Archive for the ‘Rio de Janeiro’ tag
Polo Vegano pretende ampliar a produção e a circulação de produtos veganos no Rio de Janeiro
“A nossa prioridade é a oferta de produtos e serviços acessíveis que respeitem os seres sencientes, além de dar visibilidade à causa da libertação animal”
Em 2016, o projeto Polo Vegano foi lançado no Rio de Janeiro com o objetivo de ocupar um andar de 450 metros quadrados no Vertical Shopping. À época, a boa repercussão deu origem a um grupo que hoje soma mais de 1,2 mil pessoas. Porém, por limitações burocráticas e logísticas, o objetivo de ocupar um andar inteiro se tornou inviável. Porém, o projeto foi revisto e hoje segue uma nova estratégia de viabilização, de acordo com o gerente de marketing do Vertical Shopping, Leandro Pagnoncelli.
“A intenção agora é ocupar espaço no mercado como um todo. O Shopping está servindo como porta de entrada porque é onde conseguimos a melhor condição de custo/benefício. Mas o objetivo é ir muito além”, conta Pagnoncelli, acrescentando que, assim que a formalização da associação responsável pelo Polo Vegano for concluída, será feita uma assembleia geral para definir prioridades, planejamento, metas e meios de operacionalização dentro e fora do Shopping Vertical.
O grupo está trabalhando na criação de um fundo coletivo para que todos os produtores possam ter seus produtos expostos nas feiras livres que ocorrem em locais estratégicos do Rio de Janeiro, mas principalmente onde há maior demanda de produtos veganos, ou seja, sem ingredientes de origem animal e que não foram testados em animais.
“A nossa prioridade é a oferta de produtos e serviços acessíveis que respeitem os seres sencientes, além de dar visibilidade à causa da libertação animal [defendida pelo veganismo], promover a cultura de paz e a inclusão e empoderamento das pessoas”, explica Leandro Pagnoncelli, que é um dos idealizadores do projeto que prevê uma mudança de paradigma para uma realidade mais sustentável – baseada em um sistema colaborativo, de acolhimento e protagonismo social justo e representativo.
“Tudo está sendo considerado dentro do que é ecologicamente correto e economicamente viável. Temos também uma preocupação de interagir com a comunidade nesse processo que busca uma relação mais horizontal desde a cadeia produtiva até a interação com o consumidor”, enfatiza Pagnoncelli.
Após a viabilização do fundo colaborativo e sua consolidação, começa a expansão para outros espaços fora do Shopping Vertical. Todas as decisões são tomadas coletivamente. “Queremos diversificar, trabalhando em espaços físicos fixos, ocupações itinerantes e virtuais. Outro diferencial é que o projeto do Polo Vegano tem um modelo de negócio aberto com financiamento coletivo e possibilidade de ocupação de espaço individual ou compartilhado. Quem tiver interesse em empreender a partir do Polo Vegano pode nos procurar”, avisa Leandro Pagnoncelli.
Entre em contato para saber mais sobre o projeto Polo Vegano:
Telefone/Whatsapp: (21) 99858-8897
Facebook: https://www.facebook.com/leandropagnoncelli
Linkedin: https://www.linkedin.com/in/leandropagnoncelli/
Instagram: https://www.instagram.com/lepagnoncelli/
Página: https://www.facebook.com/voceestaaqui/
Canal: https://www.youtube.com/c/voceestaaqui
Grupo no Facebook: https://www.facebook.com/groups/559353427560150/
Grupo no Whatsapp: https://chat.whatsapp.com/7fu6XVuxZDSIAzi9Kbhkg4
Todo estuprador é um psicopata?
Estupradores são naturalmente ególatras, pessoas que não sabem lidar com negativas
Li muitos comentários e alguns textos sobre o episódio da jovem de 16 anos que foi estuprada no Rio de Janeiro por mais de 30 homens. Acho impossível não sentir asco, mas também sei que crimes como esse acontecem com mais frequência do que imaginamos. Afinal, quem não se lembra do estupro coletivo em Castelo do Piauí que teve repercussão nacional no ano passado? Quando quatro adolescentes de 15 a 17 anos foram apedrejadas, estupradas, amarradas e jogadas de um penhasco de oito metros de altura.
Não conheço a história da jovem do Rio de Janeiro e acredito também que isso não tenha relevância alguma, já que nada justifica um estupro. Não importa como ela se veste, se tem filhos, se gosta de baladas, se bebe pouco ou muito. Nossas escolhas não existem para pautar a vida dos outros. Somos o que somos, nem por isso temos o direito de decidir como as pessoas devem ser ou agir. Ademais, o fato dela ser menor de idade torna tudo ainda mais aberrante porque ratifica um estado de maior vulnerabilidade.
Há pessoas que podem qualificar o caso de estupro coletivo como um fato isolado por causa da repercussão pontual da mídia. Porém é algo que está bem longe da realidade. No Brasil, pelo menos 15% dos casos de estupros são coletivos e mais de 70% das vítimas são menores de idade. E só para mostrar como a situação é alarmante, pelo menos seis estupros são registrados por hora no Brasil.
Só em 2015, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, podem ter ocorrido 136 mil estupros, numa projeção otimista inspirada na metodologia internacional National Crime Victimization Survey. Imagine então se somarmos esses dados aos casos de violência sexual em que as vítimas ficaram aterrorizadas ou foram coagidas a não denunciar? O total pode chegar a 476 mil.
Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), não mais do que 10% dos casos de violência sexual são denunciados à polícia. Logo não tenho dúvida alguma de que ser mulher no Brasil é muito difícil, já que são obrigadas a viver em estado de alerta, ainda mais levando em conta a impunidade reconhecida pelos abusadores.
Eles zombam das nossas leis brandas que dão margem a muitos recursos por causa do viés da subjetividade. Maior exemplo do descrédito é o fato de que muitos estupradores tiram fotos ou filmam os atos de violência sexual como se fossem souvenirs ou troféus, algo de que se orgulham.
Em 2006 e 2007, fiz um trabalho junto ao Projeto Sentinela, que combate o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes. E o que tirei de lição daquele tempo para a atualidade é que estupradores são naturalmente ególatras, pessoas que não sabem lidar com negativas, seja porque foram mimados demais ou porque não conseguem aceitar o fato de que as pessoas vão continuar existindo e seguindo suas vidas independente deles.
Muitos também tendem a tentar transferir para outra pessoa o desprezo que sentem por si mesmo. Se veem como insignificantes e acabam recorrendo à objetificação sexual de alguém. Querem ferir outra pessoa, marcá-la para sempre. Sentem um prazer mórbido e doentio nisso.
No caso dos mais de 30 rapazes que estupraram a adolescente, como algumas pessoas comentaram, é difícil crer que todos sejam doentes. Mas acredito sim que eles possuem traços de sociopatia e psicopatia. A verdade é que o mundo hipermoderno está imerso em desvios de conduta que ameaçam o bem-estar social.
Nos livros The Sociopath Nextdoor e Snakes in Suits: When Psychopaths Go To Work, os estudiosos do comportamento humano Martha Stout e Paul Babiak estimam que 10% da população mundial sofre de algum tipo de psicopatia, o que me faz crer que a raiz do problema com relação aos estupros já começa nos primeiros indicativos de sociopatia, na ausência de limites e na anuência da permissividade.
