David Arioch – Jornalismo Cultural

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Archive for the ‘Serial Killers’ tag

Mindhunter, uma boa opção para quem se interessa por séries sobre serial killers

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Para quem se interessa pelo tema serial killers, recomendo a série Mindhunter, da Netflix. Creio que o diferencial maior é que o drama policial de David Fincher (diretor de filmes como Clube da Luta, Zodíaco e O Curioso Caso de Benjamin Button) é de fato baseada na realidade, inclusive com caracterizações fidedignas e diálogos reais ou parcialmente reais envolvendo alguns controversos psicopatas do século 20, como Ed Kemper III, Dennis Rader, Jerry Brudos, Monte Ralph Rissell, Richard Speck e Darrell Gene Devier. O livro que inspirou a série foi escrito pelo analista do FBI John E. Douglas. 

O drama policial também discorre sobre a origem dos termos serial killer, mass murderer, M.O. e signature. Em síntese, Mindhunter mostra como a partir do momento que surgiu o interesse não apenas por traçar o perfil psicológico de assassinos em série, mas também o desenvolvimento de metodologias que permitissem aprender algo sobre suas mentes, houve uma evolução na identificação desses criminosos. Os dez episódios da primeira temporada foram ao ar no dia 13 de outubro e já foi confirmada renovação para a segunda temporada.





Written by David Arioch

November 25th, 2017 at 11:52 pm

A morte de Charles Manson e cartas de amor enviadas a assassinos

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Manson, Ramirez, Breivik e Rocha

Ao ler sobre a morte de Charles Manson, que tinha 83 anos, e faleceu de causas naturais nos Estados Unidos, me recordei de notícias sobre as cartas que ele recebeu na prisão enquanto cumpria pena. Correspondências de mulheres que se diziam apaixonadas, e que gostariam de iniciar um relacionamento com aquele que ficou conhecido como um dos criminosos mais famosos do século 20, responsável pela fundação da seita que assassinou a atriz Sharon Tate, que estava grávida, em 1969.

Ele não foi o único a atrair esse tipo de atenção. Algo semelhante aconteceu com o Nightstalker, o serial killer Richard Ramirez, que até hoje é um dos recordistas de “correspondências de amor” recebidas por um condenado nos Estados Unidos. Desde 1989, Ramirez cumpria pena por 13 homicídios, 5 tentativas de assassinato, 11 estupros e 14 roubos, até que morreu em decorrência de um câncer em 7 de junho de 2013, aos 53 anos.

Na Noruega há o exemplo de Anders Behring Breivik, autor de um atentado que matou 77 pessoas em 22 de julho de 2011. Quando começou a cumprir pena, Breivik recebeu muitas cartas de mulheres. No Brasil, temos o exemplo do Tiago Henrique Gomes da Rocha que confessou ter assassinado 39 pessoas, principalmente mulheres, entre os anos de 2011 e 2014 em Goiânia. Rocha até hoje recebe pedidos de casamento por correspondência.





Serial killers e crueldade contra animais

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Jovens que ficaram conhecidos como Os Maníacos de Dnepropetrovsk (Foto: Reprodução)

Tenho uma coleção de livros sobre serial killers, e é intrigante reconhecer como a maioria deles começou causando dor aos animais antes de escolherem alvos humanos. Como alguém pode dizer que causar sofrimento aos animais jamais levaria o ser humano a causar sofrimento aos seus semelhantes?

Entre os anos de 2013 e 2014, estudei sobre a vida de dois jovens ucranianos, um de 19 e outro de 21 anos, que ficaram conhecidos como Os Maníacos de Dnepropetrovsk. Eles começaram assassinando animais, mas como não havia legislação específica para puni-los, continuaram cometendo esses crimes.

Um dia, Viktor Sayenko e Igor Suprunyuck, decidiram ir além, e deram início a uma série de crimes contra andarilhos e transeuntes que encontravam em locais ermos. Quando foram presos, eles já tinham assassinado pelo menos 21 pessoas.

Além disso, pesquisando e escrevendo sobre serial killers no início dos meus 20 anos, quando desenvolvi alguns trabalhos sobre o tema, conheci inúmeros casos de criminosos realmente cruéis enviados para o corredor da morte nos Estados Unidos, e que foram executados por injeção letal.

Aos animais de várias espécies, seres que nunca nos fizeram nada, naturalizamos um fim que não raramente é até pior do que aquele destinado a quem matou dezenas de seus semelhantes. Exemplo disso são os animais degolados em matadouros. Não deveríamos pelo menos refletir mais a respeito?

