David Arioch – Jornalismo Cultural

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Manoel de Oliveira, 83 anos dedicados ao cinema

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O cineasta português lançou o primeiro filme em 1931 e o último em 2014

manoel

“O Velho do Restelo” foi o último filme lançado por Oliveira (Foto: Divulgação)

Falecido aos 106 anos, o cineasta português Manoel de Oliveira não teve tempo de produzir seus próximos três filmes – “A Igreja do Diabo”, “A Ronda da Noite” e uma obra sem nome sobre o papel das mulheres no cultivo das videiras portuguesas. O seu último trabalho que assisti foi “O Velho do Restelo”, um média-metragem lançado em 2014 sobre um hipotético encontro de Camões, criador do personagem que empresta nome ao filme, Dom Quixote de La Mancha, Pascoaes e Castelo Branco. Em síntese, uma viagem por reflexões sobre o passado, presente e futuro.

Foram 83 anos trabalhando como cineasta. Passeava por gêneros, tanto que nem mesmo a idade avançada o impedia de se lançar no cinema como um aventureiro redescobrindo a sétima arte em tempos de cinema digital. Gostava muito de trabalhar com atores como Miguel Cintra, Diogo Dória e Leonor Silveira. Ao mesmo tempo, intrigou e atraiu estrangeiros de renome internacional como Marcello Mastroianni, John Malkovich, Catherine Deneuve e muitos outros artistas que surpreendeu pela versatilidade e amor ao que fazia, independente de imposições e limitações.

Oliveira, que nasceu em 11 de dezembro de 1908 e faleceu em 2 de abril de 2015, sempre me intrigou por ser menos conservador do que cineastas com menos da metade de sua idade e não mais do que 1/5 de sua longeva experiência profissional. Impossível e injusto listar as suas melhores obras, assim como é inadequado dissociá-las de sua própria natureza.

O cinema português, e não somente ele, não seria o que é hoje se não fosse Manoel de Oliveira, um artista livre de amarras que passeava por formatos e se dedicou a fazer com que refletíssemos sobre as nossas incertezas e a nossa condição humana, mesmo quando estas pareçam perpetuadas por décadas e séculos.

Written by David Arioch

March 25th, 2016 at 8:18 pm

Quinta da Regaleira e a Divina Comédia

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Andares que fazem referência aos círculos do inferno, paraíso e purgatório de Dante Alighieri (Foto: Sagrario Gallego)

A Quinta da Regaleira, em Sintra, Portugal, tem como grande atrativo um túnel subterrâneo concluído em 1910. O local conta com uma escada em espiral sustentada por colunas esculpidas até o fundo de um poço ligado a algumas cavernas labirínticas que levam a um jardim aterrador ladeado por um lago.

Os nove andares da quinta foram construídos em referência aos nove círculos do inferno, paraíso e purgatório da obra Divina Comédia, do escritor italiano Dante Alighieri. A arquitetura remete aos estilos gótico, romano, renascentista e manuelino.

A Casa da Pedra, uma adaptação ao natural

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Casa foi construída a partir de quatro pedras (Fotos: Reprodução)

Situada na Serra de Fafe, em Portugal, a Casa da Pedra preserva na parte interior o mesmo estilo rústico do exterior. Lá dentro, há somente alguns móveis pequenos e velas que recriam uma atmosfera digna de outros tempos.

A casa construída a partir de quatro pedras enormes levou dois anos para ser concluída. Para o acabamento, o pai de Vitor Rodrigues, idealizador da Casa da Pedra, utilizou pedregulhos semelhantes às rochas originais.

O mais interessante é que a residência foi concebida se adaptando às formas rochosas, ou seja, nada foi quebrado. No piso inferior, há sala e cozinha. Já no superior, estão os três quartos e um banheiro.

Tudo foi construído aproveitando com precisão o espaço entre as pedras.Infelizmente, quando a Casa da Pedra se tornou popular, o local começou a atrair intrusos e ladrões. Há pouco tempo, furtaram até telhas da propriedade.

Written by David Arioch

November 11th, 2012 at 12:25 pm

A aldeia mais portuguesa de Portugal

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Aldeia suportou as invasões napoleônicas (Foto: Reprodução)

Em Portugal, a aldeia Monsanto se situa ao lado de uma montanha. As casas que formam o lugarejo foram construídas entre penedos e estreitas ruas esculpidas em rochas.

No topo da aldeia está uma antiga praça e um castelo que um dia funcionou como fortaleza. Na Idade Média, o forte foi idealizado por um grão-mestre dos Cavaleiros Templários para resistir às muitas batalhas que aconteciam na localidade.

A aldeia que hoje serve de referência histórica suportou até mesmo as invasões napoleônicas. Pelas suas características únicas, a Monsanto recebeu o título de aldeia mais portuguesa de Portugal.