Até porque, antes de tudo, todo estuprador é um psicopata, embora nem todo psicopata seja um estuprador. Talvez tenhamos dificuldade em identificar isso porque temos uma tendência obtusa e até romanesca de associar a figura do psicopata com a dos serial killers que encontramos na literatura e no cinema.
De tudo que li até agora sobre o estupro da jovem de 16 anos, só não concordo com as acusações de que todo homem é um estuprador em potencial. Não é verdade e também nem mesmo existe qualquer tipo de estudo que se aproxime de corroborar esse tipo de afirmação baseada na passionalidade.
O crime envolvendo a adolescente do Rio de Janeiro, me lembrou uma história que escrevi há alguns meses sobre uma jovem vítima de estupro
Talvez tivesse caído na rua quando caminhava do boteco para casa. Em seguida, percorreu seu corpo com a língua áspera e fedorenta que a fez sentir-se como se fosse lambida por uma dessas lagartas que invadem pedaços de pau podre em terrenos baldios. Com o rosto virado, Sandra chorava em silêncio, mordendo os lábios e mirando o telhado de fibrocimento (Eternit). Se esforçava para sair do próprio corpo. Não queria enxergar nem sentir nada. A poucos centímetros, observou Isabel à direita – a bonequinha de tecido tinha um vestido encardido, levemente avermelhado.
“Lembrei da virgindade que aquele velho pedófilo tirou de mim. Ele ainda comemorou quando viu o meu sangue escorrendo pelo lençol. Falou desse jeito: ‘É assim, filhinha, a primeira vez de vocês têm que ser com o papai’”, comentou. Turvo se levantou e desapareceu na escuridão, carregando uma garrafa de pinga e arrastando os pés no chão.
Nada a fazia esquecer o cheiro nauseante do pai. As palavras do homem continuaram ecoando pela mente de Sandra. Era como se por um artifício fantástico tivessem-lhe anexado ao ouvido um gravador que reproduzia copiosamente as frases do criminoso. Ela não conseguia expor ao mundo o sentimento inimaginável que a dominou desde a noite do estupro.
Em seu interior, o desespero incessante consumia a voz e a capacidade de se comunicar. “Os gritos e o choro não eram ouvidos e vistos por ninguém. Existiam apenas dentro de mim. E minha mãe [primeira esposa de Turvo] sabia de tudo e aceitava”, narra chorando. As lágrimas pareciam banhar o interior de cada um dos órgãos – do coração ao útero. A voz perdida, apenas ela ouvia. A vontade de viver se esvaía com o sangue maculado, arbitrariamente dilacerado do seu corpo em desenvolvimento.
Lá fora, no quintal sujo, Sandra tentava, sem sucesso, chorar, observando um pneu que balançava preso à corda amarrada em uma árvore. Para ela, tudo continuava desfocado e diluído. “Eu queria morrer e, em vários momentos da vida, sei que minhas irmãs também. Ele abusou da gente não só uma ou poucas vezes, mas muitas. Ele estuprou todas as filhas e mesmo depois de tantos anos algumas ainda recebem suas visitas noturnas”, garante Sandra que se arrepia, apontando com o dedo indicador os pelos eriçados do braço.
Tecnólogo cria um acessível sistema de captação de água da chuva
Projeto de Alan Azambuja levou 20 horas para ficar pronto com a ajuda do filho de 13 anos
Preocupado com as crises hídricas que têm assolado o Brasil, principalmente o estado de São Paulo, o tecnólogo e tecnoartista Alan Verissimo Azambuja, do Rio de Janeiro, desenvolveu há pouco tempo um simples e prático sistema de captação, armazenamento e distribuição de água da chuva que requer poucos gastos.
Recentemente, aproveitando a laje que cobre o teto da casa de máquinas dos elevadores do prédio onde residem, Azambuja e o filho Victor, de 13 anos, construíram um eficiente sistema que capta, armazena e distribui água da chuva para dentro de casa. “A grande vantagem é o baixo custo de materiais, já que todos os componentes são de plástico”, explica.
A captação começa no orifício de saída da água de chuva que cai sobre o teto de 30 metros quadrados da casa de máquinas do edifício. De lá, a água é transferida por meio de encanamento a uma caixa d’água fechada, evitando assim contaminação e proliferação de doenças como a dengue. Na prática, Alan Verissimo descobriu que em duas horas de chuva de intensidade média é possível encher tranquilamente uma caixa com capacidade de mil litros.
“Aproveitando que a superfície de captação da água é limpa, fizemos canalização para nossos banheiros, tanque e máquina de lavar roupa. Agora as águas pluviais só descem pelo ralo quando a caixa fica cheia”, conta e adianta que a intenção é ampliar o sistema para atender também mais oito andares do prédio, aproveitando a área de 360 metros quadrados do terraço.
Para quem precisa de uma instalação emergencial, Alan Azambuja sugere a implantação de uma tubulação simples, sem causar danos em paredes. Basta abrir uma passagem para a canalização interna de uma torneira que deve ser ligada por um tubo à canalização externa que transfere a água da chuva armazenada na caixa d’água.
“A tubulação pode passar através da parte inferior de uma janela. Se for de vidro, é só fazer a retirada temporária da lâmina fixa. Para o serviço, você vai precisar apenas de uma serra de cortar alumínio ou uma furadeira. Use tubo, T e joelho que tenham comprimento compatível com a largura do peitoril”, destaca e acrescenta que os tubos horizontais se apoiam no peitoril para garantir a distribuição de peso e facilitar a fixação.
A sugestão acima é ideal para a implementação de torneiras nos corredores dos andares dos prédios. Debaixo de cada torneira, para evitar o desperdício, Azambuja recomenda a colocação de baldes e “pires” improvisados. Ou seja, caixas pretas de plástico que os pedreiros usam para preparar pequenas quantidades de massa de cimento. “É um trabalho que não exige participação governamental nem contratação de firmas especializadas. Um ‘professor Pardal’ e alguns adolescentes com tempo livre conseguem instalar esse sistema. Eu e o meu filho Victor levamos 20 horas”, garante Alan Verissimo.
Caso o interessado consiga reunir um grupo para a criação do sistema, o idealizador propõe que os materiais sejam comprados coletivamente, barateando custos “Façam reunião de moradores para planejar rateios, divisão de tarefas, higienização, reparos e adaptações. Um amigo que entende de hidráulica pode ser um grande aliado nessa hora. O mais importante é obter água abundante e grátis para as descargas dos vasos sanitários. Não faz sentido comprar uma água tão cara para este fim”, pondera.
Com a experiência de quem já conheceu a realidade de muitos países, Alan Azambuja considera o Brasil uma nação promissora em segurança hídrica. Justifica que o brasileiro é solidário, criativo e talentoso para a realização de trabalhos manuais. Outro ponto alto do sistema de captação de água é que em grande escala o projeto pode reduzir o impacto das chuvas. Tem grande potencial em evitar a saturação das galerias pluviais, minimizar o surgimento de buracos nas malhas viárias e também coibir novas erosões hídricas. “Não tenho dúvidas de que teremos menos problemas com alagamentos nas ruas”, enfatiza Azambuja.
