David Arioch – Jornalismo Cultural

Jornalismo Cultural

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Você é um daqueles verdinhos?

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Acervo: Turkey Runner

Na fila do mercado, eu, uma camiseta verde do Type O Negative e uma boina. Uma senhorinha se aproximou e se posicionou atrás de mim aguardando a vez. Expliquei que ela não precisava ficar na fila porque pela idade ela tem preferência no caixa especial.

— Não, filho, eu gosto de ficar aqui. Tenho saúde e não tenho pressa.

— Que bom — respondi com o meu típico sorriso tímido.

— Filho, olhei pra você e pra sua cesta, diferente o que vi, admito. Você é um daqueles verdinhos?

— Como?

— Um daqueles verdinhos.

— Me desculpe, mas não sei, senhora. O que é um verdinho?

— Que não come carne, leite, ovo…

— É por aí. Acho que vou um pouquinho além inclusive.

— Olhe só, que honra! Um verdinho de verdade!

— É, acho que sim — comentei, entregue a um sorriso encalistrado.

— Olho esses carrinhos e cestas, só consigo pensar em uma coisa. Você sabia que antigamente não existia toda essa comilança de carne? Muita gente do meu tempo, criada em sítio, chegava a ficar até um ano sem comer carne. E vivia bem, realmente bem, com muita energia, lavourando.

— Isso é bom.

— Papai e mamãe deixaram a Polônia durante a guerra e eles viram tanto sangue e morte naquele lugar que quando chegaram ao Brasil falaram que iriam criar os filhos longe de qualquer tipo de morte. Dito e feito. Tenho 78 anos e não como carne desde os cinco anos quando chegamos aqui em 1944.

— Que história interessante. Se a senhora quiser me contar um dia em detalhes, posso transformar em alguma coisa.

— Quem sabe — ela respondeu sorrindo.

— Seria muito legal — comentei.

— Olhe, o conteúdo da minha cestinha é parecido com o da sua. Estamos apenas em um espectro diferente de gerações, pelo menos nesta vida — disse sem desvanecer o sorriso.

— Não duvido — comentei sorrindo.

— É, sempre enxergo um verdinho de longe.

— Por causa da minha camiseta? — questionei com um sorriso enviesado.

— Não — respondeu rindo.

— Hum…

— Meu pai dizia que os nossos melhores hábitos são sempre translúcidos diante dos nossos olhos e dos olhos dos outros quando existe boa vontade. Claro, desde que nós e os outros queiramos enxergar — explicou a senhora antes da despedida.

 





Promoção no açougue

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“Será que vou conseguir levar alguma coisa?”

Promoção no açougue. Fila imensa. Pessoas sorrindo. Pessoas apreensivas. Medo de não sobrar nada. “Será que vou conseguir levar alguma coisa?”, se perguntavam.

Alguém se acotovelou? Sim, sutilmente e bruscamente. O cheiro da câmara fria amenizava o calor de mais de 30 graus. Trazia um cheiro glacial de osso, de carne. Cheiro de morte? Sim, mas isso não sei se alguém considerou. Menos ainda se a fome dominou.

Faca que corre pelo corpo despedaçado. Serra, serra que não para. E não para mesmo. Vamos ensacar. Sorriso, churrasco, gargalhada. Gargalhada, churrasco e sorriso. Era o assunto do momento. Sem traços de vida. “Não saio daqui com menos de 30 quilos”, comentou um homem de meia-idade. Respirava com dificuldade. Fôlego fraco. Hipertensão? Doença coronariana? Pode ser.

— Com licença, posso lhe mostrar algo rapidamente? Preciso apenas de uma breve opinião.
— Sim, sem problema.
— Que merda é essa? Você é louco? Mostrar isso pra mim na fila do açougue.

Agradeci e caminhei até o próximo da fila. Mais um pedido.

— Que isso, menino! Me respeite que eu poderia ser sua mãe.
— Ok.

Mais um.

— Ah, piá sem noção! Tá maluco? — disse uma moça.

Outro.

— Respeite minha família. Estou com minha esposa e filhos aqui.

Mais.

— Acabou com o meu apetite. Tá satisfeito agora, seu infeliz?
— De modo algum, senhor.

Continuei.

— Ô açougueiro, faça alguma coisa aqui. Chame a gerência, sei lá. Esse cara aqui tá perturbando todo mundo na fila.
— Não, senhor. Pedi licença todas as vezes, e vocês concederam. Bom, acho que já cumpri o meu papel.
— Papel? Isso aí deve ser tudo mentira, coisa encenada. Ou se for verdade, coisa rara que acontece só nos piores lugares.
— Ok.
— Só isso que você tem a dizer?
— Sim. Agradeço a atenção de todos. Não tenho do me que queixar.
— É? Mas nós temos, de você sendo inconveniente.
— Obrigado. Tenham uma boa tarde.

