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Vale-cultura, um pequeno investimento que pode fazer a diferença
Embora o valor do benefício seja pequeno, um ponto positivo é que ele é cumulativo
Criado em 2012 pelo Ministério da Cultura (Minc), o Vale-Cultura ainda é pouco difundido no interior do Brasil, principalmente em cidades de pequeno e médio porte. O maior obstáculo é que muitos empresários ainda desconhecem o funcionamento do benefício mensal de R$ 50 que pode ser concedido aos trabalhadores, e sem risco de oneração.
Embora o valor do benefício seja pequeno, um ponto positivo é que ele é cumulativo, o que é vantajoso caso o trabalhador opte por não retirar o Vale-Cultura mês a mês, já que o dinheiro pode ser usado não apenas na compra de ingressos para shows e espetáculos, mas também de CDs, DVDs, equipamentos musicais, artesanato e pagamento de cursos de artes, etc. O objetivo é fazer com que os trabalhadores tenham mais acesso à cultura.
Um benefício trabalhista nos moldes do auxílio-alimentação, o Vale-Cultura depende estritamente da adesão das empresas, já que elas são as responsáveis pela oferta. De acordo com o Ministério da Cultura, as empresas tributadas com base no lucro real têm o direito de deduzir do imposto de renda a maior parte do valor destinado ao Vale-Cultura. Sendo assim, cada empresa paga R$ 5 para que seus funcionários tenham direito aos R$ 50, dinheiro que pode ou não ser cobrado na folha de pagamento dos empregados. Os outros R$ 45 são descontados do IR.
Todas as empresas em situação de regularidade fiscal e que tenham empregados com vínculo empregatício formal podem se cadastrar no sistema. Após a adesão, os empresários asseguram o direito de receber incentivos especiais oferecidos pelo Governo Federal. Segundo o Ministério da Cultura, o investimento é uma forma de ajudar a fomentar a produção cultural.
Os R$ 50 do Vale-Cultura são entregues aos trabalhadores através de um cartão magnético pré-pago aceito em 40 mil empresas do Brasil, inclusive lojas virtuais. Outra informação interessante e pouco divulgada é que as prefeituras também podem aderir ao Vale-Cultura, usando como referência o modelo do programa e então aprovando uma legislação para regulamentá-lo.
O Minc defende que o Vale-Cultura pode fazer a diferença na vida de muitos trabalhadores que ainda não têm condições de pagar por produtos e serviços culturais. Ampliando esse consumo, todos se beneficiam. A empresa por oferecer novas oportunidades aos seus funcionários, os valorizando mais; o trabalhador por se sentir recompensado no ambiente de trabalho; e os artistas e outros profissionais da área cultural por conquistarem mais público, consumidores e alunos.
É importante lembrar que empresas interessadas em receber o Vale-Cultura como forma de pagamento podem se cadastrar como recebedoras no site do Ministério da Cultura, assim incentivando a produção e a circulação de cultura no Brasil.
Como cadastrar uma empresa no Sistema do Vale-Cultura
Acesse: http://vale.cultura.gov.br, clique no link “Cadastrar Beneficiária” e preencha o formulário.
Os torneios de luta livre do Seu Ferreira
Seu Ferreira era o destaque de Paranavaí quando o assunto era entretenimento
No final dos anos 1940 e na década de 1950, um homem conhecido como Seu Ferreira era o destaque de Paranavaí, no Noroeste do Paraná, quando o assunto era entretenimento. Numa época em que havia poucas opções de lazer, o pioneiro surpreendeu todo mundo ao realizar torneios de luta livre com alguns dos praticantes mais célebres do Paraná e do Brasil.
Até 1945, Paranavaí ainda era um povoado isolado. Em dias de sol, aparecia um ônibus por dia na Colônia. E quando chovia, não chegava ninguém. Naquele tempo, era difícil não se incomodar com a monotonia, pois diversão era algo que não fazia parte do cotidiano da população. “Isso mudou quando apareceu o Seu Ferreira, um homem de idade avançada. Era ele quem animava o lugar. Que divertia a gente”, contou o pioneiro paulista José Ferreira de Araújo, conhecido como Palhacinho, em entrevista à Prefeitura de Paranavaí décadas atrás.
O homem, chamado por todo mundo de Seu Ferreira, era o maior símbolo de alegria e diversão de Paranavaí. Logo que chegou ao povoado, percebeu que a vida da maioria se limitava ao trabalho. Então tomou a decisão de fazer a diferença. Ferreira viajou sozinho até Curitiba e de lá trouxe alguns dos mais célebres nomes da luta livre, como Cabeludo, Tarzan, Taturana e mais outros que lutaram também fora do Brasil.
As primeiras lutas foram realizadas na região central, onde mais tarde surgiu a Livraria Santa Helena, na Avenida Paraná. Lá, Ferreira estendia um tapete de 12 metros de comprimento por 12 metros de largura, mas o confronto ocorria em um espaço de sete metros.
Quem ultrapassasse o limite permitido para o duelo perdia pontos, e o acúmulo de punições podia resultar na vitória do adversário. Pioneiros lembram que sempre venciam as lutas quem dava os melhores golpes e conseguia segurar o adversário no chão por dez segundos. O ideal era imobilizar e manter o ombro do oponente contra a lona.
Golpes baixos faziam parte do show, embora fossem reprovados. Era uma forma de despertar mais a atenção do público. Joelhadas, cotoveladas, puxadas de cabelo e de orelha, golpes nas genitais, pescoço e pé estavam entre as ações que custavam pontos ao lutador. Os torneios eram tão divertidos que até mesmo quem não gostava de luta não hesitava em assistir. “De noite, todo mundo ia pra lá. Todo mundo mesmo. A gente saía mais cedo de casa e assistia tudo”, relatou o pioneiro José Araújo.
Outro costume da época era o de reunir bandos e ir a até a área onde surgiu o Sumaré, distrito de Paranavaí, para buscar jabuticaba. “A gente saía daqui com latas de querosene. Era o nosso passatempo quando aqui não existia piscina e nem clube”, salientou Palhacinho. Quem também ofereceu diversão a população foi o pioneiro João Carraro, um dos poucos que tinha rádio na colônia. Muita gente ia todas as noites até a casa do pioneiro para acompanhar a programação da Rádio Nacional. “Ali a gente passava a noite, conversava e ria muito”, revelou José Ferreira.
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