Sobre Alan Azambuja
Alan Azambuja é tecnólogo e tecnoartista com especial interesse na história das técnicas, das invenções e em tecnologias alternativas para obtenção de energia elétrica. Ao longo de 20 anos, trabalhou criando e operando sistemas de sonorização em shows musicais em teatros, ginásios esportivos e ao ar livre. É especialista em ALS (Approach Lighting System), sistemas de iluminação que facilitam o pouso de aeronaves em aeroportos de médio e grande porte. Também já atuou como diretor cenográfico em projetos de arte-ciência, criando sistemas de iluminação e peças de tecnoarte. Além disso, é colaborador do grupo de pesquisa científica interdisciplinar Anatomia das Paixões (http://anatomiadaspaixoes.blogspot.com.br/) que reúne artistas, neurocientistas, filósofos, designers e anatomistas. O grupo é dirigido por Maira Fróes, PHD em biofísica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e esposa de Azambuja.
Para mais informações sobre o projeto de captação de água, acesse: http://alanverissimoazambuja.blogspot.com.br/2015/07/proposta-de-campanha-envolvendo.html
O centenário de nascimento de Sebastião Bem Bem
Roza de Oliveira: “Nunca vi outro político assim, que não quer usar dinheiro público”
Nascido em 11 de março de 1915, o lavrador Sebastião Bem Bem de Oliveira deixou Monte Alegre, distrito de Santo Antônio de Pádua, no Rio de Janeiro, em novembro de 1948. Se mudou com a família para o Noroeste do Paraná após ser convencido pela irmã de que Paranavaí era a terra do café. Com experiência nas mais diversas lavouras, Bem Bem se arriscou e perseverou. Mais tarde, trocou o campo pela cidade e se tornou um político exemplar numa época em que vereadores não ganhavam nada para exercer a função. Depois de superar muitos obstáculos e ajudar tantas pessoas, o pioneiro faleceu aos 77 anos em 4 de maio de 1992.
“O café estava em evidência e meu pai sempre gostou de trabalhar como lavrador. Quando chegamos a Paranavaí, ficamos na casa da tia Taninha até arrumar um cantinho para morar. Enfrentamos dificuldades e perdemos uma irmãzinha, Ruth, que passou muito mal nos quatro dias de viagem e faleceu dez dias após a chegada”, diz a filha Roza de Oliveira, acrescentando que o trajeto tortuoso foi percorrido de trem e de ônibus.
Quando deixou a residência da irmã, Sebastião Bem Bem hospedou a família em uma humilde casinha construída onde é hoje a Unimed, na Rua Antônio Felipe. “O Paulo [Cesar de Oliveira, fundador do Grupo Gralha Azul e presidente da Fundação Cultural de Paranavaí] nasceu naquele ranchinho de tabuinhas, parede de lascas e chão de terra batida”, relata Roza sorrindo, como se estivesse revivendo o passado.
Bem Bem de Oliveira também trabalhou em Paranavaí como funcionário da Prefeitura de Mandaguari até que se mudaram para a famosa Chácara Progresso. O local era o preferido dos filhos, mas infelizmente o pioneiro teve de vender o imóvel e se mudar para um sítio. “Papai começou a lidar com café na propriedade do seu Antonio José da Silva. Depois fomos colher algodão. A família toda ajudava na lavoura”, lembra a filha.
Durante as colheitas, Bem Bem, que ainda criança aprendeu a manejar enxada, foice e machado, sempre explicava aos filhos a importância de estudar. Não queria que enfrentassem as mesmas dificuldades que ele. “Deixou claro para todos nós que é estudando que se vence. Tinha uma tristeza muito grande por não ter estudado”, confidencia Roza, lembrando que pais como Sebastião Bem Bem eram raros nos anos 1950 e 1960. Os filhos se recordam da alegria do patriarca ao vê-los diante de uma lamparina folheando um livro ou caderno à noite, mesmo que isso custasse acordar com o rosto sujo de tanta fuligem.
Quando Roza completou 15 anos e recebeu uma nomeação do prefeito José Vaz de Carvalho para trabalhar como professora na Casa da Criança, onde é atualmente Colégio Estadual Dr. Marins Alves de Camargo, Bem Bem ficou preocupado porque a filha precisaria percorrer quilômetros a pé para lecionar. Então decidiu se mudar.
Na área urbana, novamente se sentiu perdido porque tinha pouca experiência trabalhando longe do campo. Esperto e inteligente, não se abateu. Ao perceber a chegada de tantas famílias a Paranavaí, Sebastião Bem Bem começou a atuar como corretor de imóveis. Entre altos e baixos, o pioneiro fluminense estava sempre disposto a encarar desafios, tanto que trabalhou até na derrubada de mata em Loanda. Saía de Paranavaí na segunda e retornava apenas no sábado.
“Sempre teve uma capacidade muito grande de auto-superação. Não se entregava de jeito nenhum”, assegura Roza. Enquanto Bem Bem trabalhava como peão, a esposa Elazir Azevedo de Oliveira prestava serviços como lavadeira de roupas para muitas famílias de Paranavaí.
De acordo com o filho Paulo Cesar de Oliveira, com o incentivo dos amigos, Bem Bem de Oliveira concorreu ao cargo de vereador nas eleições de 1952 e ficou como suplente. À época, trabalhou para o candidato a prefeito Herculano Rubim Toledo, vencido pelo médico José Vaz de Carvalho. Logo que assumiu a administração municipal, José Vaz o convidou para uma conversa. “Ele disse que queria meu pai trabalhando com ele, ajudando a administrar Paranavaí. O convite foi aceito e os dois nunca desfizeram a parceria”, garante Paulo Cesar.
Naquele tempo, Bem Bem já realizava trabalhos sociais, contribuía com solicitações de encaminhamento para internações. Nos quatro primeiros anos que viveu em Paranavaí, não teve nenhuma pretensão política, só agia por amor ao próximo. “Ele se tornou um famoso voluntário da ação social e da área de saúde. Não sossegava enquanto não conseguia internar quem o procurava pedindo auxílio”, frisa Roza.
A partir de 1965, com a popularidade alta e o crescente reconhecimento de suas ações, o pioneiro conseguiu se eleger vereador. O desempenho agradou tanto a população que Bem Bem foi reeleito em 1969, 1973, 1977 e 1983. “Foram cinco mandatos consecutivos. De 1975 a 1976, ele foi presidente da Câmara Municipal. Atuou também como secretário da assistência social”, lembra Paulo Cesar de Oliveira.
Quando era vereador, não tinha hora para chegar em casa e recebia os eleitores até de madrugada. Tarde da noite, não era raro os filhos ouvirem vozes vindo da entrada da residência. A visita tinha quase sempre a mesma motivação: “Ô seu Bem Bem, meu pai tá doente. Precisamos da sua ajuda”, clamavam. O vereador se apressava e ia para a Santa Casa de Paranavaí, de onde não saía até garantir que o enfermo fosse internado.