Guardei o celular no bolso, mas antes li uma última mensagem que encerra o vídeo: “A consciência clama pelo que já não descansa.” Cinco pessoas abandonaram a fila.

— Já é alguma coisa — monologuei em direção à saída.

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“Sim, o plano ainda é o mesmo”

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“Claro que sim. Nada mudou”

Em uma longa fila, enquanto eu aguardava pacientemente e observava a movimentação, um camarada me ligou.

Eu — Sim, o plano ainda é o mesmo. Não precisa se preocupar.

Eu — Claro que sim. Nada mudou.

Eu — Ele confirmou que vai fazer a instalação.

Eu — Pode confiar. O material realmente é de boa qualidade.

Eu — Melhor, impossível. Com ele, não tem erro.

Eu — Acho que teremos uma explosão daquelas, de felicidade.

Eu — Sim, está tudo acertado. Vai ser uma surpresa tremenda. Só tem que tomar cuidado pra ninguém perceber nada antes.

Eu — Não, creio que não. Ele disse que o trabalho de instalação é garantido. Sim, não precisa ativar nada, vai vir tudo pronto.

Eu — Arriscado? Não, de modo algum.

Conforme a conversa fluía, notei algumas pessoas me assistindo. Mas simplesmente ignorei. Uma senhora com olhar assustado, e que estava logo atrás de mim, apontou o dedo em direção à minha barba, e saiu da fila a passos ligeiros. Não entendi o motivo e continuei a conversa.

Eu — Você avisou?

Eu — Eles vão correr onde depois?

Eu — Eles já tinham me avisado.

Mais duas pessoas saíram da fila.

Eu — Sim, ele não quer que o grupo leve crédito por nada. Já pediu anonimato.

Eu — Claro que não. Não tem a menor chance. Vai acontecer como planejado.
Mais uma pessoa se afastou.

Antes de desligar o celular, Roberto comentou:

— Uma pena que eles não poderão participar por causa do treino, mas espero que o braço mecânico funcione e que o Seu Zé goste, porque deu tanto trabalho pra conseguir um.

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Written by David Arioch

August 20th, 2017 at 10:32 am

Posted in Crônicas/Chronicles

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A senhorinha da fila

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Arte: Anne Buffington

A maioria das pessoas se irrita com filas. Acho que sou estranho, pois não reclamo, quero dizer, não quando tenho algum tempo livre. Na última vez, fiquei cerca de 40 minutos na fila do caixa rápido. Irônico, não? Três pessoas sorriram pra mim na fila, o que significa que notaram muito bem minha presença. Quem sabe, até mais do que eu gostaria no meu anseio de parecer invisível, um voyeur. Brincadeira. Ou talvez não.
Na fila do caixa rápido, que atravessava o setor de hortifruti e de frios, notei um carrinho à minha frente, mas ninguém o estava guiando.

— A senhora sabe de quem é esse carrinho? — perguntei a uma moça acompanhada da filha que sorria timidamente.
— Não! Não sei. Quero dizer, de uma senhora aí, mas eu que não vou empurrar.

Empurrei o carrinho mais à frente, para acompanhar a fila, e uma senhora se aproximou:

— Obrigada! Fui pegar uma coisinha ali – justificou com um sorriso largo.
— Tudo bem – respondi.

Atrás de mim, três homens conversavam. Um deles parecia o Casagrande, tanto no aspecto físico quanto no tom de voz grave e ansioso, que não permitia folga nem para recuperar o fôlego. Falavam de lanches, violência, desenvolvimento urbano, pedágio, estradas, entre outras coisas.

— Londrina está cheia de mafiosos. Você não é mafioso, né? Sou doido de perguntar isso, porque se for, tu não vai deixar eu chegar nem na porta do meu carro depois dessa.

Os outros dois riram.

A senhorinha abandonou o carrinho outra vez. A moça e sua filha olharam pra mim, talvez aguardando alguma reação enérgica de minha parte.

Continuei no mesmo lugar, assistindo um rapaz alto e extremamente magro analisando uma bandeja de morangos. Ele nem piscava; deslizou os dedos pelo invólucro, e mudou a bandeja de posição inúmeras vezes. Talvez procurando algum resquício de podridão entre as frutas.

Um garotinho acompanhando o pai na fila pediu chocolate, e o pai respondeu que não, que ele já havia comido ontem, e o trato é um chocolate por semana.
À minha frente, a mesma moça de antes oferecia um desses bolinhos recheados e industrializados para a filha. E a menina se mostrava desinteressada.

— Vou pegar um doce bem gostoso pra você.
— Não ligo, mãe.
— Ah, você vai adorar.

