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Steven Wilson: “Há uma coisa ainda mais preocupante, que é a nossa crueldade desnecessária em relação às outras espécies que compartilham este planeta conosco”   

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Foto: Divulgação

Wilson: “Se fosse para existir como um animal? Acho que gostaria de ser um cavalo” (Foto: Divulgação)

Em setembro de 2013, o portal Metal Obsession, da Austrália, entrevistou o compositor inglês Steven Wilson, mentor da banda de rock progressivo Porcupine Tree. Ao final da entrevista, Gilbert Potts perguntou que animal Wilson gostaria de ser. Então ele respondeu o seguinte:

“Uau! Nunca me perguntaram isso antes. Eu realmente não sei. Quero dizer, eu amo os animais. Sou vegetariano e tenho um cãozinho que é a coisa mais especial da minha vida atualmente. Se fosse para existir como um animal? Acho que gostaria de ser um cavalo, sim, um cavalo é um animal elegantemente belo e ao mesmo tempo sutilmente triste. Eles estão sempre com aquele olhar emanando um tipo de melancolia. É como se carregassem o peso do mundo em seus ombros, mas eles são muito bonitos, criaturas realmente elegantes. Então é isso. Eu seria um cavalo!”

Uma das maiores referências em rock progressivo na atualidade, Steven Wilson é também um multi-instrumentista e engenheiro de áudio. Além da sua carreira solo, ele fundou e integrou projetos conceituais. Alguns exemplos são Altamont, Karma, No-Man, Incredible Expanding Mindfuck, Bass Communion, Blacksfield e Storm Corrosion.

Em 21 de junho de 2015, Wilson publicou um desabafo em sua página no Facebook, externando sua preocupação em relação aos animais: “Faz uma semana que a crueldade desnecessária dos seres humanos contra outros seres humanos tem aparecido bastante na mídia, e com razão, mas para mim há uma coisa ainda mais preocupante, que é a nossa crueldade desnecessária em relação às outras espécies que compartilham este planeta conosco.”

Steven Wilson, que também é produtor musical e trabalhou com grandes bandas de rock e metal, como Yes, Jethro Tull, King Crimson, Opeth, Marillion, Orphaned Land e Anathema, foi entrevistado por Stef Lach, do portal Team Rock, da Escócia, em 1º de agosto de 2016. Na ocasião, ele falou que se tornou vegetariano há muito tempo, mas que fica apavorado com a ideia de parecer que está impondo seu vegetarianismo para as outras pessoas. Por outro lado, age com sutileza:

“Há um ano, fui até o meu gerente de turnê e disse, ‘Como você acha que os outros caras se sentiriam se tivéssemos somente comida vegetariana em nossas viagens futuras?’ Para a minha surpresa, todo mundo amou a ideia”, revelou na matéria “Steven Wilson: I remind fans I’m just an idiot”.

Saiba Mais

Steven Wilson nasceu em 3 de novembro de 1967 em Kingston Upon Thames, em Londres, na Inglaterra.

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Uma obra de arte em movimento

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O filme pode ser definido como uma transgressora poesia visual (Foto: Reprodução)

O filme pode ser definido como uma transgressora poesia visual (Foto: Reprodução)

Suspiria, do cineasta italiano Dario Argento, é o tipo de filme que mesmo com uma história não tão boa conseguiu conquistar o status de ícone do cinema giallo, um gênero italiano que não por acaso fez muito sucesso entre os anos de 1960 a 1980 com seus clássicos serial killers sendo perseguidos por detetives. Argento e outros cineastas foram convidados para trabalhar nos Estados Unidos justamente por causa desse gênero que influenciou o cinema de horror norte-americano.

Mas voltando a Suspiria, é um filme de 1977 que pode ser definido como uma transgressora poesia visual. Tem uma história aparentemente simples, de uma garota que entra para uma academia de balé e então testemunha uma série de mortes macabras. No entanto, o roteiro é mero coadjuvante diante da direção de Argento que manipula o estado psicológico e emocional dos espectadores como um titeriteiro. É uma obra intrigante criada sob luzes e sons, uma ode à estética psicodélica do absurdo, do irreal e do funesto.

Em 2001, quando assisti Suspiria pela primeira vez, fiquei alguns dias refletindo sobre o filme, pois cada fragmento de luz conduz a uma emoção, sentimento ou ideia. A trilha sonora da banda italiana de rock progressivo Goblin é inesquecível. Assim como a fotografia do filme, brinca com a sinestesia e tem efeitos sobre a experiência consciente. Melhor ainda é assistir a obra de Argento no escuro e com exímia atenção. Mesmo ao final do filme, pode ter certeza que os sons e as luzes o acompanharão por alguns dias. A previsão é de que em 2017 seja lançado o remake de Suspiria, uma promessa antiga.

Written by David Arioch

January 29th, 2016 at 11:07 pm