Paulo Cesar se recorda de um episódio cômico em que até o prefeito José Vaz de Carvalho se rendeu aos esforços de Sebastião Bem Bem. “Um dia, o José Vaz, que era médico, estava atendendo na Santa Casa e uma recepcionista chegou falando que o Bem Bem estava nervoso. Então o prefeito disse: ‘Ah, manda ele pra lá”, narra o filho.
Se voltando para um paciente, Carvalho justificou que Bem Bem era uma pessoa muito boa, mas que exigia muita atenção. “Ninguém aguenta alguém que quer ser atendido toda hora”, criticou. Quando percebeu que Sebastião Bem Bem já estava entrando, José Vaz mudou o rumo da conversa. “Estou falando. Não tem homem igual o Bem Bem em Paranavaí. Atende ele, menina!”, ponderou.
Respeitado até por adversários políticos, o vereador tinha o hábito de fazer tudo sem usufruir de recursos públicos. Quando conseguia o encaminhamento de pacientes para Curitiba e outras cidades do Paraná, fazia questão de ir junto e ainda dormia ao lado da cama do paciente. “Sempre procurava a hospedaria mais barata. Chegava a ser ridicularizado pelos colegas. Nunca vi outro político assim, que não quer usar dinheiro público. Uma vez, papai dormiu em uma pensão e roubaram a mala dele”, confidencia Roza de Oliveira, evidenciando a bondade e azar do vereador.
O respeito e consideração de Sebastião Bem Bem pela população era tão grande que muitas vezes o pioneiro chegou ao Hospital das Clínicas de Curitiba carregando enfermos nos braços. Como vereador não tinha salário, trabalhou cerca de 16 anos sem ganhar nada. “Sabe o que ele fez na primeira ocasião em que recebeu como vereador? Dividiu mais da metade com os menos favorecidos”, conta rindo o genro Augustinho Borges.
Quem conheceu Sebastião Bem Bem de Oliveira sempre o considerou um guerreiro. Se sobressaía pelo interesse em fazer a diferença quando ainda não existiam políticas específicas para a área da saúde. “Era firme no que acreditava e um comentário só o atingia se tivesse argumentos consistentes, não vaidades”, avalia Rosa. Até hoje, Bem Bem é lembrado pela defesa de leis que garantiram à população o direito de acompanharem os familiares internados na Santa Casa de Paranavaí.
Em ato de coragem, durante uma sessão na Câmara Municipal, o vereador manifestou indignação contra a bancada ruralista no Congresso Nacional e ainda fez questão de chamar a atenção dos que representavam os interesses dos latifundiários na região. Mesmo depois de dedicar 25 anos de vida à população de Paranavaí, Sebastião Bem Bem de Oliveira não conseguiu obter a aposentadoria. “Não se aposentou nem como trabalhador rural, atividade que exerceu por décadas. Também foi guarda do aeroporto, secretário de assistência social e corretor de imóveis. Nada disso garantiu que ele recebesse nem mesmo um salário mínimo na terceira idade”, lamenta Paulo Cesar.
Antes de falecer em 4 de maio de 1992 em decorrência de falência múltipla de órgãos, Bem Bem teve um acidente vascular cerebral (AVC) e passou os dois últimos anos de vida em uma cadeira de rodas. Segundo Roza de Oliveira, o pai sofreu bastante. Teve de fazer hemodiálise e frequentemente precisava ser internado. “Ele era diabético e hipertenso. Um dia, o José Vaz entrou no quarto e falou que o Bem Bem não merecia passar por isso”, testemunha Paulo Cesar de Oliveira.
Pouco antes de morrer, Sebastião Bem Bem de Oliveira lamentou o arrependimento de não ter se dedicado mais aos filhos. Também questionou se realmente foi um bom pai. “Deixamos claro que ele foi o melhor pai do mundo, que nos ensinou com rigor a importância de sermos honestos e trabalhadores. Apesar de todas as dificuldades, nos ensinou muito sobre Deus, um presente eterno que todo pai deveria dar aos filhos. Foi um momento de emoção, choro e conforto”, assinala Roza.
No dia 6 de maio de 1992, o editorial do Diário do Noroeste expressou pesar pela morte de um dos políticos mais importantes da história de Paranavaí. “Bem Bem de Oliveira entrou pobre na política e assim saiu dela, quando sua saúde já não permitia mais desenvolver as atividades legislativas. Fez um grande trabalho na área social – fato reconhecido até por adversários políticos. E a grande virtude do ex-vereador é que ele realizou este trabalho antes de entrar para a Câmara Municipal e continuou depois de se despedir do legislativo. Foi a política que entrou na vida de Bem Bem e não ele que entrou para a política.”
Bem Bem amava poesia e adorava noticiários
Obrigado a trabalhar desde criança, Sebastião Bem Bem de Oliveira só estudou até o segundo ano do primário, atual ensino fundamental. Ainda assim, gostava muito de ler e era bom em cálculos. “Ele tinha aquele complexo de achar que não possuía cultura por ter estudado pouco. Apesar disso, gozava de uma capacidade invejável para discursar e evangelizar. Era um homem inteligentíssimo e entendia tudo sobre a bíblia, o seu livro preferido que leu tantas vezes”, diz a filha Roza de Oliveira.
O amor pela poesia e pela declamação, Roza herdou do pai aos cinco anos. A influência foi tão significativa que os filhos cresceram afeiçoados à literatura. Paulo Cesar de Oliveira, fundador do Grupo Gralha Azul, atribui ao pai o seu grande envolvimento com arte e cultura ao longo da vida. Além de leitor inveterado, Sebastião Bem Bem adorava noticiários, tanto que quando comprou a primeira TV “foi como se o paraíso chegasse até ele”, define a família.
Bem Bem também sabia ser bravo e intransigente, principalmente quando ficava com ciúmes. Roza de Oliveira jamais esqueceu o episódio em que estava estudando química em casa com a ajuda do amigo e engenheiro Luís Beletti. “De repente, passa o papai com um cabo de vassoura pra bater no rapaz. Ele achou que estávamos muito perto um do outro. Tinha o coração bom demais, mas um temperamento difícil”, admite Roza às gargalhadas. No dia, a filha chorou a noite toda de vergonha. Ficou tão constrangida que passou um bom tempo sem se aproximar de rapazes. Mais tarde, Bem Bem se arrependeu e convidou o jovem para um almoço.
Um mito em Santo Antônio de Pádua
Nos anos 1970, Sebastião Bem Bem de Oliveira já convivia com o diabetes. Teimoso, se recusava a seguir a dieta. “Ia pra casa do amigo Salomão e comia tudo que não podia. Ele não gostava de se cuidar. Lá pelo início dos anos 1980, só abriu uma exceção e deu uma caprichada quando prometi levar ele e a mamãe para visitar os parentes no Rio de Janeiro”, lembra a filha Roza de Oliveira.
Cumprindo o combinado, o levaram para Santo Antônio de Pádua. Apesar de ter deixado a cidade natal ainda muito jovem, a fama de Bem Bem como um homem bondoso e admirável era tão grande que na casa do irmão, onde ficou hospedado, recebeu visitas o dia todo, até de pessoas que não conhecia.
