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Jaime Mota e as escolas da Etiópia
O fotógrafo andaluz Jesús Jaime Mota, falecido em 16 de junho de 2011, nos deixou uma grande lição de vida. Viajando pelo continente africano, ele se deparou com situações extremamente incomuns. Na Etiópia, Mota encontrou crianças indo nuas para as escolas. Ou seja, nem mesmo a ausência de roupas, em decorrência da pobreza extrema, as afastou do desejo de aprender.
“Eu nunca poderia imaginar que uma viagem de prazer pudesse mudar a minha visão sobre a vida. O turismo pela África é como uma cura para o espírito e a mente. Não procurem imagens sensacionais no meu trabalho. Eu quis apenas retratar cada personagem em sua forma mais pura, capaz de entrar em nossa alma e dar uma olhada sincera dentro de nós. O objetivo do meu trabalho sempre foi transmitir sentimentos e sensações que um dia eu vivi com aquele povo humilde, sentimentos puros e sinceros, sensações intensas e cheias de emoções inesquecíveis.”
Quando suas crianças se recusarem a ir para a escola, mostrem a foto de Jaime Mota a elas. Tenho certeza de que ele agradeceria.
Acesse: www.jaimemota.com
Contribuição
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Um novo tipo de beleza
Foto do controverso livro “A New Kind of Beauty”, de cunho sociopolítico, do conceituado fotógrafo estadunidense Phil Toledano que rediscute o conceito de beleza tendo como foco 27 pessoas que passaram por espontâneas intervenções cirúrgicas.
Acesse: http://www.mrtoledano.com/a-new-kind-of-beauty
Book of Beards
Uma das imagens do livro “Book of Beards”, do fotógrafo estadunidense Justin James Muir. A obra reúne fotos de 86 “barbudos profissionais”, ou seja, pessoas que realmente tratam a barba como uma extensão do próprio corpo. Todos os personagens do livro são moradores de West Chester, na Pensilvânia, onde o culto à barba tem relação com a identidade cultural do município e dos moradores. Não é à toa que a cidade abriga as maiores competições de barba dos EUA.
O alto-falante do Palhacinho
José Ferreira de Araújo foi o primeiro publicitário de Paranavaí
Nos anos 1940, quando surgiram os primeiros pontos comerciais de Paranavaí, no Noroeste do Paraná, o pioneiro paulista José Ferreira de Araújo, conhecido como Palhacinho, decidiu investir em publicidade. Com um serviço de alto-falante, fez desde as mais simples até as mais inusitadas divulgações.
José Ferreira chegou a Paranavaí na época da Fazenda Brasileira, em 1944. Se surpreendeu com o que viu; um pequeno deserto no meio da mata primitiva. “Eu já imaginava que aqui era assim e vim por isso mesmo, atraído pelas caçadas e também com a intenção de ganhar a vida com mais facilidade, já que aqui eles davam terras devolutas”, disse Palhacinho em entrevista à Prefeitura de Paranavaí há algumas décadas.
O pioneiro se fixou na Brasileira porque tinha fé no futuro. “Enfrentei tudo sem medo”, garantiu. Ao longo da vida, José Ferreira sempre destacou as dificuldades enfrentadas nas décadas de 1940 e 1950. “Logo que cheguei aqui eu não sabia o que fazer. Minha ideia era abrir uma alfaiataria que era o meu ramo, mas eu achava que não daria certo. Aqui não tinha freguês”, revelou.
Outro problema era a falta de capital para investir na terra que recebeu do Governo do Paraná. As despesas com derrubada de árvores e formação de sítio eram muito caras, acessíveis a poucos. “Foi aí que o Dorvalino Moreira, que tinha uma pensão onde eu estava hospedado, falou para eu comprar a hospedaria. Naquele tempo, eu estava desanimado e tinha muitos filhos para criar. Então fechei negócio”, relatou José Ferreira que encontrou na diversidade de serviços uma saída para sustentar a família.
Palhacinho começou a trabalhar com a pensão, a alfaiataria e também como fotógrafo. Depois vendeu um sítio e usou o dinheiro para viajar a Londrina, onde comprou um equipamento de alto-falante que foi instalado na Rua Getúlio Vargas, no cruzamento com a Rua Souza Naves. “Instalei o serviço aqui com 80 discos”, lembrou e destacou que o negócio era novidade no interior do Paraná.
Em Paranavaí, havia poucos estabelecimentos comerciais até o final da década de 1940, o que motivou José Ferreira de Araújo a fazer um acordo com a Inspetoria de Terras, de quem recebia para anunciar a venda de terrenos. O primeiro cliente a contratar o serviço de alto-falante de José Ferreira foi o pioneiro mineiro José Alves de Oliveira, mais conhecido como Zé do Bar. “O único comércio da cidade era dele, então eu fazia os anúncios”, explicou Palhacinho.
O primeiro slogan
O primeiro slogan do pioneiro da publicidade em Paranavaí dizia o seguinte: “Quer trocar dinheiro? Zé do Bar! Quer tomar uma geladinha dentro do poço? Zé do Bar!” “No começo, foi difícil porque tinha poucas casinhas aqui. Mas fui indo, falando e trabalhando. Eu também contava piadas e anedotas. As pessoas se divertiam”, enfatizou.
O serviço de alto-falante também era usado para contar histórias e divulgar notícias. José Ferreira fez muitos anúncios de animais perdidos e encontrados, principalmente cavalos. “A coisa melhorou em 1946. Era uma barulheira de martelo dia e noite. Todo mundo construindo casas e tendo como fontes de luz apenas lampião, farolete e a Lua”, salientou.
Tinha ainda o barulho de sarilho por causa dos muitos poços de água que foram abertos na época. O movimento de pessoas em Paranavaí cresceu e o comércio também. “Tudo isso animava a gente”, comentou. Em 1948, Araújo fez uma parceria com os pioneiros João Machado e Raimundo Leite. Juntos, fundaram o primeiro cinema local, o Cine Theatro Paramounth, na Rua Marechal Cândido Rondon. “Fui até Maringá para aprender a passar filmes”, declarou.
Frase do pioneiro José Antonio Gonçalves
“As pessoas passavam nas esquinas para ouvirem as músicas do alto-falante do senhor Zequinha.”