David Arioch – Jornalismo Cultural

Jornalismo Cultural

Archive for the ‘Rede Globo’ tag

A Rede Globo e a vaquejada

without comments

16036110

Vaquejada não pode ser considerada esporte (Junot Lacet Filho – Jornal da Paraíba)

A Rede Globo de Televisão ontem abordando a controvérsia envolvendo a vaquejada. Apelando às formas mais baratas de sentimentalismo, apresentou uma “reportagem” com uma família que ao longo de cinco gerações está envolvida com a vaquejada. E o mais curioso, se referindo a isso várias vezes como “esporte”. Desde quando a vaquejada tem o aval da vaca?

Mostraram inclusive pecuaristas falando sobre como os animais são bem tratados nesse “esporte” que consiste em puxar o rabo da vaca, submetendo o animal a traumas regulares. A estupidez humana me surpreende um pouco mais a cada dia. Apareceu inclusive um sujeito simulando uma expressão chorosa e ridícula. A apelação não tem limites.

Written by David Arioch

October 12th, 2016 at 3:18 pm

Oficina do Tio Lú no Encontro com Fátima Bernardes

without comments

Artista plástico de Paranavaí recebeu a equipe do programa ontem

Tio Lú, alguns garotos da oficina e a equipe do Encontro com Fátima Bernardes (Foto: David Arioch)

Tio Lú, alguns garotos da oficina e a equipe do Encontro com Fátima Bernardes (Foto: David Arioch)

Anteontem, eu estava retornando de Curitiba, quando parei em Califórnia por volta das 22h para atender uma ligação. Era o Tio Lú, artista plástico da Vila Alta, de Paranavaí, no Noroeste do Paraná, que faz um trabalho de recuperação de crianças em situação de vulnerabilidade social. Feliz, me contou que ontem de manhã receberia a equipe de jornalismo do programa Encontro Com Fátima Bernardes, da Rede Globo. Emocionado, me agradeceu várias vezes pela divulgação da sua oficina em texto e vídeo. 

Depois pediu que eu fosse até a casa dele antes das 9h para dar uma força. Gostei muito da experiência. Fiquei emocionado em ver que após seis anos acompanhando a Oficina do Tio Lú, o trabalho do Seu Luiz vai ter uma repercussão muito maior. Outra felicidade foi encontrar o artista plástico Jesus Soares que teve importante participação nesse processo. Inclusive foi quem me apresentou ao Tio Lú há seis anos. Jesus fez questão de contribuir, tanto que dedicou a manhã toda e parte do início da tarde.

Admito que não tenho o hábito de assistir TV, mas fiquei grato em ver o carinho e a sensibilidade da equipe do programa com todo mundo que participou e testemunhou esse trabalho que findou só por volta das 14h. Tiveram uma grande preocupação em conhecer a fundo o projeto do Tio Lú. Recolheram fotos, vídeos produzidos de forma independente e checaram todos os outros materiais já publicados sobre o assunto.

É muito legal saber que o Seu Luiz, já com 84 anos, dois joelhos problemáticos e diagnosticado com uma hepatite C no final de dezembro, continua lutando pelos seus ideais, se esforçando para fazer a diferença em um mundo cada vez mais individualista e materialista. A garotada também merece só elogios. Deram um grande show de comprometimento e gratidão. A reportagem gravada em Paranavaí vai ao ar no programa Encontro com Fátima Bernardes na terça-feira.

Link do vídeo produzido pela equipe do Encontro Com Fátima Bernardes (atualizado no dia 21-04-2015):

http://globotv.globo.com/t/programa/v/gabriela-lian-mostra-trabalho-de-artesao-de-84-anos/4124935/

Conheça um pouco mais o trabalho do Tio Lú nos links abaixo:

//davidarioch.com/2014/02/22/oficina-do-tio-lu/

//davidarioch.com/2014/10/14/ajudando-jovens-em-situacao-de-risco/

A trajetória de Brizola

with one comment

Um político que foi amado e odiado pelo Brasil

Filme explora a controversa figura do político gaúcho (Foto: Reprodução)

Filme explora a controversa figura do político gaúcho (Foto: Reprodução)

Lançado em 2007, o documentário Brizola – Tempos de Luta, do cineasta gaúcho Tabajara Ruas, embora tenha um título sugestivamente tendencioso, é uma biografia de Leonel Brizola sob a ótica de pessoas que, de algum modo, conviveram com o amado e odiado político, tido como louco por alguns e considerado visionário por outros. Em síntese, uma curiosa obra sobre o homem que por pouco não se tornou presidente do Brasil.

Brizola foi uma das mais controversas figuras públicas deste país e morreu aos 82 anos, em 21 de junho de 2004. Com uma trajetória política de seis décadas, o gaúcho entrou para a história como o único brasileiro a governar dois estados: Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.

O ex-governador conquistou fama no Brasil no início da década de 1960, após o episódio da “campanha da legalidade”, em que desafiou os militares e defendeu direitos constitucionais após a renúncia do presidente Jânio Quadros. Além de trazer à tona muitas imagens de momentos importantes da política brasileira que nunca ganharam espaço na TV, o documentário Brizola – Tempos de Luta tem como epicentro um conflito entre o político e o empresário Roberto Marinho, então proprietário da Rede Globo de Televisão.

Brizola

Brizola teve o privilégio de ser governador de dois estados (Foto: Reprodução)

A briga girou em torno de ofensas pessoais que Marinho dirigiu ao desafeto Leonel Brizola em 1992, usando todos os seus veículos de comunicação. O direito de resposta do político, obtido judicialmente, foi levado ao ar dois anos depois por meio da sorumbática voz de Cid Moreira durante uma antológica edição do Jornal Nacional.

Para os defensores do ex-governador, o episódio foi uma vitória, pois pela primeira vez na história da televisão brasileira alguém teve a oportunidade, sob o respaldo da lei, de fazer críticas severas a um grande empresário da teledifusão.

Para evidenciar a forte personalidade de Leonel Brizola, Tabajara Ruas não esconde que o foco maior é a narrativa, inclusive em várias cenas não há riqueza de detalhes, mas sim apenas uma câmera que sem profundidade se fecha diante do político e do microfone. No filme, também há participações dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso, além de um relato verossímil sobre o encontro de Brizola com o guerrilheiro argentino Che Guevara no Uruguai em 1961.