“Chegou muita gente de carro de boi e também a cavalo. Foi aí que percebi o quanto ele era querido em Pádua. De lá, fomos para o Rio [de Janeiro, capital], onde visitamos Jorge de Sá, um de seus melhores amigos. Na volta, passamos ainda em São Paulo para ele rever o ‘Seu Olivier’, outro grande amigo”, descreve Roza, acrescentando que fizeram todas as vontades de Bem Bem durante a viagem.
O que também chamava a atenção no pioneiro era a grande sensibilidade. Era acostumado a chorar com facilidade, principalmente quando reencontrava algum parente ou amigo. Se emocionava até mesmo com figuras públicas que admirava. “Eu tinha 13 anos quando o presidente Getúlio Vargas cometeu suicídio e lembro como se fosse hoje. Morávamos em um ranchinho e o ‘radião’ ficou ligado dia e noite. Papai chorava sem parar”, pontua Roza.
Um traço de personalidade que virou nome
De acordo com a esposa Elazir Azevedo de Oliveira, o pioneiro fluminense Sebastião de Oliveira ficou conhecido como Bem Bem muito cedo pelo jeito afável e querido de ser. “Quando ele era criança o chamavam de benzinho. Mais tarde, começaram a falar Bem Bem”, conta. O genro Augustinho Borges explica que o apelido que depois virou nome ganhou força com o altruísmo do pioneiro fluminense. “Ele era a pessoa que mais se encaixava no ditado ‘faça o bem sem olhar a quem’. Fazia o melhor por qualquer pessoa e tentava sempre ver o lado bom de tudo”, comenta Borges.
Em 1980, Sebastião de Oliveira decidiu fazer uma retificação de nome porque nas últimas eleições perdeu muitos votos quando concorreu a vereador. O problema era que bastante gente o conhecia apenas como Bem Bem. “O sujeito votava, mas os votos não eram considerados porque o que valia era o nome no registro de identidade”, comenta Augustinho Borges.
Com o auxílio do advogado Fuad Esper Cheida, o pioneiro conseguiu fazer a alteração. À época, Augustinho Borges viajou até o Rio de Janeiro para formalizar a mudança e buscar a nova certidão de nascimento do sogro. Na última eleição municipal em que concorreu, Bem Bem superou de longe a quantidade de votos das eleições anteriores, provando que era um dos políticos favoritos da época. Em reconhecimento a tudo que fez por Paranavaí, Sebastião Bem Bem de Oliveira recebeu em 14 de dezembro de 1981 o título de cidadão benemérito de Paranavaí.
Em 2 de setembro de 1987, o pioneiro foi presenteado pela Associação Comercial e Industrial de Paranavaí com uma placa de prata entregue pelo então prefeito Benedito Pinto Dias. A solenidade o reconheceu como o homem público do ano pela Comissão Organizadora das Solenidades da Semana da Pátria. Bem Bem também foi prestigiado com um nome de rua. Uma das vias mais importantes do Jardim Ibirapuera e Jardim Santos Dumont, a Rua Catete recebeu o nome de Rua Sebastião Bem Bem de Oliveira.
Saiba Mais
Sebastião Bem Bem de Oliveira era do Rio de Janeiro, cujo padroeiro é São Sebastião e se mudou para Paranavaí, cidade que também tem o santo como padroeiro. Casou-se com Elazir Azevedo de Oliveira que nasceu em 20 de janeiro, Dia de São Sebastião. Além disso, por pouco “Dona Elazir” não recebeu o nome de Sebastiana.
Sebastião Bem Bem se apaixonou por Elazir quando ela tinha apenas 14 anos. Tentou pedir a mão da jovem em casamento, mas o pai dela recusou alegando que não tinha filha em idade de se casar. Apaixonado, Bem Bem ficou tão abalado que chegou a ser internado em um sanatório. Sebastião de Oliveira não desistiu, tanto que se casaram quatro anos depois.
Em Santo Antônio de Pádua, Sebastião Bem Bem trabalhava cultivando arroz na serra. Apesar das dificuldades, todos os dias ‘Dona Elazir’ percorria longas distâncias e subia morros levando uma cesta de comida para o marido e os companheiros de trabalho.
Paulo Cesar de Oliveira se recorda do episódio em que o pai, Sebastião Bem Bem, estava acompanhando um homem com problemas psicológicos para receber tratamento médico em outra cidade. Na ocasião, o sujeito abriu a porta do carro, desceu e fugiu em direção a um matagal. Bem Bem teve de correr atrás do homem para trazê-lo de volta.
Frase da filha Roza de Oliveira, de 73 anos.
“Um dia, ali perto do Grande Hotel teve um tiroteio e o papai mandou todo mundo deitar no chão. Ficou com medo que alguma bala acertasse a gente. A confusão foi armada por causa de grilagem de terras.”
Frase da esposa Elazir Azevedo de Oliveira, de 94 anos.
“Eu e o Bem Bem enchemos Paranavaí de gente. Tivemos 14 filhos, 17 netos e 22 bisnetos. Fico triste por ter perdido sete filhos, mas também fico feliz de ter uma família tão grande, boa e bonita. Todos me tratam bem, querem o melhor pra mim. São muito queridos. Me sinto uma ilha cercada por netos por todos os lados. Tem hora que fico perdida no meio da turma, né?”
A trajetória de Brizola
Um político que foi amado e odiado pelo Brasil
Lançado em 2007, o documentário Brizola – Tempos de Luta, do cineasta gaúcho Tabajara Ruas, embora tenha um título sugestivamente tendencioso, é uma biografia de Leonel Brizola sob a ótica de pessoas que, de algum modo, conviveram com o amado e odiado político, tido como louco por alguns e considerado visionário por outros. Em síntese, uma curiosa obra sobre o homem que por pouco não se tornou presidente do Brasil.
Brizola foi uma das mais controversas figuras públicas deste país e morreu aos 82 anos, em 21 de junho de 2004. Com uma trajetória política de seis décadas, o gaúcho entrou para a história como o único brasileiro a governar dois estados: Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.
O ex-governador conquistou fama no Brasil no início da década de 1960, após o episódio da “campanha da legalidade”, em que desafiou os militares e defendeu direitos constitucionais após a renúncia do presidente Jânio Quadros. Além de trazer à tona muitas imagens de momentos importantes da política brasileira que nunca ganharam espaço na TV, o documentário Brizola – Tempos de Luta tem como epicentro um conflito entre o político e o empresário Roberto Marinho, então proprietário da Rede Globo de Televisão.
A briga girou em torno de ofensas pessoais que Marinho dirigiu ao desafeto Leonel Brizola em 1992, usando todos os seus veículos de comunicação. O direito de resposta do político, obtido judicialmente, foi levado ao ar dois anos depois por meio da sorumbática voz de Cid Moreira durante uma antológica edição do Jornal Nacional.
Para os defensores do ex-governador, o episódio foi uma vitória, pois pela primeira vez na história da televisão brasileira alguém teve a oportunidade, sob o respaldo da lei, de fazer críticas severas a um grande empresário da teledifusão.
