David Arioch – Jornalismo Cultural

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Quando indiferença e desinteresse nos incomodam

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Arte: Pixabay

Se uma pessoa por quem você tem estima o trata com indiferença ou desinteresse, confrontá-la externalizando em palavras agressivas o que você sente não vai melhorar isso ou alterar tal fato. Pode parecer difícil, mas há momentos em que o melhor é não dizer nada e simplesmente seguir adiante. Verbalizar coisas ruins como forma de “remediar” um sentimento ou realidade pode parecer um alívio, ainda que irrefletido, no momento, mas depois restarão apenas estilhaços de uma exaltação momentânea. E neste caso a fragilidade tornar-se veículo imponderado.

É comum desejarmos retribuir ou reprovar o que nos incomoda em relação ao chamado comportamento que depreciamos de alguém em relação a nós, mas se isso tornou-se uma já naturalizada inerência de alguém em relação a você, talvez isso signifique apenas que já não há muito o que frutificar. E forçar qualquer situação creio que não ajudaria.

Se analisarmos brevemente o comportamento das pessoas em relação a nós, não é difícil balizar o que realmente é saudável e o que não é para nós. Então tentar vingar-se ou retribuir sentimento negativo pode ser má ideia, já que dificilmente melhoraria a situação. Acredito que relações humanas devem ser colocadas sobre uma balança, se pende-se pouco para um lado e muito para outro, não há como se sustentar por muito tempo; já que o insustentável desequilíbrio, e derramamento para fora de nós mesmos, é apenas uma questão de tempo.

Podemos sentir-nos incomodados com as pessoas por vários fatores, mas quando isso se torna acumulativo, e realmente faz mal para a saúde emocional e psicológica, é válido considerar que as conexões humanas são tão importantes e inerentes à vida quanto as desconexões. E é possível seguir adiante sem precisar se entregar aos paroxismos sedutores desencadeados por possível frustração – que pode também resultar mais do que ansiamos do que realmente enxergamos em relação aos outros quando bebemos de nossas expectativas.