacon, está optando por um alimento em vez de outro; e o seu rol de opções se limita à disponibilidade naquele cardápio. Ele não vai refletir sobre o fato de que a sua opção não existiria sem que alguém fosse privado de uma escolha.

No entanto, para que ele possa consumir aqueles pedaços de bacon no lanche, um animal teve de morrer, considerando o óbvio – que bacon são tiras extraídas das laterais, da traseira ou até mesmo da barriga de um suíno. O seu favorecimento está no fato de que ele não precisa testemunhar todo o processo que envolve a morte do porco, e a redução de partes do seu corpo a tiras de bacon.

Tudo está ao seu alcance de forma palatável, atrativa, simplificada e até mesmo romântica, bastando apenas consumi-lo; sem nem mesmo a necessidade de direcionar os seus olhos para o que come, já que o paladar é facilmente satisfeito por um estímulo sensorial baseado no aroma e no sabor. E são exemplos como esse que perenizam a cavilosa ideia de que se alimentar de animais é meramente uma questão de opção.

É muito fácil defender essa ideia quando não temos qualquer contato com a impossibilidade de escolha que compõe o cenário inclemente e prosaico da realidade animal não humana. Sendo assim, quando falamos em consumo de alimentos ou produtos de origem animal enquanto opção, escolha, estamos também deixando claro que não interessa a ausência de escolhas que não dizem respeito a nós. Em síntese, subsiste uma defesa consciente ou inconsciente da arbitrariedade e da iniquidade em relação à vida animal não humana.





 

Comer animais, sobre o impacto de nossas escolhas: a opção baseada na arbitrariedade

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Que cada um tenha o direito de fazer suas próprias escolhas

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Não é novidade que toda criança precisa de uma boa estrutura familiar

Não é difícil encontrar pessoas que criticam quem tomou a decisão de não ter filhos. E são essas pessoas que ignoram que muitos dos problemas no mundo têm relação com o fato de haver pessoas que somente colocam filhos no mundo, mas que na realidade não os educam.

Desrespeito, ausência de limites, comportamento violento, desvio de caráter, imoralidade, abandono…; não raramente isso faz parte do kit Omissão e Falta de Estrutura Familiar. Além disso, em um mundo cada vez mais populoso, não acho justo condenar pessoas que não querem ter filhos. Que cada um tenha o direito de fazer suas próprias escolhas.





Written by David Arioch

April 30th, 2017 at 10:08 pm

O que me basta

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Não escrevo sobre veganismo e vegetarianismo para me convencer de que fiz uma escolha justa ao me tornar vegano (Arte: Reprodução)

Não escrevo sobre veganismo e vegetarianismo para me convencer de que fiz uma escolha justa ao me tornar vegano. Faço isso para mostrar aos outros a importância dessa escolha.

No meu caso, ser vegano tem uma justificativa bem simples: não tenho o direito de tirar a vida de nenhum animal, assim como não possuo o direito de tomar parte em seu sofrimento e morte. Não existe justiça e respeito quando me alimento de um ser que já respirou, teve vida.

Não sou tão importante para que ele morra para saciar minha fome, que pode ser sanada sem dor e morte. Não preciso de pesquisas, provas científicas. É o que me basta.

 

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Written by David Arioch

December 5th, 2016 at 11:55 pm