David Arioch – Jornalismo Cultural

Jornalismo Cultural

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Sobre fazer parte de uma bancada política

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Foto: Portal do Senado

Na política, se você concorda em fazer parte de uma bancada, naturalmente você vai ser cobrado em participar de alguma votação que prejudique interesses que não sejam os dessa bancada. Ninguém entra em uma bancada sem ter consciência disso.

Sim, não cabe generalizações, assim como não cabe inocência. Bancadas existem para fortalecer segmentos. Em menor ou maior nível, o Brasil tem um histórico de bancadas funcionando como clubismo. Algo que na prática funciona mais como “os interesses da população são levados em conta se não entrarem em conflito com os nossos”.

Posso ser um cara extremamente honesto, mas se entro em uma bancada e não ajudo a fortalecer essa bancada, e pior ainda, voto contra seus membros várias vezes, vocês acham que eles me deixarão continuar compondo a bancada? Sem qualquer implicação?

 

 

Written by David Arioch

February 8th, 2018 at 7:32 pm

A ilusão do highlander

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Sempre que vejo pessoas na rua arrumando confusão, seja no trânsito ou em qualquer outro lugar, ou se colocando em situações desnecessárias de perigo, me recordo de quando eu era criança e assisti Highlander pela primeira vez. Eu realmente sonhava com a imortalidade. Afinal, quem iria contestar uma criança, tirar dela o direito de sonhar?

Claro que isso não durou muito tempo, porque a maturidade se encarregou de desfazer esse sonho, de mostrar que a finitude não existe só para os outros, mas também para mim. Porém, quando vejo pessoas arriscando a própria vida por nada, penso que provavelmente elas se veem como highlanders.

Written by David Arioch

January 20th, 2017 at 11:09 pm

Um dia e duas escapadas da morte

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Escapei da morte duas vezes hoje. Fui para a casa do meu irmão em Cianorte hoje de manhã, conhecer a minha terceira sobrinha que nasceu esta semana. No caminho, perto de Rondon, uma caminhonete ultrapassou em local proibido e veio em minha direção. Só consegui evitar o choque porque joguei meu carro fora da pista, num descampado. E depois disso, o motorista seguiu seu caminho, sem se importar com o acidente que poderia ter custado a morte de várias pessoas.

Há pouco, na volta para casa, perto de Paraíso do Norte, eu dirigia tranquilamente, quando de repente um cachorro grande e preto invadiu a pista. Desviei e o carro começou a ziguezaguear pelo asfalto. Não consegui deixar de pensar no pior. No mínimo, eu me chocaria contra uma árvore ou capotaria em direção ao acostamento.

Ainda bem que meu carro é estável. E enquanto eu tentava recuperar o controle dele, só pensei na possibilidade de algum veículo vir na mão contrária, onde fui parar depois de segundos de terror. Repentinamente, o carro parou no meio da pista, esfumaçando e cheirando a pneu queimado. Fiquei tão atordoado que só quando desci do veículo me dei conta de que eu estava no centro da rodovia. O cachorro preto já tinha desaparecido. Não sei pra onde.

Depois dirigi até o acostamento, saí do carro e fiquei observando as inúmeras marcas na pista. Um motorista que vinha logo atrás veio conversar comigo, para saber se estava tudo bem. Realmente gente boa. Quem passar pelo mesmo local amanhã cedo, provavelmente pode suspeitar que alguém morreu naquele ontem, ou seja, hoje.

Written by David Arioch

October 9th, 2016 at 11:38 pm