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Uma gatinha bem linda
Passei na casa da minha tia e, para minha surpresa, lá havia uma gatinha bem linda. Meu primo Felipe que a resgatou. Ela parecia tão doce deitada em sua caminha que acabei por fazer algumas carícias.
Ela ronronava e quase sorria pra mim. Empolgado, logo pensei: “Vou fazer um carinho nela com a minha barba.” Depois de duas acariciadas, a gatinha deu uma dentada na minha barba e uma unhada na minha orelha direita. Bateu um desespero tão grande que imaginei que ela já estava mastigando 1/3 da minha querida barba.
Quando a coloquei no chão, comemorei por continuar com a barba intacta, com exceção de alguns fios que ela arrastou como se fosse megahair de bigode. A gatinha ainda me olhou com expressão de satisfação e se afastou, chicoteando o ar com o rabinho cor de caramelo.
Assim que cheguei em casa, sentei em minha poltrona e Kali saltou sobre mim. Quando sentiu um cheiro estranho, me deu duas unhadas no pescoço, subiu sobre a mesa e saltou janela afora.
O gato que caiu no quintal
De vez em quando, deito no quintal, sentindo a brisa no rosto, na barba; e reflito um pouco. Hoje, enquanto me distraía com algumas ideias, ouvi um barulho estranho entre os arbustos do quintal vizinho. De repente, um gato saltou o muro e caiu na minha frente, quase entre as minhas pernas. Sem que eu pudesse entender o que estava acontecendo, o bichano veio para cima de mim.
Me afastei, e ele continuou mostrando as garras, um olhar cabuloso e nada amistoso. Mesmo parecendo tão pequeno diante de mim, o gato insistiu em me cercar.
— Que mal pode acontecer? É só um gato pequeno – inferi.
Mas aquele gato pequeno saltou em minha direção e, se eu não o tivesse segurado no ar, talvez tivesse até mesmo furado um dos meus olhos. Enquanto se debatia, ele tentava atingir ou puxar a minha barba de alguma forma. Tudo bem. O mantive à distância segura do meu rosto e caminhei até a casa vizinha.
— Este gato é da senhorita? Ele pulou no quintal de casa – expliquei, o entregando nas mãos da vizinha.
— É sim. Me desculpe pelo transtorno, ela está assim porque doamos um dos gatinhos que nasceu há algumas semanas.
— Ah, entendi. Não tem problema — comentei sem graça.
A moça não conseguiu velar a vontade de rir. Constrangido, me despedi, ela agradeceu, e caminhei de volta para casa. A primeira coisa que fiz foi entrar no banheiro. Me observei no espelho e tentei entender como a minha barba parece um filhote de gata.
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Kali
Cheguei da academia, tomei banho e, faminto, preparei meu prato. Assim que sentei para jantar, houve um blecaute na minha rua. Sem me estressar, caminhei da cozinha até o quintal com o prato em mãos. Sentei numa dessas cadeiras tradicionais de varanda e jantei à luz da lua. Uma lua enorme que lançava uma luz anilada sobre mim e tudo que me cercava.
Depois descasquei uma laranja e a chupei. Assim que terminei, ouvi um som tétrico. Era a Kali, a frajola daqui de casa, me estranhando. Enquanto eu tentava entender a situação, ela soltou um miado oxítono e saltou em minha direção, enroscando suas unhas em minha barba. De repente, ela se acalmou, recolheu as garras e a expressão macabra em sua face desapareceu.
Não entendi nada até o momento em que fui ao banheiro escovar os dentes. Diante do espelho, havia duas sementes de laranja em minha barba, parecendo dois olhos miúdos. Provavelmente ela pensou que minha barba tivesse assumido a forma de um animal e ficou enciumada. O jantar à luz da lua não saiu tão barato. Me custou algumas unhadas no pescoço.
A recuperação de Pitty
Há pouco tempo, fui até a Sociedade Protetora dos Animais de Paranavaí (Spap), no Noroeste do Paraná, onde conheci a tranquila gatinha Pitty. Há três meses, ela foi encontrada na rua com um grande tumor na cabeça. Prestes a ser sacrificada, alguém decidiu evitar o pior avisando a Spap. Contrariando todas as previsões, Pitty passou por uma cirurgia para remoção do tumor e hoje vive saudável na sede da entidade. Esse é apenas um exemplo de muitos outros de recuperação de animais pela equipe da Sociedade Protetora dos Animais.