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Doente, idosa sonha em construir uma casinha e abandonar o barraco onde vive

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Sem fonte de renda, Dona Zu não tinha nem o que comer no dia em que a visitei

Além de não ter fonte de renda, Dona Zu sofre em decorrência de artrose, osteoporose e depressão (Foto: David Arioch)

Além de não ter fonte de renda, Dona Zu sofre em decorrência de artrose, osteoporose e depressão (Foto: David Arioch)

Cheguei em frente à residência de Maria Lúcia Gomes Gonçalves, mais conhecida como Dona Azu, bati palmas e ela demorou um pouco para me receber. O motivo é que, vítima de paralisia infantil, osteoporose e artrose, a idosa tem sérias dificuldades para andar. Após os cumprimentos, a simpática senhora me convidou para entrar e caminhamos até um barraquinho no fundo de um terreno repleto de vegetação.

Sem fonte de renda, Dona Zu não tinha nem o que comer no dia em que a visitei. Ainda assim, ela sorria e me abraçava, satisfeita com a minha visita e o meu interesse em conhecer sua história. Mancando, andava se apoiando na mobília para não cair. “Não tenho mais força nas pernas. Se ficar um tempinho em pé, já corro o risco de tombar e me machucar”, relatou e mostrou um pé torto.

A moradia de Dona Zu não pode ser considerada uma casa. São dois cômodos mal construídos, com um teto surpreendentemente baixo. É quase impossível duas pessoas caminharem lado a lado dentro do casebre sem forro, por onde a água entra sempre que chove. Lá, tudo foi feito na base do improviso. Inclusive uma das paredes se resume a pedaços irregulares de madeirite encontrados na rua.

Além da precariedade, o barraco é mal arejado; tem apenas uma janela. No local, a mobília está em péssimas condições, assim como todo o resto. “Não sou aposentada e não recebo nenhum benefício do governo. Tem dia que chego a passar fome. O que me ajuda é que de vez em quando ganho cesta básica de alguém. Estou doente e em uma situação muito difícil”, revela emocionada.

A idosa, que também sofre de depressão, sonha em construir uma casinha de 27 metros quadrados, mas para isso Dona Zu precisa de 40 sacos de cimento, 10 metros de areia lavada, três mil lajotas, 58 metros de ferro, quatro metros de pedra, 20 folhas de fibrocimento de quatro milímetros (Eternit), sete vigas de 5×15 com 3,50, 15 caibros de 5×5 com 3,50, uma janela para o quarto com 1m x 1,50m, uma janela para o banheiro e outra para a sala e cozinha, de acordo com o pedreiro que se dispôs a construir tudo sem cobrar pela mão de obra.

Contato

Dona Zu mora na Rua Hayato Nakamura, Nº 466, no Jardim Vânia, atrás da Igreja São Paulo. Há quatro anos ela tenta se aposentar ou receber algum benefício, mas até hoje não conseguiu. Para ajudá-la, ligue para (44) 9735-9947 (Dona Zu) ou 9970-8150 (Pingo). Ou você também pode entrar em contato comigo – (44) 9909-2513 (David).