David Arioch – Jornalismo Cultural

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“The Yoyo Effect”, documentário promete mostrar os equívocos das dietas ricas em alimentos de origem animal

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Autor do documentário “Food Choices”, de 2016, que discute os maus hábitos alimentares associados principalmente aos alimentos de origem animal, o produtor e diretor Michal Siewierski está prestes a lançar o seu segundo documentário. Intitulado “The Yoyo Effect”, o filme vai mostrar a epidemia de obesidade que tem atingido os Estados Unidos, além dos equívocos das dietas da moda e das dietas de perda de peso como a dieta paleolítica e a dieta Atkins.

Siewierski garante que o filme contará com inúmeras evidências científicas, e promete apresentar aos espectadores estratégias equilibradas de perda de peso que são sustentáveis e que realmente ajudam a melhorar a saúde, sem riscos de rebote. “O meu objetivo é munir o espectador de informações que podem levá-lo a um caminho de perda de peso saudável a longo prazo por meio de uma mudança no seu estilo de vida”, declarou ao Veg News.

Michal Siewierski, que já foi obeso e teve sua vida completamente transformada depois que abdicou do consumo de “fast food” e de todos os alimentos de origem animal, defende que o melhor caminho é uma dieta nutricionalmente completa e baseada principalmente em vegetais. “Há uma mensagem para não veganos e veganos, já que temos também veganos concentrando suas dietas em alimentos processados e altamente calóricos [sem que haja tal demanda]”, avisa.

Entre os participantes do documentário estão o médico Neal Barnard, do Comitê Médico Para Medicina Responsável dos Estados Unidos (PCRM), o ultramaratonista vegano Rich Roll e o fundador e CEO da Whole Foods, John Mackey. O filme produzido e dirigido por Michal Siewierski foi patrocinado por financiamento coletivo.





 

Os perigos das dietas que demonizam os carboidratos e incentivam o alto consumo de proteínas de origem animal

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Tirinha clássica e perspicaz do blog Bizarro Comic

Sobre as dietas de perda de peso, as pessoas usam duas abordagens que não funcionam a longo prazo. Então é claro que elas dizem que dietas não funcionam. Uma abordagem é tentar ficar sem comer e sentir fome o tempo todo. Essas são dietas de porções controladas, dietas típicas que as pessoas seguem. Não funciona porque você sente fome o tempo todo, e não se pode tolerar esse tipo de dor.

As alternativas são as dietas “torne-se um doente”. E essas são as dietas de alta proteína de origem animal, alta gordura e baixo carboidrato. Nos últimos anos surgiram muitas dietas afirmando que comer pouco carboidrato e muita proteína animal ajuda a perder peso. Tudo orquestrado por campanhas publicitárias multimilionárias e pelo endosso de celebridades [que lucram com isso]. Como resultado, a maioria das pessoas hoje associa carboidrato a ganho de peso.

Dietas com pouco carboidrato deixam você doente [um exemplo é a baixa na imunidade]. Como resultado, todo o seu corpo fica doente, [com riscos de] doenças arteriais e danos nos rins, no fígado e assim por diante. Elas aumentam a mortalidade. Isso já foi mostrado inúmeras vezes nos grandes estudos. Mas elas também o deixam doente de forma que faz você perder o apetite. A pessoa diz: “Finalmente encontre a solução!” E então você entra em cetose e perde o apetite. Como resultado, pode se sustentar sem pensar em comida o tempo todo. Porque você está doente. Essas dietas são perigosas, e as pessoas não deveriam segui-las.

Em 1973, Rob Atkins publicou seu primeiro livro no qual ele argumentava que o problema não era com a gordura, o problema não era com a proteína. Segundo ele, o problema era que consumíamos carboidratos demais. E ele defendeu este argumento. E depois, muitas outras pessoas escreveram a mesma coisa. A Dieta de South Beach é apenas uma cópia, na maior parte, da Dieta Atkins.

A Dieta das Zonas é uma cópia, e a Dieta do Tipo Sanguíneo, em muitos aspectos, também é uma cópia. Calorias Boas, Calorias Ruins, de Gary Taubes, a mesma coisa. Até mesmo Michael Pollan, devo dizer, o Dilema do Onívoro, é uma cópia. E a Dieta Paleo, tão popular hoje em dia, é só uma cópia.