E assim nasce uma criança condicionada a gostar de doces industrializados.

Um pouco mais à frente, um homem muito parecido com o Eduardo Cunha atraía olhares curiosos. Mas ninguém dizia nada.

— Eu que não queria estar na pele desse senhor.

Alguém comentou que Paranavaí é um buraco. Outro rebateu:

— Se é um buraco, então você pulou dentro, porque você também mora nele.

Levei cotoveladas de pessoas que andavam como se estivessem pogando em uma roda punk. Nem percebiam que me atingiam. “Sem problema!” Deve ser pressa ou o costume da pressa. Ela toma conta das pessoas até quando não estão fazendo nada. Vez ou outra, eu saía da fila para que alguém atravessasse até o outro lado. Uma senhora agradeceu, os outros não. “Tudo bem!” Cerca de 20 minutos depois, o rapaz continuava observando os morangos. O vi movendo os lábios.

— Acho que esse cara fala com os morangos. O que será que o morango disse pra ele? — me perguntei.

A senhorinha continuava abandonando o carrinho e enchendo uma cestinha sobre ele. Kiwi, batata, abacate, manga, limão, cenoura, berinjela, caqui. Foi tudo que vi ela indo e voltando para colocar no carrinho desde que entrei na fila. Alguns a reprovavam. Eu não me importava. Nem o cara logo atrás, distraído conversando com seus amigos.
A moça e a filha seguiam incomodadas com a mulher. A menina olhava para mim de tempo em tempo, como se ainda aguardasse uma reação minha ou dissesse com os olhos:

— Po, você não vai fazer nada mesmo? Nem falar nada?

— Não, não vou – eu não disse.

A fila crescia, crescia, sem parar. Já estava com o dobro do tamanho.

Perto da minha vez no caixa, a senhorinha chamou-me a atenção:

— Filho, esqueci mais uma coisinha, você pode cuidar aqui pra mim?
— Posso sim. Tudo bem.

Logo despareceu entre as bancas.

— Cara, como você tem paciência. Como você aguenta tudo isso? — questionou a moça.

Apenas dei um sorriso enviesado.

A senhorinha passou pelo caixa e ficou parada em uma das entradas do mercado. Assim que paguei e caminhei em direção à saída, ela chamou-me a atenção:

— Olhe, filho. Isso aqui é pra você. Muito obrigada mesmo – disse sorrindo e me entregando uma caixinha de figos orgânicos e selecionados.
— Que isso! Poderia ser eu no lugar da senhora. Não é necessário.
— Eu insisto, por favor.
— Tudo bem. Muito obrigado pela gentileza – respondi timidamente.

A observei caminhando em direção ao carro, onde havia um jovem casal em roupas bem surradas. A moça carregava um bebê.

— Deus abençoe a senhora.
— A senhora é uma boa pessoa.
— Imagina…
— Querem uma carona?
— Não. A gente vai pegar o ônibus aqui na frente. A gente conseguiu o dinheiro da passagem com um moço antes de falar com a senhora.
— Então tá bom. Fiquem em paz.
— A senhora também.

Ela entrou no carro carregando apenas uma sacola. As outras foram entregues ao homem que caminhou até a parada de ônibus com a companheira e o bebê.

 

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Written by David Arioch

August 6th, 2017 at 10:02 pm

“Sim, o plano ainda é o mesmo”

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“Claro que sim. Nada mudou”

Em uma longa fila, enquanto eu aguardava pacientemente e observava a movimentação, um camarada me ligou.

Eu — Sim, o plano ainda é o mesmo. Não precisa se preocupar.

Eu — Claro que sim. Nada mudou.

Eu — Ele confirmou que vai fazer a instalação.

Eu — Pode confiar. O material realmente é de boa qualidade.

Eu — Melhor, impossível. Com ele, não tem erro.

Eu — Acho que teremos uma explosão daquelas, de felicidade.

Eu — Sim, está tudo acertado. Vai ser uma surpresa tremenda. Só tem que tomar cuidado pra ninguém perceber nada antes.

Eu — Não, creio que não. Ele disse que o trabalho de instalação é garantido. Sim, não precisa ativar nada, vai vir tudo pronto.

Eu — Arriscado? Não, de modo algum.

Conforme a conversa fluía, notei algumas pessoas me assistindo. Mas simplesmente ignorei. Uma senhora com olhar assustado, e que estava logo atrás de mim, apontou o dedo em direção à minha barba, e saiu da fila a passos ligeiros. Não entendi o motivo e continuei a conversa.

Eu — Você avisou?

Eu — Eles vão correr onde depois?

Eu — Eles já tinham me avisado.

Mais duas pessoas saíram da fila.

Eu — Sim, ele não quer que o grupo leve crédito por nada. Já pediu anonimato.

