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Pequena, mas próspera
A tranquilidade e as belezas naturais de Jardim Olinda chamam a atenção do Noroeste do Paraná
Apesar de ter uma população de apenas 1,4 mil habitantes, Jardim Olinda tem se destacado no Noroeste do Paraná. O pequeno município conta com um bom número de empreendimentos, justificados pelo privilégio de ser uma cidade tranquila situada às margens de dois dos rios mais importantes do Paraná.
Jardim Olinda ganhou vida sob a poesia da natureza, onde o Rio Pirapó namora o Rio Paranapanema. Juntos, formam um grandioso véu de água doce que parece proteger os cardumes que sob os auspícios do Sol cintilam como ouro. Não é à toa que os poucos pescadores da cidade afirmam que os dois rios e o que sai deles são as grandes riquezas de Jardim Olinda.
O patrimônio natural justifica porque mais de 370 lotes situados próximo ao Rio Paranapanema foram comprados por turistas, inclusive estão ocupados por casas de veraneio. O desenvolvimento é atribuído a centenas de pessoas, principalmente de Maringá que representa 60% do turismo local.
As belezas do Rio Paranapanema e a calmaria de uma cidade com índice praticamente nulo de violência e criminalidade são mais do que convidativos. Reflexo disso são alguns turistas que foram para Jardim Olinda passar o final de semana e decidiram fixar residência.
Quem não conhece a cidade se surpreende com alguns hábitos dos moradores, como deixar a porta do carro destrancada e dormir com a porta da casa aberta. “Aqui é assim mesmo, todo mundo se respeita”, assegura o pedreiro Elinês Ferreira de Oliveira, um dos beneficiados com a geração de trabalho na área da construção civil.
Oliveira já trabalhou em muitas obras de investidores de Maringá, Colorado e Astorga, e se orgulha de há muito tempo ter se livrado do desemprego. “O turismo é muito bom pra gente. Não sei o que é ficar sem serviço”, destaca Elinês Ferreira com expressão de cansaço, mas satisfeito por ter condições de sustentar a família. Questionado sobre a possibilidade de mais cedo ou mais tarde as construções pararem, o pedreiro é enfático. “Aqui sempre tem trabalho, a gente não para.”
A geração de empregos na construção civil também agrada quem atuava no campo. “Trabalhei dez anos em uma fazenda, sai de lá e vim direto pra cá. Até hoje não fiquei nem um mês parado”, conta o pedreiro Dirceu Cosmo da Silva enquanto enxuga o suor que escorre pela testa.
Em Jardim Olinda, algumas obras geram emprego para até 40 trabalhadores. O progresso também chegou ao setor comercial. Há alguns anos, os moradores tinham de se contentar com pequenos armazéns ou então fazer compras em outras cidades. Porém, hoje em dia contam com um atrativo supermercado que comercializa até materiais de construção.
O impasse das residências clandestinas
No início da década de 1980, alguns turistas, mesmo sem título de propriedade, construíram ilegalmente casas de veraneio próximas às margens do Rio Paranapanema, em uma área que pertence a Jardim Olinda. Alguns anos depois, as residências tiveram de ser derrubadas por determinação judicial.
O argumento foi que os proprietários não respeitaram a área de segurança para se evitar enchentes e também de preservação ambiental permanente, que estabelece o limite mínimo de distância da margem do rio entre 200 a 400 metros.
Já na década de 1990, Jardim Olinda perdeu mil hectares em função de uma rigorosa fiscalização do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) que fez valer a lei que determina a obrigatoriedade da área de segurança. Contudo, todos os proprietários foram indenizados após desocuparem as áreas, inclusive os ribeirinhos que sobreviviam do cultivo de arroz irrigado.