O Velho Barbanço

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Português se passou por francês para acompanhar amigo na Primeira Guerra Mundial

Na guerra, Manuel da Silva Barbanço era Jean Marceau Bonnet, um soldado do 5º Exército Francês (Foto: Reprodução)

É raro encontrar alguém que já tenha ouvido falar no Velho Barbanço, um misterioso imigrante português que viveu muitos anos em uma recôndita fazenda entre Paranavaí e Alto Paraná, no Noroeste do Paraná. Barbanço se passou por francês para acompanhar um amigo na Primeira Guerra Mundial e anos depois partilhou a maior parte da herança com os mais humildes.

A infância

Manuel da Silva Barbanço nasceu na Freguesia de Barcelos, em Portugal, no ano de 1896. Aos 12 anos, fugiu de casa por causa dos maus tratos do pai que tinha a conivência da mãe subserviente. Em Lisboa, o então jovem Manuel, inebriado pelos cartazes que exaltavam as belezas de Paris, decidiu partir para a França. Na Estação de Trem de Santa Apolónia tentou convencer dezenas de passageiros a levá-lo junto, porém só um concordou. Era um caixeiro-viajante de menos de 30 anos que percorria a Europa comercializando cigarreiras e perfumes. “O sujeito estava com duas malas grandes. Uma cheia e a outra vazia. Com um forte sotaque francês, falou que o levaria, mas o garoto teria que se esconder dentro da mala vazia”, contou o aposentado Amácio da Costa que durante anos trabalhou como “faz-tudo” para Barbanço.

Franzino, Manuel entrou na mala e permitiu que o homem a fechasse. A viagem levou horas e mesmo assim o garoto se manteve calado, respirando por um pequeno vão. “O Velho Barbanço me contou que estava tão frio que conforme respirava pela boca o ar que saía da mala criava forma”, disse Costa. Quando chegou a Paris, Manuel agradeceu e os dois se despediram. Na Avenida Champs-Élysées, não muito distante do Arco do Triunfo, Barbanço conheceu um português que vivia num cubículo no Montmartre e explorava o trabalho infantil de dezenas de crianças, colocando-as para engraxar os sapatos dos turistas que visitavam a Torre Eiffel.  “Eles trabalhavam em troca de comida e moradia”, relatou o aposentado.

Ex-soldado nasceu na Freguesia de Barcelos, em Portugal (Foto: Reprodução)

A amizade com Bulle

Ingênuo, Manuel foi coagido e trabalhou para o homem por vários meses, até que um dia fugiu de madrugada. Por questão de sobrevivência, Barbanço aprendeu a falar francês. Naquele tempo, não fluentemente, mas o suficiente para se virar. Fez bicos para turistas até os 16 anos, quando conheceu Bulle, um órfão francês que trabalhava de auxiliar de limpeza num restaurante de culinária mediterrânea na região do Jardim de Luxemburgo. “Era um rapaz mais velho, de 21 anos, que se tornou o irmão que Barbanço nunca teve”, comentou Amácio da Costa.

Em 1914, Bulle e Manuel estavam trabalhando juntos como carregadores de malas de um hotel situado no Montparnasse quando souberam da convocação para a Primeira Guerra Mundial. Bulle, que se chamava Pierre Livereaux, foi obrigado a se apresentar ao serviço militar. Com receio de ficar sozinho novamente, Barbanço implorou para que Bulle o ajudasse a conseguir documentos falsos para acompanhá-lo. Livereaux resistiu, mas acabou cedendo e ajudou o amigo que à época tinha 17 anos. “Sei disso porque o Velho Barbanço tinha um diário em que anotava tudo. Era muito preciso e detalhista sempre que relatava algo”, afirmou o aposentado que viu os falsos documentos franceses do português.

Na guerra, Manuel da Silva Barbanço era Jean Marceau Bonnet, um  soldado do 5º Exército Francês que participou da Batalha de Charleroi em 21 de agosto de 1914, quando os alemães invadiram a Bélgica. Questionado sobre a experiência na guerra, Barbanço disse o seguinte a Amácio da Costa no início dos anos 1960: “Nunca tinha segurado uma arma na vida e tudo que eu sentia era medo, tremia mais que vara verde. Quem passava por mim nem percebia, pois estávamos todos na mesma situação. Éramos crianças e o temor era tão absurdo que ao longe os alemães sentiram o cheiro do nosso pavor”, confidenciou Manuel da Silva Barbanço, referindo-se à derrota francesa na Batalha de Sambre.