São erros e fraudes em dietas comerciais com nomes diferentes, e podem cuspir diferentes argumentos sobre o porquê de aquilo estar certo, mas estão todos errados. Isso é escrito por pessoas, devo dizer, que não têm experiência nesse campo de pesquisa nutricional, e ponto. A maioria nunca publicou um artigo sequer na literatura científica.

Bem, como você sabe, as maiores mentiras do mundo são aquelas que têm um fundo de verdade. Todos sabemos disso. É uma grande tática. É verdade, concordo que devemos cortar os carboidratos, mas os carboidratos simples. Isso está fora do contexto geral. Você sabe, açúcar, farinha branca. Isso faz sentido. Neste caso, tem um fundo de verdade. Mas eles nem sempre destacam isso. Apenas dizem: low carb, low carb, low carb.

Todos querem ouvir boas notícias sobre seus maus hábitos. Então quando você diz às pessoas que elas podem comer quanta lagosta quiserem, podem comer bife com ovos, alguns incluem laticínios, outros não. Isso soa agradável para as pessoas porque parece menos restritivo.  Algumas das pessoas que estão falando sobre dietas com poucos carboidratos não têm habilidades para avaliar informações científicas. Escute, esqueça o que você gosta ou não gosta. Pense no seu objetivo.

John McDougall, médico especialista em nutrição e autor do livro “The Starch Solution”.

T. Colin Campbell, bioquímico e doutor em nutrição, que estudou as implicações do consumo de alimentos de origem animal por 20 anos. Em 2005, o seu trabalho foi transformado no livro “The China Study”.

Pamela A. Popper, doutora em nutrição e fundadora do Fórum Wellness.

Excertos de depoimentos do documentário “Food Choices”, de Michal Siewierski.

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Leite é um alimento saudável para bezerros, para filhotes de vaca

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Imagine a penúria de viver assim, sem poder se movimentar direito porque seu corpo foi transformado em um laboratório de produção de leite

Leite é um alimento saudável para bezerros, para filhotes de vaca. Leite é para bebês, literalmente. Somos a única espécie que [conscientemente] toma leite de outra espécie, e também a única espécie que [conscientemente] toma leite depois de virar adulto. Por que o leite é associado com o aumento de risco de câncer de próstata? Bem, o que é o leite? Leite é um coquetel de hormônios do crescimento que fazem com que um pequeno animal bovino, suscetível de ser caçado na savana africana, ganhe algumas centenas de quilos em poucos meses, porque ele não quer ser comido por um leão. Então ele é desenvolvido como um alimento para o crescimento rápido, o que é ótimo se você é um bezerro, mas se você é um humano adulto esse excesso de hormônios do crescimento não é uma coisa boa.

Uma das coisas mais difíceis para as pessoas largarem são os laticínios, e às vezes são muito resistentes. Uma coisa que sempre digo às pessoas é: Bem, por que não olhe as evidências e decida por você mesmo? Porque eu sempre disse que controlar a sua saúde não é fazer o que eu digo em vez de fazer o que os outros dizem. Tomar controle da sua saúde é olhar para as informações e fazer escolhas conscientes sobre o que você quer fazer.

Descrevo laticínios como carne líquida. Basicamente como carne vermelha: alto teor de gordura, colesterol e nada de fibras. Na verdade, pode ser pior do que a carne vermelha. A caseína que usam para dar liga no queijo é cheia de química. E são químicos tão viciantes que se assemelham à heroína [nesse aspecto], pois não temos quatro estômagos como os bezerros [para metabolizá-la corretamente]. E infelizmente o leite está em tudo. Eles colocam secreções de vaca, sei que há outros nomes para isso, como laticínio, manteiga, sorvete, queijo. Mas realmente isso não é nada além de leite de amamentação tirado de uma vaca.

