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O saudoso Líder Bar
Muitos bailes foram realizados no bar nos anos 1940
Entre os bares mais antigos e já extintos de Paranavaí, no Noroeste do Paraná, o destaque é o Líder Bar, um dos estabelecimentos mais frequentados pela população nas décadas de 1940, 1950 e 1960. O local foi até cenário de bailes e festas.
O Líder Bar, construído pelo pioneiro mineiro José Alves de Oliveira, conhecido como Zé do Bar, se situava na Avenida Paraná, perto da atual Cacau Brasil. Lá, os catarinenses começaram a comercializar broas de fubá feitas em Graciosa.
O alimento fez muito sucesso numa época em que não havia pão na colônia. “Naquele tempo, o Centro ia da esquina do Banespa [onde se situa a Cacau Brasil] até o Banco Bradesco”, contou o pioneiro gaúcho Otávio Marques de Siqueira em entrevista publicada no livro “História de Paranavaí”, de Paulo Marcelo Soares da Silva, acrescentando que o Líder Bar ficava na área mais movimentada da cidade.
O estabelecimento era conhecido como ponto de reunião de moradores das mais diversas faixas etárias. No período da noite, era mais frequentado por homens, principalmente chefes de família que se reuniam para conversar sobre o cotidiano, futebol e política. Todos os ônibus paravam lá, até mesmo outros tipos de conduções. Os veículos de transporte coletivo ajudavam a levar mais fregueses ao bar. Muitos dos que desciam no ponto, dependendo do horário, já ficavam no bar ou pelo menos paravam para comprar algo.
A popularidade do Líder Bar era tão grande que muitas vezes o lugar foi cenário de bailes, principalmente em 1946, quando não havia quase entretenimento na colônia. As festas no bar sempre inspiravam confraternização, pois conseguia reunir boa parte da população, das mais diferentes etnias. Em vez das músicas que tocavam no rádio, os próprios moradores improvisavam. Quem tinha um instrumento musical e sabia como executá-lo sempre se juntava aos demais. “Isso só mudou depois, quando surgiram os clubes”, declarou o pioneiro José Ferreira de Araújo.
O Bar Líder era um dos poucos estabelecimentos de Paranavaí que tinha um gerador de energia. “Trabalhei com esse bar de 1945 a 1952. Daí vem o apelido Zé do Bar”, destacou o pioneiro José Alves de Oliveira que se mudou com a família para Paranavaí em abril de 1945. Foi incentivado pelo pai que disse que a colônia se tornaria uma cidade de grande futuro.
No local onde se situava o Líder Bar, antes havia uma casa de propriedade do pioneiro Dorvalino Moreira que pouco tempo depois a vendeu. “O lugar virou Bar do Abílio. Mas ele ficou com o bar apenas cinco meses. Aí então apareceu o José Alves de Oliveira que se hospedou na minha pensão e comprou o bar”, enfatizou José Ferreira. O local ficou conhecido como “Zé do Bar” até receber o nome de Líder Bar.
Saiba Mais
O primeiro bar de Paranavaí era de propriedade de Zeca Machado e se situava onde é hoje o Banco do Brasil.
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Aeroclube unia a população de Paranavaí
Em 14 de dezembro de 1952, quando Paranavaí se tornou município, já havia uma sociedade bastante heterogênea. Imigrantes europeus, asiáticos e pessoas de Norte a Sul do país se mudavam para o Noroeste do Paraná em busca de estabilidade financeira.
À época, viviam aqui portugueses, italianos, alemães, japoneses, gaúchos, catarinenses, nordestinos, paulistas e mineiros. Segundo o empresário e pioneiro Ephraim Machado, no início da década de 1950, o maior problema era estabelecer relações sociais em meio a tanta diversidade.
“A situação era inédita porque os gaúchos, por exemplo, eram muito festivos enquanto que os nortistas não eram muito sociáveis. Esse era o tipo de sociedade que havia na época”, explica Machado, acrescentando que quando chegou a Paranavaí, no final da década de 1940, não havia mais do que 50 casas.
“Pra mim, essa variedade já representava uma evolução. Mas a maior dificuldade mesmo era a falta de entretenimento. Lembro que por causa disso não havia muita interação entre as pessoas, cada um ficava mais próximo dos seus”, relata o pioneiro que considera o Aeroclube de Paranavaí um marco na história das relações sociais da população local.
Com o surgimento do Aeroclube (atual Tênis Clube), o primeiro clube local, houve uma mudança radical. O espaço contribuiu para um melhor relacionamento da população, já que lá as pessoas podiam se conhecer melhor durante as festas, bailes e outros eventos. “Antes era diferente porque cada um comemorava suas festas dentro de casa, então era algo privado, não pra todos”, assinala Ephraim Machado, ex-presidente do extinto Aeroclube.
Na década de 1960, alguns pioneiros trilharam o mesmo caminho e fundaram outros clubes. “Depois melhorou muito mais, já tínhamos diversas opções. Não era mais necessário sair da cidade pra encontrar diversão”, pontua o pioneiro.
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