Para evidenciar a forte personalidade de Leonel Brizola, Tabajara Ruas não esconde que o foco maior é a narrativa, inclusive em várias cenas não há riqueza de detalhes, mas sim apenas uma câmera que sem profundidade se fecha diante do político e do microfone. No filme, também há participações dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso, além de um relato verossímil sobre o encontro de Brizola com o guerrilheiro argentino Che Guevara no Uruguai em 1961.
A diversidade cultural do cinema
2ª Mostra de Cinema de Paranavaí exibirá filmes de todas as regiões do Brasil e de Moçambique
Na sexta-feira, 7, e no sábado, 8, às 20h30, a Casa da Cultura Carlos Drummond de Andrade será cenário da 2ª Mostra de Cinema de Paranavaí (MIC) em que serão exibidos 16 filmes de curta, média e longa-metragem dos mais diversos gêneros. O evento que recebeu obras de todas as regiões do Brasil e de Moçambique é uma iniciativa da Fundação Cultural. A entrada será gratuita.
Para a primeira noite da 2ª MIC está programada a exibição dos filmes “Sonho de Valsa”, de Beto Besant, de Santo André, São Paulo; Loading 66%, de Henrique Duarte, de São Carlos, São Paulo; “Caça-Palavras”, de Pedro Flores da Cunha, de São Paulo, capital; “As Aventuras de Seu Euclides Chegança”, de Marcelo Roque Belarmino, de Aracaju, Sergipe; “Maria Ninguém”, de Valério Fonseca, do Rio de Janeiro, capital; “Foi Uma Vez”, de Renan Lima e Bruno Martins, de São Paulo, capital; “Burguesia”, de Rodrigo Parra, do Rio de Janeiro, capital; “Incelença da Perseguida”, de Silvio Gurjão, de Fortaleza, Ceará; e “Eu Não Faço a Diferença?”, de Henrique Moura, de Paranavaí.
Já no sábado, serão exibidos “A Maldição de Berenice”, de Valério Fonseca, do Rio de Janeiro, capital; “Hr. Kleidmann”, de Marcos Fausto, de São Paulo, capital; “No Oco da Serra Negra”, de Angelo Bueno, Ernesto Teodósio, Pedro Kambiwá e Otto Mendes, de Recife, Pernambuco; “Aos Pés”, de Zeca Brito, de Porto Alegre, Rio Grande do Sul; “Bucaneiro”, de Juliana Milheiro, do Rio de Janeiro, capital; “Do Morro”, de Mykaela Plotkin e Rafael Montenegro, de Recife, Pernambuco; e Chikwembo, de Julio Silva, de Maputo, Moçambique.
Para o presidente da Fundação Cultural de Paranavaí, Paulo Cesar de Oliveira, o cinema brasileiro e africano está muito bem representado na 2ª Mostra de Cinema de Paranavaí pela diversidade de gêneros e também de temas que abordam desde assuntos mais simples e bucólicos até os mais controversos e subjetivos. “Escolhemos filmes que façam com que as pessoas deixem a Casa da Cultura discutindo, repensando o que assistiram”, enfatiza o diretor cultural Amauri Martineli, acrescentando que a 2ª MIC é voltada ao público com faixa etária acima de 14 anos.
A importância do avião nos anos 1950
Precariedade das vias popularizou o avião em Paranavaí
No início dos anos 1950, o avião se transformou em um dos principais meios de transporte de Paranavaí, no Noroeste Paranaense, por causa da precariedade das vias. À época, toda semana, muitos voos partiam do antigo Aeroporto Edu Chaves, atual Colégio Estadual de Paranavaí (CEP), para os mais diversos destinos.
Hoje não há registros que informem com exatidão quantos voos eram realizados por semana em Paranavaí nos anos 1950. No entanto, estima-se que as viagens aéreas ocorriam diariamente no antigo Aeroporto Edu Chaves. “Por volta de 1953, isso já acontecia bastante. Não era assim o ano todo, mas tinha época que os aviões partiam de Paranavaí todos os dias. Era gente indo pra Londrina, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, pra todo lugar”, afirmou o pioneiro cearense João Mariano, acrescentando que os aviões eram modestos, monomotores e até bimotores, mas cumpriam muito bem o trajeto.
Por causa da precariedade das estradas que faziam o carro balançar durante todo o trajeto, levando passageiros a sentirem-se mal, muitos optavam por viajar de avião. “Naquele tempo, o avião era muito popular, então uma viagem não era nada cara, era relativamente barata”, disse Mariano.
O padre alemão Henrique Wunderlich escreveu em uma carta à revista alemã Karmelstimmen, de Bamberg, no Estado da Baviera, publicada em 20 de maio de 1953, que se surpreendeu com a facilidade em encontrar campos de aviação na região de Paranavaí. “Normalmente o aeroporto se resumia a uma pista para pouso e outra para decolagem e tinha pouco mais de um quilômetro de comprimento”, relatou, acrescentando que onde ainda não havia um campo de aviação, logo trataram de construir.
Henrique Wunderlich teve a ideia de criar um avião
Os aeroportos se resumiam a grandes campos com gramados ou apenas barro, sempre ladeados por terrenos ondulados. Segundo Wunderlich, muita gente dependia dos aviões, inclusive os padres da Paróquia São Sebastião. “O avião era uma necessidade primária para quem precisava viajar muito”, comentou João Mariano.
Na carta à revista alemã, Frei Henrique frisou que as viagens de carro eram muito desgastantes e os longos caminhos a serem percorridos em estradas ruins eram por vezes desanimadores. “Além disso, o vento e os violentos aguaceiros já tinham dado início ao processo de erosão do solo”, revelou. Por esses motivos, e como a Paróquia São Sebastião não tinha dinheiro para investir sequer na compra de um monomotor, o padre teve a ideia de criar um avião.
Wunderlich, que também era paraquedista e piloto, frequentou a Escola de Aviação Alemã durante a Segunda Guerra Mundial e trouxe a Paranavaí um projeto de um avião. “Também quis realizar este sonho para entusiasmar o povo da cidade”, admitiu o padre que pretendia dispor o veículo à população. Infelizmente, por causa de outros compromissos, Henrique Wunderlich não teve tempo de criar o avião porque precisou retornar à Alemanha em 1957.
Contribuição
Este é um blog independente, caso queira contribuir com o meu trabalho, você pode fazer uma doação clicando no botão doar:
O primeiro político eleito por Paranavaí
Otacílio Egger representou Paranavaí na Câmara Municipal de Mandaguari
O pioneiro Otacílio Egger foi o primeiro político eleito por Paranavaí, no Noroeste do Paraná. Em dezembro de 1947, assumiu o cargo de vereador de Mandaguari, município do qual Paranavaí era distrito.
A campanha de Otacílio Egger, do Partido Social Democrata (PSD), foi baseada na popularidade e na idoneidade. O candidato era famoso por socorrer a população nos momentos mais difíceis. Nas eleições de 1947, para a escolha de prefeito e vereadores de Mandaguari, Paranavaí participou com 383 eleitores. Do total, muitos votaram em Otacílio Egger para vereador e Décio Medeiros Pullin para prefeito.