O horror da Primeira Guerra Mundial

Algumas lembranças do episódio vivido pelo português foram reproduzidas em grandes folhas de papel já amarelecidas e deterioradas pelo tempo que Costa ganhou do ex-soldado em 1962. “Anos depois, pedi pra minha neta copiar o conteúdo, mas deu pra recuperar pouca coisa”, garantiu Costa, mostrando as informações registradas. No relato, Barbanço revelou que quando a ofensiva alemã, que estava em maior número, os atacou, só ouviu um companheiro gritar algo como: “soins, soins, sont mis à nous tirer dessus” que significa “cuidado, cuidado, começaram a atirar em nós”. O jovem soldado deitou rapidamente no chão. Quando se levantou, olhou para trás e viu o amigo Bulle caído no chão, morto, com o corpo cravejado de balas de aproximadamente oito milímetros.

Rua belga percorrida pelo português durante a guerra (Foto: Reprodução)

Barbanço conteve o desespero enquanto observou a multidão de cadáveres que se amontoaram diante de seus olhos, além de dezenas de jovens ainda vivos, mas caídos, implorando por ajuda. “A situação era horrível. Aqueles que estavam em estado muito grave foram deixados para trás. Quando me contou, também mostrou fotos da guerra e seus lábios tremeram até que levou a mão à boca para conter o choro. Disse que jamais na vida dormiu sequer uma noite sem pensar na guerra”, enfatizou o aposentado, lembrando que mais tarde Barbanço se retirou da zona de conflito, sem ter usado qualquer arma. Horas depois, se afastou da infantaria francesa e voltou para o local onde foi deixado o corpo do amigo.

Mesmo sabendo que a área estava dominada pelos germânicos, seguiu em frente. Quando viu um soldado alemão morto o despiu e trocou a farda francesa pela alemã. Logo que os alemães se dispersaram, o português carregou Bulle até as margens do Rio Sambre. Lá, Barbanço lavou o corpo do amigo, o abraçou e em seguida o enterrou. Da Bélgica, Manuel Barbanço retornou à França, onde morou até os 32 anos.

O reencontro com o avô

Mais tarde, imigrou para a Espanha e para a Itália, até que retornou a Portugal, onde soube que o avô, um aristocrata lusitano com quem perdeu contato no princípio da infância, o procurava há anos. Com a saúde debilitada, o homem convidou Manuel para morar numa propriedade em Funchal, na Ilha da Madeira. Barbanço viveu com o avô até 1945, quando o aristocrata faleceu, vítima de pneumonia. Com a morte do único familiar com quem teve uma profunda relação de afeto, Manuel da Silva Barbanço decidiu partir novamente. Antes, aguardou a execução do testamento do avô que lhe destinou uma herança que hoje equivaleria a pelo menos R$ 3 milhões.

Após o fim da Segunda Guerra Mundial, em outubro de 1945, Barbanço se juntou a centenas de imigrantes portugueses em um navio para o Brasil. Escolheu uma embarcação que reuniu somente pessoas de origem humilde que buscavam melhores condições de vida em terras tupiniquins. “Ele levou uma pequena mala com roupas e, como não sabia qual era a moeda brasileira, carregou uma enorme com mais da metade da herança em dólares”, salientou Costa. Numa madrugada, enquanto muitos estavam dormindo, Barbanço distribuiu boa parte do dinheiro entre as malas, bolsas, sacos e sacolas dos passageiros. No dia seguinte, ninguém entendeu o que tinha acontecido, mas as expressões nos rostos dos imigrantes eram tão cheias de esperança e alegria que o anônimo Manuel da Silva se sentiu parte de algo maior que a vida, segundo palavras de Amácio da Costa.

Paranavaí lembrava Funchal, a terra do avô de Manuel Barbanço (Foto: Reprodução)

A partilha da herança com os mais humildes

Quando a embarcação atracou em Santos, Barbanço desceu pelas ruas do porto, onde foi abordado por um garoto de aproximadamente 12 anos que ofereceu-lhe ajuda em troca de algumas moedas. O português aceitou e pediu auxílio para pegar um trem com destino a São Paulo. Antes de embarcar, Manuel sugeriu que o garoto fechasse os olhos. “Barbanço colocou um saco de dinheiro na mão daquela criança e desapareceu dentro do trem”, assegurou. Da capital paulista, o português contratou os serviços de um motorista que o levou até Presidente Prudente, onde Barbanço quase comprou uma fazenda. Mudou de ideia quando conheceu um engenheiro agrônomo que falou-lhe sobre as terras virgens do Noroeste do Paraná.

Manuel adquiriu um jipe e se aventurou pelo Paraná. Depois de dias de viagem, chegou a Paranavaí, onde comprou uma fazenda a treze quilômetros do perímetro urbano. “Ele tinha um estilo de vida eremita, não ia pra cidade. Gostou muito daqui porque lembrava a calmaria e o sossego da terra do avô, na Ilha da Madeira”, ressaltou o homem que conheceu o português em 1955, quando deixou Londrina e se mudou para Paranavaí. O caminhão que trouxe os pertences do aposentado quebrou em frente à propriedade de Barbanço. Costa foi pedir ajuda e recebeu uma proposta de emprego.

