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Argento: “Sou vegetariano porque não quero que ninguém morra para que eu possa me alimentar”
Assim como Mario Bava, o cineasta e escritor italiano Dario Argento é um dos expoentes do gênero literário e cinematográfico giallo. Para ter uma ideia da importância do trabalho dele, gêneros como slasher, popularizado por filmes como “A Hora do Pesadelo”, “Halloween”, “Sexta-Feira 13” e “O Massacre da Serra Elétrica” foram inspirados em suas obras. Mas o que pouca gente sabe é que Dario Argento é vegetariano desde a juventude:
“Phenomena foi inspirado em algo que ouvi sobre insetos serem usados para resolver crimes, e como insetos sempre me fascinaram, comecei a criar uma história em torno dessa ideia. Você sabe, é uma coisa terrível, mas há muitos insetos que estão desaparecendo, sendo extintos. Mas a maioria das pessoas querem matá-los. Acredite, insetos também têm almas.
Eles são telepatas extraordinários. Pessoas pensam em salvar baleias e golfinhos, mas ninguém quer salvar os insetos. Penso diferente. Sou vegetariano porque não quero que ninguém morra para que eu possa me alimentar.”
Excertos do livro “Dario Argento: The Man, The Myths & The Magic”, de Alan Jones, publicado em 2015 pela editora FAB Press.
Para quem quiser conhecer o trabalho de Dario Argento, sugiro que comece por um de seus maiores clássicos – Suspiria, de 1977.
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Uma obra de arte em movimento
Suspiria, do cineasta italiano Dario Argento, é o tipo de filme que mesmo com uma história não tão boa conseguiu conquistar o status de ícone do cinema giallo, um gênero italiano que não por acaso fez muito sucesso entre os anos de 1960 a 1980 com seus clássicos serial killers sendo perseguidos por detetives. Argento e outros cineastas foram convidados para trabalhar nos Estados Unidos justamente por causa desse gênero que influenciou o cinema de horror norte-americano.
Mas voltando a Suspiria, é um filme de 1977 que pode ser definido como uma transgressora poesia visual. Tem uma história aparentemente simples, de uma garota que entra para uma academia de balé e então testemunha uma série de mortes macabras. No entanto, o roteiro é mero coadjuvante diante da direção de Argento que manipula o estado psicológico e emocional dos espectadores como um titeriteiro. É uma obra intrigante criada sob luzes e sons, uma ode à estética psicodélica do absurdo, do irreal e do funesto.