Segundo o pioneiro Ulisses Faria Bandeira, foi a primeira campanha política da comunidade, e a luta era contra o progresso de Maringá que tinha o apoio da Companhia de Terras Norte do Paraná (CTNP) que lançou a candidatura de Valdemar Cunha Gomes, conhecido como Barbudo. “Décio Pullin se elegeu e o nosso candidato Otacílio Egger também”, relatou Bandeira em entrevista ao jornalista Saul Bogoni décadas atrás.
Egger assumiu uma vaga na Câmara Municipal de Mandaguari em 13 de dezembro de 1947, cargo que ocupou até 10 de dezembro de 1951. A pioneira fluminense Palmira Egger, casada com Otacilio, contou em entrevista publicada no livro “História de Paranavaí”, de Paulo Marcelo, que o marido fez muito pela cidade.
“Quando aqui era nada, ficava ele e o Paulo Tereziano de Barros até de madrugada fazendo abaixo-assinado para mandar pra Curitiba. Pediam que viessem a Paranavaí abrir estradas e fazer pontes”, disse. Otacilio Egger foi uma das pessoas que mais lutou pelo desenvolvimento local até a década de 1970. No entanto, não foi devidamente reconhecido, tanto que é muito difícil encontrar pessoas que já tenham ouvido falar do pioneiro.
Como vereador, Egger viajava para Mandaguari duas vezes por semana, deixando Palmira com os dois filhos. “Não era fácil lidar com aquelas pessoas mal-encaradas. Todo dia tinha gente procurando meu marido e pedindo para legalizar chácaras, estradas, lotes e pontes”, desabafou a pioneira fluminense.
O pioneiro paulista José Ferreira de Araújo, conhecido como Palhacinho, afirmou que Otacílio e Palmira eram as pessoas mais simpáticas da colônia. “Eram muito bons. O compadre Otacílio Egger sempre defendeu os nossos direitos. Uma vez até fizemos uma serenata pro Otacílio e pra Palmira em agradecimento”, frisou Palhacinho.
Egger foi o responsável por enviar ao prefeito de Mandaguari, Décio Pullin, um pedido para que formalizasse o nome do distrito como Paranavaí. Entre os moradores da colônia nos anos 1940 e 1950, há unanimidade em apontar Otacilio Egger como uma das autoridades mais importantes da história local.
Paranavaí parecia um cemitério
Os pioneiros Otacílio e Palmira Egger, acompanhados de dois filhos e uma empregada, deixaram o Estado do Rio de Janeiro e vieram para Paranavaí em 10 de março de 1945, quando conversaram com o pioneiro Rodrigo Ayres de Oliveira. “A fama da Fazenda Velha Brasileira [atual Paranavaí] não era nada boa. Os que estiveram aqui antes da gente fizeram muitos absurdos”, declarou Palmira.
A colônia parecia um cemitério quando os Egger fixaram residência no povoado. Não havia energia elétrica e ao anoitecer a escuridão tomava conta de tudo. “O local era horrível, só tinha gente atrasada e necessitada. Não existia, carne, pão e leite. Só melhorou depois de 1956”, assinalou Palmira. A realidade era tão difícil que a pioneira afirmou que nunca esperou que Paranavaí se tornasse o que é hoje.
“Quando chegamos aqui devia ter umas vinte casas e as ruas já estavam traçadas. Trouxemos cem mil contos de réis em mercadoria pra abrir uma casa de secos e molhados. Em seguida, compramos uma área de 96 alqueires em Paraíso do Norte e abrimos uma fazendinha”, assinalou Palmira. Naquele tempo, o comércio se resumia as casas comerciais dos pioneiros Carlos Faber, Leodegário Gomes Patriota e Joaquim Machado.
Alcides de Sordi também concorreu as eleições de 1947
O jovem Alcides de Sordi, presidente do diretório local da União Democrática Nacional (UDN), também concorreu ao cargo de vereador da Câmara Municipal de Mandaguari, assim como Otacílio Egger, nas eleições de 1947. Alcides fez oposição ao Partido Social Democrata (PSD), liderado pelo capitão Telmo Ribeiro, mas não obteve votos e nem apoio suficientes para ser eleito.
Saiba Mais
Otacílio Egger foi eleito vereador na primeira eleição municipal de Mandaguari.
O pioneiro nasceu em 16 de abril de 1911, em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, e morreu em 31 de julho de 1974 em Paranavaí.
Contribuição
Este é um blog independente, caso queira contribuir com o meu trabalho, você pode fazer uma doação clicando no botão doar:
Um show à brasileira
Próxima apresentação da OSP será pautada na música popular
No domingo, 27, às 20h30, a Orquestra de Sopros Paranavaí sobe ao palco do Teatro Municipal Dr. Altino Afonso Costa para apresentar o show “Noite da Música Brasileira”. O espetáculo leva ao público os grandes clássicos da música popular. Ingressos estão à venda na Fundação Cultural por R$ 10.
O show “Noite da Música Brasileira” é o segundo espetáculo da temporada de concertos da Orquestra de Sopros que este ano ainda fará shows temáticos de jazz, samba e choro, música regionalista e concerto de natal. “O fato de um show ser diferente do outro é uma forma de atendermos aos mais variados gostos e, assim, divulgarmos a boa música”, explica o presidente da Fundação Cultural, Paulo Cesar de Oliveira.
Para o show de domingo, a OSP está preparando um show que inclui grandes clássicos da música brasileira como “Samba de Uma Nota Só”, de Tom Jobim e Newton Mendonça; “Zazueira”, de Jorge Ben Jor; “Cromático” e “Cristalina”, de Antônio Adolfo, grande compositor carioca que faz parte do clube da bossa nova. Há também composições autorais como “Aí tem coisa”, de Gabriel Forlani Zara.
As canções executadas pela OSP não são apenas releituras, mas músicas adaptadas para orquestra. “Eles sempre acrescentam novos arranjos, isso dá um toque especial”, explica o diretor cultural da FC, Amauri Martineli, acrescentando que a Orquestra de Sopros é mantida pela Fundação Cultural. Segundo o trombonista e maestro-adjunto da orquestra Luciano Ferreira Torres, o apoio financeiro da FC é imprescindível para que a Orquestra de Sopros continue na ativa. “Acredito que não há outra banda no Estado que seja mantida com recursos municipais. Podemos nos orgulhar disso”, diz o maestro-adjunto.
Ao longo dos 12 anos de apresentações da OSP, do eclético repertório que inclui MPB, chorinho, foxtrot, bolero, jazz e trilhas sonoras, o destaque para o público são sempre as clássicas canções de Glenn Miller e Henry Mancini. “Também gostam muito de ouvir Tico-tico no Fubá, do Zequinha de Abreu”, lembra Torres. A orquestra já se apresentou por muitas cidades do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro. Contudo, para os integrantes o grande trunfo são as participações no Festival de Música de Londrina (Filo), onde a orquestra foi banda base do evento por vários anos.
Os shows da orquestra têm um compromisso sociocultural, ajudam a manter o Projeto Clave de Luz, uma iniciativa da Fundação Cultural que oferece formação musical profissional a dezenas de estudantes de baixa renda por um período de quatro anos. “Toda a renda dos shows é usada para manter o projeto”, ressalta Oliveira. A OSP também realiza concertos didáticos nas escolas. Os músicos se informam sobre o gênero preferido dos estudantes, então depois realizam uma apresentação seguida de análise das canções e dos instrumentos.