Eu — Claro que não. Não tem a menor chance. Vai acontecer como planejado.
Mais uma pessoa se afastou.

Antes de desligar o celular, Roberto comentou:

— Uma pena que eles não poderão participar por causa do treino, mas espero que o braço mecânico funcione e que o Seu Zé goste, porque deu tanto trabalho pra conseguir um.

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Written by David Arioch

June 8th, 2017 at 1:45 am

As duas senhorinhas

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Hoje, na fila do caixa rápido do Cidade Canção, notei duas senhorinhas conversando. Uma delas olhou para a outra e disse: “Vá na minha frente porque você é mais velha.” E a outra replicou: “Aé? É mesmo? Grande coisa!” Idosos e sua espontaneidade inimitável…

 






Written by David Arioch

March 23rd, 2017 at 1:06 am

25 minutos na fila do hipermercado

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Na minha frente um homem jocoso de não mais que 40 anos aproveitava a lentidão

O garotinho apostou em duas mangas Tommy que o pai aceitou com um sorriso maroto

O garotinho apostou em duas mangas Tommy que o pai aceitou com um sorriso maroto

Em uma das minhas idas ao hipermercado, deixei o carro a quase 100 metros de distância da entrada. Tudo bem, afinal eram quase 18h de sábado. Ainda assim o estacionamento cheio já prenunciava uma curiosa exaustão de ânimos. Logo na entrada, um rapaz empurrando um carrinho em minha direção tentou disputar um estreito espaço entre dois carros com um senhor mais à frente. O resultado foi um choque de carrinhos que lançou ao chão pacotes, frascos, potes, sacolas e garrafas.

“Que isso, meu amigo! Pra que essa sangria desatada?”, questionou o homem de meia-idade. Por sorte, nada quebrou, mas nem por isso o jovem escapou de ouvir uma reprimenda daquelas que os pais dão nos filhos mais encapetados. Acuado pela vergonha, o rapaz abaixou a cabeça, levou as mãos ao rosto, se desculpou e ajudou o homem a recolher as compras e colocá-las no porta-malas.

No interior do hipermercado havia tanta gente entre algumas gôndolas que até hoje não sei se as pessoas se acotovelavam sem querer ou se queriam extravasar a raiva por causa dos preços nas etiquetas. Perto da seção de doces, uma criança risonha de não mais que sete anos aproveitou a distração dos pais para esconder um pacote de paçoca embaixo de um pacote de macarrão parafuso.

Depois que comprei tudo que precisava, caminhei até a seção de hortifruti, onde vi uma fila enorme para o caixa rápido à minha direita. Em forma de L, quase encostava na padaria. Ao longe se ouvia resmungos que pareciam zumbidos de abelha. “Isso aqui promete. Mas sem problema, é sábado mesmo”, pensei, mesmo ciente de que eu era uma exceção diante de uma maioria que interpretava aquilo como um desrespeito ao consumidor – e com razão.

Na minha frente um homem jocoso de não mais que 40 anos aproveitava a lentidão da fila e pedia ao filho de nove ou dez anos que buscasse alguns produtos. Numa dessas demandas, falou ao menino para ver o preço do limão-taiti a poucos metros de distância, à nossa esquerda. Perdido, o garoto não notou a placa diante de seus olhos e o pai disse: “Po, menino! Tá na sua frente aí o negócio! Olha pra cima!” Ainda confuso, o garoto de sorriso amarelo rodopiou e nada, atraindo risos abafados dos clientes. Até que se aproximou da placa e visualizou o valor.

“Pode trazer três desse aí”, avisou o pai após saber o preço. Com a demora e a fome, o garoto começou a percorrer as bancas com os olhos. Algumas frutas mais suculentas que outras instigavam sua imaginação. “Que delícia!”, dizia ele lambendo os beiços e admirando uma caixinha que trazia um modesto cachinho de uva niágara. Contente, se aproximou do pai, estendeu as mãos e mostrou o seu achado. “Pelo amor de Deus, você tá louco? 12 reais por um cachinho que dá pra engolir numa bocada? Nãããoooo, pode devolver!”, sentenciou. A reprovação do pai foi tão enfática que desvaneceu até a vontade de comer uva.

Então o garotinho apostou em duas mangas Tommy que o pai aceitou com um sorriso maroto quando soube que era dia de promoção. A criança também recebeu um olhar beneplácito ao depositar na cesta uma bandejinha de morango ao preço de R$ 2,99. “Agora esse menino tá aprendendo a viver e a não ser enganado”, suponho que refletiu o homem quando deu dois tapinhas no ombro do filho. Nos 25 minutos que fiquei na fila do caixa rápido, o pai que antes transportava uma cestinha já estava carregando duas. E assim a gerência do hipermercado agradece.

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