Amácio da Costa trabalhou como “faz-tudo” para o português a quem considerava um pai até 1972, ano em que Manuel Barbanço transferiu-lhe a escritura de uma propriedade vizinha. “Num domingo chegou um homem na minha casa, me trouxe um título de terras acompanhado de uma carta de agradecimento pelos serviços que prestei ao longo de 16 anos. Não entendi direito e fui até a fazenda do português. Quando cheguei lá, o homem tinha sumido, ninguém nunca soube o que aconteceu. É possível que tenha partido para algum lugar onde outras pessoas precisavam de ajuda”, cogitou o aposentado com um sorriso e um olhar disperso no tempo.

Curiosidades

O apelido Velho Barbanço foi dado pelo próprio Amácio da Costa, pois o português tinha a barba, os cabelos e pelos das sobrancelhas brancos.

Para ser aceito pelo Exército Francês e justificar o sotaque, Manuel da Silva Barbanço falou que era francês, mas que foi criado pelo avô em Portugal.

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O dom de talhar a madeira

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Olegário aperfeiçoou as habilidades como carpinteiro e se tornou um mestre em talhar madeira

Artesão é especialista em esculturas de madeira (Foto: David Arioch)

Artesão é especialista em esculturas de madeira (Foto: David Arioch)

Há 28 anos, Olegário José dos Santos, de Paranavaí, no Noroeste do Paraná, aproveitou as habilidades como carpinteiro para reproduzir uma obra de arte. O resultado foi tão positivo que desde então se dedica a criar placas, quadros e esculturas, peças que já foram comercializadas em muitos estados do Brasil e em outros países.

Tudo começou em 1981, quando “Seu Olegário” trabalhava como mestre de obras e marceneiro. À época, a habilidade em talhar madeira despertou no artista o desejo de fazer algo mais do que criar apenas produtos funcionais. “Vi um trabalho e decidi produzir também. Comecei a fazer esculturas e não parei mais. Tem peças minhas nos Estados Unidos, Japão, França, Espanha, Argentina, Costa Rica e Portugal”, diz o artesão em tom de orgulho.

Houve um período em que Santos participava de feiras agropecuárias com o intuito de divulgar e também comercializar as peças que produzia. “Em exposições no Paraná e São Paulo, eu vendia pelo menos 10 placas para fazenda e ainda levava trabalho pra casa. A procura era grande”, explica o artista plástico que já participou de exposições agropecuárias em Paranavaí, Maringá, Umuarama, Londrina, Foz do Iguaçu, Santo Antônio da Platina, Wenceslau Braz, Maringá, Ourinhos, Votuporanga, Presidente Prudente e Assis. Santos também vendeu muitas peças no litoral de Santa Catarina, principalmente pequenos artigos.

Independente do tamanho da obra, seja um chaveirinho feito na hora e vendido por R$ 4 ou um altar de R$ 7 mil que levou 90 dias para ser produzido, a verdade é que depois do trabalho concluído sempre surge o momento de fruição. “Sinto prazer em criar qualquer coisa”, enfatiza Seu Olegário que preza pela riqueza de detalhes. O perfeccionismo está embutido em cada uma de suas esculturas; nas formas e nas curvas que tiram do anonimato pedaços de cedro e cerejeira que provavelmente seriam transformados em produtos em série, como móveis.

Olegário dos Santos: “Sinto prazer em criar qualquer coisa” (Foto: David Arioch)

Olegário dos Santos: “Sinto prazer em criar qualquer coisa” (Foto: David Arioch)

“São ótimas madeiras para o trabalho que desenvolvo. Só uso outros tipos para fazer placas de fazenda”, informa e acrescenta que a cerejeira é trazida de Rondônia. Uma das especialidades de Seu Olegário é a criação de esculturas de imagens de santos, talento que combina com o sobrenome do artista. “Tenho algumas obras disponíveis para venda. São réplicas de São Expedito, São José, São Paulo e Nossa Senhora Aparecida”, destaca o escultor que está sempre aberto a encomendas e comercializa esculturas pelos mais diversos preços. Quem quiser conhecer de perto o trabalho do artista, pode vistar o seu atelier na Avenida Heitor Alencar Furtado, em frente ao trevo de acesso à Vila Operária.

Saiba mais

Cada escultura leva em média 30 dias para ficar pronta e um quadro é concluído em quatro dias.

O artista plástico Olegário José dos Santos também pode ser encontrado na Rua Augusto Fabretti, 877 –  Jardim Alvorada do Sul, Paranavaí. Ou pelo telefone: (44) 3423-4633