OSP é remanescente da Banda Lira do Noroeste
Fundada pelo maestro Arnold Poll em 18 de maio de 1961, a Banda Lira do Noroeste era conhecida por embalar a população com releituras de samba-canção e chorinho, gêneros musicais disseminados pelas rádios da época. “O maestro Nílson Antônio dos Santos fez uma revolução transformando-a na Banda Sinfônica Municipal.
O repertório mudou e o número de integrantes chegou a 40. Ele conseguiu fazer com que todos os músicos se dedicassem integralmente ao projeto”, conta o trombonista e maestro-adjunto da Orquestra de Sopros Paranavaí (OSP), Luciano Ferreira Torres, acrescentando que quatro anos depois Santos daria lugar ao regente Sales Douglas Santiago.
Santiago transformou a Banda Sinfônica em Orquestra de Sopros Paranavaí (OSP) no dia 19 de novembro de 1998. À época, houve uma grande mudança. “Alguns músicos se casaram e estabeleceram famílias, assim abandonando a carreira musical. Percebemos que do total de integrantes apenas 20 estavam dispostos a tornarem-se músicos profissionais”, revela o trombonista. Segundo a OSP, Sales tinha uma visão de Big Band, orquestras formadas por músicos de jazz nos Estados Unidos da década de 1920.
Em 2002, Santiago deixou a OSP e deu lugar a um novo maestro, Vitor Hugo Gorni que assim como os outros regentes que passaram por Paranavaí também é de Londrina. “Ele começou a vir aqui uma vez por semana”, enfatiza o trombonista. Com Gorni, a orquestra se dedicou a um repertório mais refinado. Exemplos são as canções eternizadas por Frank Sinatra e Tony Bennett. Depois a orquestra começou a homenagear artistas brasileiros. “Já fizemos apresentações especiais apenas com músicas do Roberto Carlos e Tim Maia”, informa o maestro-adjunto.
Mesmo com inúmeras mudanças ao longo da trajetória, a orquestra ainda carrega a nostalgia dos tempos áureos da Banda Lira e Sinfônica Municipal. “Sempre tocamos os dobrados e os hinos que fazem parte de uma história musical que ultrapassa o tempo, como o Hino do Paraná, Hino da Independência e Hino à Bandeira”, finaliza Luciano Torres.
Saiba mais
A OSP fará cinco shows até o final do ano: de MPB, jazz, samba e choro, de música regionalista e concerto de natal. O pacote para todos os espetáculos está à venda na Fundação Cultural por R$ 50. Para mais informações, ligar para (44) 3902-1128
“É Nóis Cinco”: entreter para informar
Grupo de humor usa bonecos gigantes para oferecer entretenimento e ao mesmo tempo informação
Além de trabalhar com shows de humor, palestras, oficinas e publicidade, a trupe “É Nóis Cinco” está apostando também na criação e no uso de bonecos gigantes como meio de oferecer entretenimento e ao mesmo conscientização sobre assuntos importantes.
Em Paranavaí, é difícil encontrar alguém que nunca tenha ouvido falar do grupo “É Nóis Cinco”, conhecido por seus espetáculos paradoxais que misturam o humor das ruas, baseado na realidade, a elementos surreais, nascidos do improviso.
Desta vez, a trupe formada por Aleks Alves, Moacir Barini, Antônio Soares, Márcio Cândido e Amarildo Travain está investindo na criação de fantoches grandes. “Já fizemos cinco. Foi um trabalho que levou dois meses para ser concluído”, revela o artista Márcio Cândido. Os bonecos gigantes chamam a atenção não apenas pelos quatro metros de altura, mas também, e principalmente, pela riqueza de detalhes; é impossível não identificar as feições dos membros da trupe em cada um daqueles personagens caricatos.
Embora tenham usado basicamente isopor, madeira e ferragens na composição, o que se vê são figuras tão realistas e próximas da arte popular que a simpatia com os bonecos surge à primeira vista. Além disso, os fantoches da trupe também remetem aos clássicos bonecões do folclórico carnaval de Olinda, em Pernambuco.
“As ferragens foram trabalhadas de modo a termos todo o conforto necessário na hora de manipular os bonecos”, relata o artista Aleks Alves. Os fantoches gigantes podem ser interpretados como um grande apelo visual do grupo para assuntos sérios. “Criamos eles enormes pra realmente chamar atenção. Assim podemos usá-los para trabalhar com campanhas de conscientização, tratar de assuntos importantes de forma descontraída”, revela Márcio Cândido, referindo-se a especialidade do grupo.
A trupe acrescenta que os bonecos estarão disponíveis para trabalhos com publicidade. “Eles podem ser desmontados, o que facilita o transporte”, frisa o artista Moacir Barini. O grupo ainda agradece o apoio da Fundação Cultural pelo espaço cedido para a criação dos bonecos.
Trupe se apresenta para 15 mil estudantes
Até o final do mês de novembro, o grupo de humor “É Nóis Cinco” vai encerrar um ciclo de 42 apresentações que misturam humor, teatro e conta com a participação dos bonecos gigantes. São espetáculos destinados a estudantes da rede municipal de ensino. “É um trabalho de conscientização ambiental em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, inclusive até o cenário do espetáculo é feito de materiais recicláveis”, relata o artista Márcio Cândido.
A trupe tem muita experiência em trabalhos envolvendo temas como DST/Aids, alcoolismo, ergonomia, atendimento ao cliente, motivação, direção defensiva, qualidade de vida e relações familiares. O grupo também oferece oficinas de materiais recicláveis, pintura em azulejo e decoração.
“É Nóis Cinco” surgiu há três anos
O Grupo humorístico “É Nóis Cinco” surgiu em Paranavaí há três anos, e desde então já levou ao público cinco peças autorais: “É Nóis de Férias”, “É Nóis trabalhando”, “É Nóis de Férias, Trabalhando e Estudando”, “Nóis é Show” e “É Nóis Cinco Ponto Com”. Agora o grupo se prepara para estrear o espetáculo “Talentos” em que vão interpretar personagens famosos. “Vamos nos apresentar nos dias 20 e 21 de novembro no Teatro Municipal Dr. Altino Afonso Costa. Vai ser muito legal”, garante o artista Moacir Barini.
A marca registrada do grupo é a capacidade em transformar o improviso em arte. As apresentações da trupe são tão imprevisíveis que os próprios artistas surpreendem uns aos outros. Segundo o “É Nóis Cinco”, errar também faz parte do show porque aproxima mais o público do espetáculo. Em suma, a trupe é composta por artistas que trabalham por prazer e que valorizam a liberdade criativa de cada um.
Saiba mais
Os integrantes do grupo de humor “É Nóis Cinco” já excursionaram por muitas cidades do Paraná, além de Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.
Serviço
Interessados podem entrar em contato com o grupo por meio da Educa Assessoria. O telefone é (44) 3045-4510. Para mais informações, basta acessar o site http://www.enois5.com