O único motivo pelo qual as pessoas acham que precisamos de cálcio extra é porque há duas décadas cientistas elevaram a quantidade de cálcio que precisamos ingerir. Isso foi influenciado pela indústria de laticínios. O que eles realmente estão dizendo é: “Não estamos bebendo leite o suficiente.” Porque isso é o que a indústria de laticínios quer que falemos. Quando, na verdade, se você olhar para a relação entre quanto cálcio as pessoas consomem em diferentes sociedades, já que se relaciona, digamos, com a osteoporose, doença nos ossos, quanto maior a ingestão de cálcio, mais alto é o risco de osteoporose. Ninguém quer ouvir isso. Mas é isso que os dados reais mostram.

Michael Greger, médico especialista em nutrição e fundador da NutritionFacts.org

Pamela A. Popper, doutora em nutrição e fundadora do Fórum Wellness.

John McDougall, médico especialista em nutrição e autor do livro “The Starch Solution”.

Karyn Calabrese, chefe de cozinha e escritora de literatura wellness.

T. Colin Campbell, bioquímico e doutor em nutrição, que estudou as implicações do consumo de alimentos de origem animal por 20 anos. Em 2005, o seu trabalho foi transformado no livro “The China Study”.

Excertos de depoimentos do documentário “Food Choices”, de Michal Siewierski.

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Algumas verdades sobre o óleo de peixe e a indústria do ômega-3

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Segundo especialistas, suplementação de ômega-3 a partir do óleo de peixe não faz a menor diferença para a saúde

Muitas dessas dietas de modinha se tornam uma indústria. Há muito dinheiro a se ganhar fazendo produtos que atendam a essas dietas. Estou convencida de que é o caso do ômega-3. Bem, é o seguinte: há dois ácidos graxos essenciais – ômega-3 e ômega-6. Todo o resto, seu corpo sintetiza. Os meios essenciais devem vir da comida. Então encontramos ácidos graxos ômega-3 em peixes, nozes, sementes de linhaça alguns tipos de soja; e encontramos ácidos graxos ômega-6 em animais da terra, frango, porco, carne vermelha e em óleos vegetais poli-insaturados.

Você pode ver qual é o nosso problema. Comemos muitos ácidos graxos ômega-6. Na verdade, a proporção de ácidos graxos ômega-3 e 6 eram entre um para um e um para quatro. Sabe qual é hoje? Entre 1 para 25 e 1 para 30. Isso levou as pessoas a dizerem: “Minha nossa! Isso está muito errado! O ômega-6 está aqui em cima e o ômega-3 lá embaixo. Talvez devêssemos tomar cápsulas de ômega-3 de óleo de peixe e encorajar o consumo de peixe. Assim voltaremos àquela proporção a que estávamos acostumados enquanto população. Bem, não há provas de que isso funcione. Neste trecho em específico se fala do ômega-3 proveniente do óleo de peixe, mas no geral se defende diminuir a ingestão do ômega-6 em vez de suplementar ômega-3. É porque pelo menos nos Estados Unidos o ômega-3 se tornou praticamente sinônimo de óleo de peixe. Na verdade, em qualquer lugar, pouco se fala de ômega-3 de outra origem.

Na verdade, uma grande metanálise que verificou 89 estudos mostrou que não faz a menor diferença para a saúde. Mas, além disso, não seria melhor reduzir a quantidade de ômega-6 da dieta? Pare de comer todos esses animais e pare de consumir tanto óleo que a proporção voltará ao normal. Não vamos complementar com ômega-3. Vamos abaixar o ômega-6 e terminaremos onde precisamos estar. Não há dinheiro envolvido na redução do consumo de ômega-6. Mas há muito dinheiro nas vendas de cápsulas de ômega-3 para as pessoas, e para fazê-las comerem peixe.

Temos boas evidências agora de que quanto maior o consumo de ômega-3, maior o risco de diabetes do tipo 2. Há provas de que o índice de câncer aumenta também [além disso, há o fato de muitas espécies de peixe estarem contaminadas com mercúrio]. O ômega-3 faz exatamente o oposto do que as pessoas acham.

Antes havia dados sugerindo que poderia ser benéfico, mas agora a preponderância de provas é de que óleo de peixe é inútil. Há uma indústria bilionária que basicamente vende às pessoas óleo de peixe e lucra com isso.

Pamela Popper, doutora em nutrição e fundadora do Fórum Wellness.

