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Parta-me a cabeça, mas preserve a deferência
“Parta-me a cabeça, mas preserve a deferência”, esta foi a última frase de um homem em Smederevo chamado Struja, morto em 1413. Ele construiu sozinho um forte subterrâneo para abrigar uma superpopulação de cães perseguidos pelos otomanos. Quando o encontraram, havia mais de 300 animais vivendo com ele abaixo da superfície. Rodeado de cães, Struja os observou e disse:
“Finda minha jornada onde começa a vossa.” Um golpe certeiro de espada ceifou-lhe a vida, arrastando sangue morno pelas pedras. Os otomanos partiram e os cães continuaram ao redor de Struja. Dias depois, quando os otomanos retornaram, não havia mais cães nem o corpo deixado para apodrecer.
No ano seguinte, um homem com as mesmas características de Struja foi visto atravessando o Danúbio em um barco com centenas de cães. Os otomanos só localizaram a embarcação uma semana depois. Não havia ninguém: “Morro porque não morro. A vida que me habita não me pertence. E se sua força não delega o bem, às vezes a sorte vem” – escreveu em uma pedra deixada no barco.