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Written by David Arioch

February 5th, 2017 at 11:50 pm

Comissão do Senado, exploração animal e figuras sinistras

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Vaquejada nada mais é do que uma forma de tortura praticada contra animais (Foto: Foto: Prefeitura do Cantá)

Como puxar um animal pelo rabo pode ser considerado esporte? (Foto: Foto: Prefeitura do Cantá)

Comissão do Senado aprova projeto que torna vaquejada manifestação cultural no Dia do Veganismo. Mais uma vez, o Brasil na contramão do que é certo. É triste reconhecer até que ponto chega a ganância e a maldade humana. Veremos agora o que vai acontecer daqui em diante. Ainda é possível reverter isso.

Levando em conta essa decisão, quando saí de casa, comecei a refletir sobre a forma como o ser humano se aproveita dos animais. Me recordei da maneira como muitos são explorados e executados, como vemos em vídeos amadores de denúncias de sofrimento e morte animal. Curiosamente, me veio à mente lembranças de figuras sinistras como Ed Gein, Ivan Milat, Ed Kemper, Jeffrey Dahmer, Charles Manson, Ted Bundy, Anders Breivik, Woo Bum-Kon, William Unek, Andrei Chikatilo, Os Maníacos de Dnepropetrovsk e outros tipos de serial killers, mass murderers e rampage killers.

Ed Gein fazia roupas com o couro de suas vítimas. Ted Bundy arrastava garotas de forma bastante similar com o que já foi testemunhado em matadouros e vaquejadas. Milat e Dahmer não raramente gostavam de pendurar seus alvos em grilhões. Vocês já perceberam como o icônico Leatherface, do filme The Texas Chain Saw Massacre, inspirado em Ed Gein, aplica contra suas vítimas todas as técnicas que ele aprendeu em um matadouro? Inclusive usava ferramentas muito semelhantes. Talvez com exceção da serra elétrica. No filme, ele não faz nada do que seres humanos não tenham feito até então com os animais.

Tais tipos criminosos naturalizavam a tortura, o sofrimento e a morte. E todos eles começaram provocando dor em animais antes de escolherem suas primeiras vítimas humanas. São sujeitos que sempre se viram como senhores da vida e da morte. Não raramente, vemos pessoas em grande posição de tomada de decisões, defendendo, sob um falso princípio democrático, que os animais merecem o mesmo tratamento.

O texto acima é uma breve reflexão desconcertada. Pretendo produzir um artigo com melhor desenvolvimento de ideias sobre o assunto.

Uma obra de arte em movimento

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O filme pode ser definido como uma transgressora poesia visual (Foto: Reprodução)

O filme pode ser definido como uma transgressora poesia visual (Foto: Reprodução)

Suspiria, do cineasta italiano Dario Argento, é o tipo de filme que mesmo com uma história não tão boa conseguiu conquistar o status de ícone do cinema giallo, um gênero italiano que não por acaso fez muito sucesso entre os anos de 1960 a 1980 com seus clássicos serial killers sendo perseguidos por detetives. Argento e outros cineastas foram convidados para trabalhar nos Estados Unidos justamente por causa desse gênero que influenciou o cinema de horror norte-americano.

Mas voltando a Suspiria, é um filme de 1977 que pode ser definido como uma transgressora poesia visual. Tem uma história aparentemente simples, de uma garota que entra para uma academia de balé e então testemunha uma série de mortes macabras. No entanto, o roteiro é mero coadjuvante diante da direção de Argento que manipula o estado psicológico e emocional dos espectadores como um titeriteiro. É uma obra intrigante criada sob luzes e sons, uma ode à estética psicodélica do absurdo, do irreal e do funesto.

Em 2001, quando assisti Suspiria pela primeira vez, fiquei alguns dias refletindo sobre o filme, pois cada fragmento de luz conduz a uma emoção, sentimento ou ideia. A trilha sonora da banda italiana de rock progressivo Goblin é inesquecível. Assim como a fotografia do filme, brinca com a sinestesia e tem efeitos sobre a experiência consciente. Melhor ainda é assistir a obra de Argento no escuro e com exímia atenção. Mesmo ao final do filme, pode ter certeza que os sons e as luzes o acompanharão por alguns dias. A previsão é de que em 2017 seja lançado o remake de Suspiria, uma promessa antiga.

Written by David Arioch

January 29th, 2016 at 11:07 pm