T. Colin Campbell, bioquímico e doutor em nutrição que estudou as implicações do consumo de alimentos de origem animal por 20 anos. Em 2005, o seu trabalho foi transformado no livro “The China Study”.

Michael Greger, médico especialista em nutrição e fundador da NutritionFacts.org

Excertos de depoimentos do documentário “Food Choices”, de Michal Siewierski.

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“Muitos homens comem muita carne porque se sentem muito machos assim, certo? A verdade é que a longo prazo o efeito é o oposto”

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Uma dieta rica em vegetais é muito mais saudável

Muitos caras que comem carne veem isso como um reflexo da sua masculinidade. Associam isso com ser forte e másculo. Muitos homens comem muita carne porque se sentem muito machos assim, certo? A verdade é que a longo prazo o efeito é o oposto.

Não é muito macho ter disfunção erétil [quando se chega a uma certa idade]. Estamos falando de fluxo sanguíneo. Até dizem isso em comerciais de Cialis e Viagra. Então se suas artérias estão entupidas pelo alto consumo de carne, laticínios e ovos, o que isso vai acontecer com o seu desempenho sexual? É uma ciência simples, cara.

É inquestionável que homens acham que têm que comer um monte de proteínas e que seguir uma dieta vegetariana não é algo muito masculino. Mas vou lhe dizer algo: o que realmente não é masculino é disfunção erétil. Se quer ser viril, se quer ter uma bela vida masculina, siga uma dieta vegetariana.

Há grandes evidências que mostram que a disfunção erétil é causada pela dieta em muitas circunstâncias. E o motivo é que se você tem doença arterial coronariana em uma parte do corpo, você a tem nele todo. A prova disso é que aqueles vasinhos minúsculos de sangue que levam ao pênis são os primeiros a serem afetados.

Nós nos referimos à disfunção erétil como o primeiro sinal de perigo. É o sinal de que alguma coisa está indo muito mal e que você precisa consertar [Não é à toa que pessoas com disfunção erétil podem morrer consumindo Viagra ou Cialis]. Nesse estágio, é muito mais fácil de tratar isso se você ainda não teve um infarto ou AVC.

T. Colin Campbell, bioquímico e doutor em nutrição, que estudou as implicações do consumo de alimentos de origem animal por 20 anos. Em 2005, o seu trabalho foi transformado no livro “The China Study”.

John Joseph, músico, triatleta vegano e defensor da alimentação livre de produtos de origem animal.

Pamela Popper, doutora em nutrição e fundadora do Fórum Wellness.

Excertos de depoimentos do documentário “Food Choices”, de Michal Siewierski, lançado em 2008.

 

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“A ideia de que somos caçadores-coletores é verdadeira, somos caçadores-coletores, mas a maior parte do tempo sempre fomos coletores”

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McDougall: “Todas as grandes e bem-sucedidas populações da história da humanidade recebiam sua grande massa calórica do amido”

Todas as grandes e bem-sucedidas populações da história da humanidade recebiam sua grande massa calórica do amido: arroz, milho, batata e outros amidos; pães e assim por diante. Particularmente, quando se vive próximo à Linha do equador, ao se locomover para o norte e para o sul em latitude, você acaba comendo mais alimentos de origem animal. E se for bem ao norte, por exemplo na região dos esquimós inuits, você verá que eles se alimentam como carnívoros, porque é isso que está disponível para eles.

Mas esta é uma pequena população de pessoas que vivem nos extremos do meio ambiente. São a exceção, não a regra. A ideia de que somos caçadores-coletores é verdadeira, somos caçadores-coletores, mas a maior parte do tempo sempre fomos coletores. Um dos problemas tem a ver com sexismo. Tem a ver com o fato de que os coletores eram mulheres, avós e crianças. Os caçadores eram os homens, e eles ficavam com a glória. As pessoas que realmente proviam o grande volume de calorias necessárias à sobrevivência, ao longo de toda a história humana de que temos conhecimento, foram e são mulheres, crianças e avós.”

John McDougall, médico especialista em nutrição e autor do livro “The Starch Solution”, no documentário “Food Choices”, de Michal Siewierski.





Written by David Arioch

July 25th, 2017 at 6:06 pm