David Arioch – Jornalismo Cultural

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Não entre em um relacionamento alimentando falsas esperanças

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Se você conhece alguém que espera de você algo que você não pode oferecer, simplesmente não seja sem noção. O que quero dizer? Não entre em um relacionamento alimentando falsas esperanças. A carência pode levar as pessoas a cometerem equívocos que trazem sérias consequências. Uma delas pode ser magoar profundamente alguém que espera de você mais do que você pode oferecer. Creio que muitos relacionamentos começam errado por causa disso.

Um relacionamento para dar certo deve partir do princípio de que duas pessoas querem a mesma coisa, têm objetivos em comum na relação e não estão pensando em obstáculos que já podem minar a relação. Quem entra em um relacionamento sério para trair, ou pelo menos pensando nessa possibilidade, pode muito bem deixar claro para a outra pessoa essa sua inclinação. O que significa que isso não cabe em um relacionamento monogâmico.

Assim como não cabe ser egoísta e individualista a maior parte do tempo. Claro, é impossível nunca ser egoísta e individualista, mas é possível não ser a maior parte do tempo, bastando apenas refletir a respeito e fazer um pouco de esforço em prol de algo que não diz respeito apenas a si mesmo.

Relacionamentos muitas vezes não dão certo por falta de comunicação e honestidade. E claro, empatia, já que não se colocar no lugar do outro permite que as pessoas tenham atitudes totalmente incompatíveis com uma relação saudável. Não é monogâmico? Então encontre pessoas que também não são. Não tem segredo. É só acreditar no respeito e colocar isso em prática.

Se tratando de relacionamentos, não acho que as pessoas devam ser iguais. Na minha opinião, o que elas devem, em primeiro lugar, é ter uma forte razão para estarem juntas. O que acontece a partir daí, vai depender do esforço, da vontade e da inclinação de cada um.





Written by David Arioch

September 10th, 2017 at 11:02 pm

“Vou compartilhar as fotos íntimas dela na internet”

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Arte: Kate Kretz

Há duas semanas, um amigo de longa data veio conversar comigo na hora do almoço. Me disse que foi traído pela namorada e que estava pensando em publicar fotos íntimas dela na internet, além de compartilhá-las pelo Whatsapp.

— Sério mesmo ou você está brincando?
— É sério sim.
— Então ela te traiu mesmo?
— Sim. Ninguém me disse. Eu vi tudo.
— Isso realmente não é legal. Mas compartilhar essas fotos vai reparar o erro dela?
— Não, mas pelo menos posso retribuir de alguma forma o que ela me fez.
— E como seria essa retribuição no seu entendimento?
— Ué, simples. Vou expor a intimidade dela e isso vai machucá-la de alguma forma, assim como ela me machucou.
— Tem certeza que existe alguma proporcionalidade nisso?
— Como assim?
—Ela o traiu, e por pior que você se sinta hoje isso ainda vai passar. Mas fotos íntimas, uma vez lançadas na internet, não desaparecem assim. Quero dizer, é natural que você tenha algum sentimento negativo em relação a ela. Mas agora você está exaltado, sente raiva, e sem dúvida não quer ser o único a se sentir mal diante de tudo, então sua primeira reação é a vingança. Você acha que ferir o outro pode te trazer alguma sensação de bem-estar. Só que infelizmente isso não vai acontecer. Se defender atacando nunca é uma coisa boa, e revela mais sobre suas fraquezas do que sobre as fraquezas dela. Deixe ela viver a vida dela e vá viver a sua. Você não precisa disso, menos ainda se você sempre foi um sujeito honesto e fiel a si mesmo. Por que macular isso com um comportamento nocivo?
— Sempre fui fiel a mim e a ela. Nunca fiz nada para que ela me sacaneasse e estou puto da vida.
— É compreensível. Mas reflita sobre um ponto. A sua raiva vai passar, e talvez daqui uma semana, um mês ou um ano você se arrependa de ter divulgado as fotos dela. O que você poderá fazer sobre isso? Nada, porque você não vai ter como impedir que as fotos dela continuem circulando. Você também não será visto como é hoje, e se você for realmente um bom sujeito, como sei que é, terá vergonha de si mesmo. Vale a pena? Você definitivamente não precisa disso. Nem deve fazer isso.
— E como eu fico nessa situação? Devo deixar quieto? Cara, eu vomitei quando vi os dois se pegando.
— Você fica como sempre ficou, sendo fiel ao que existe de mais verdadeiro dentro de você, e não se entregando a uma emoção arrebatadora, destrutiva e transitória.
— Não sei não, cara. Estou muito mal e preciso fazer alguma coisa a respeito.
— Então faça o seguinte. Me prometa que vai esperar uma semana, só uma semana antes de fazer qualquer besteira. Se você ainda estiver se sentindo da mesma forma então conversaremos sobre isso. Mas não faça nada antes, nada mesmo.
— Tudo bem. Vou tentar.

Na semana passada, ele me avisou que apagou todas as fotos íntimas da ex-namorada do celular, do PC e do notebook.

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Written by David Arioch

June 20th, 2017 at 1:02 am