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As trapalhadas de Alexandre Dumas

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Célebre autor de Os Três Mosqueteiros viveu aventuras dignas de um mosqueteiro trapalhão

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Depois de discutir com um soldado durante uma partida de bilhar, Dumas o desafiou para um duelo (Foto: Nadar)

Famoso por obras como Os Três Mosqueteiros e O Conde de Monte Cristo, o escritor francês Alexandre Dumas, o Père (Pai), viveu aventuras dignas de um mosqueteiro trapalhão. Uma das mais célebres transcorreu quando ele tinha 23 anos.

Depois de discutir com um soldado durante uma partida de bilhar, Dumas o desafiou para um duelo, confiante de que o impasse seria resolvido com pistolas. Porém, para sua surpresa, ficou decidido que eles deveriam duelar com espadas. Mesmo preocupado, ele compareceu ao compromisso pontualmente. Uma hora mais tarde, seu oponente ainda não havia chegado. Então o escritor soube que o soldado continuava dormindo, e assim o desafio foi adiado.

No dia seguinte, 5 de janeiro de 1825, apesar do frio, Dumas aceitou retirar a capa e aproveitou para remover a parte de cima do seu traje. No mesmo instante, sua calça foi arriada e os espectadores foram às gargalhadas. Com ar de irritado e confuso, ele deu o passo inicial do duelo, fazendo seu oponente saltar para trás, tropeçar em uma raiz e dar uma cambalhota na neve.

Sentindo-se enganado perante a evasiva, Alexandre Dumas esbravejou: “Eu mal o toquei!” O combate foi encerrado após o oponente argumentar que ficou chocado ao perceber como a lâmina da espada de Dumas estava fria. “São histórias que ele definiu como o início de sua carreira como um romântico. No entanto, é preciso levar em conta que suas memórias são tão confiáveis quanto suas obras em que mistura história e ficção. Mesmo assim não deixam de ser relatos cômicos e gloriosos”, declara o escritor canadense e professor de literatura Steve King.

Entre outras aventuras protagonizadas por Alexandre Dumas está uma em que o seu oponente não pôde comparecer ao duelo porque ficou resfriado depois de atravessar o canal a nado. E o terceiro desafio também não aconteceu porque o desafiante perdeu dois dedos em um combate anterior. Mais tarde, prevendo que uma das armas poderia falhar em um duelo de pistolas, Dumas e um político com quem se desentendeu em uma discussão concordaram com um novo tipo de peleja.

Arremessaram uma moeda e quem perdesse deveria atirar em si mesmo. Derrotado, o escritor francês foi até um quarto e fechou a porta. Quando o silêncio já deixava o público apreensivo, ouviram um disparo e correram até o quarto. Assim que a porta se abriu, Dumas apareceu: “Cavalheiros, o mais lamentável aconteceu. Eu perdi!”

Ao longo da carreira, Alexandre Dumas escreveu 250 livros com a ajuda de 73 assistentes. E muitas de suas obras trazem passagens de outros autores que jamais foram citados. Porém, como à época não havia nenhum impedimento legal, seus leitores não se importavam ao saber a verdade. E mesmo em outras circunstâncias ainda o defenderiam.

“Ele era alguém que levava sua espada e seu talento com um sorriso”, enfatiza King, acrescentando que no capítulo um de Os Três Mosqueteiros os leitores estão diante de um Dom Quixote de 18 anos, vestido com um gibão de lã. Assim como o ingenioso hidalgo, D’artagnan também foi humilhado. Derrotado até pelos camponeses das grandes cidades, o jovem viu a espada de seu pai sendo quebrada ao meio. Depois zombaram dizendo que ele deveria montar seu cavalo engraçado e voltar donde veio.

Saiba Mais

Alexandre Dumas nasceu em 24 de julho de 1802 em Villers-Cotterêts, no departamento de Aisne, e faleceu aos 68 anos em 5 de dezembro de 1870 em Puys, no departamento de Seine-Maritime.

Referências

http://www.todayinliterature.com/

http://www.dumaspere.com/pages/vie/biographie.html

Ross, Michael. Alexandre Dumas. Newton Abbot, London, North Pomfret (Vt): David & Charles (1981).

Gorman, Herbert. The Incredible Marquis, Alexandre Dumas. New York: Farrar & Rinehart (1929).

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